Enquanto a água quente escorria pelo meu corpo, tentei afastar a ansiedade que se acumulava em meu peito. O banho era uma forma de relaxar, mas, na verdade, eu estava nervoso. Hoje era diferente. Eu e Olívia havíamos finalmente falado sobre nossos sentimentos, e a ideia de passarmos um tempo a sós me deixava animado e ansioso ao mesmo tempo.
Depois de me secar, vesti uma camiseta confortável e uma bermuda. Olhei ao redor do meu quarto, que parecia um pouco bagunçado. Sabia que ela estava vindo, e queria que o ambiente tivesse um ar acolhedor, que refletisse como eu me sentia em relação a ela.
Comecei a arrumar algumas coisas, colocando livros de lado e ajeitando a cama. Depois, decidi preparar um pequeno "esquenta" para a nossa sessão de filmes. Abri o frigobar e retirei algumas bebidas, pensando que isso poderia ajudar a deixar o clima mais descontraído. Em seguida, peguei os doces que havia escolhido no mercado, incluindo os Snickers que trouxemos. Coloquei tudo sobre a cama, organizando de um jeito que parecesse casual, mas convidativo.
Com tudo pronto, peguei meu celular e enviei uma mensagem para Olívia, um pequeno impulso de nervosismo correndo por mim:
"Oi, já te espero no meu quarto! 😊"
Aguardei a resposta, mas o tempo parecia passar devagar. Depois de alguns minutos sem retorno, deixei o celular de lado, tentava focar na expectativa que crescia dentro de mim. Meus pensamentos vagavam para as lembranças do dia e o jeito que ela sorria. A imagem dela, com o cabelo solto e aquele brilho nos olhos, me deixava ainda mais animado.
Apenas o som distante da conversa dos meus pais e tios na cozinha preenchia o ar. Eu estava ansioso pela chegada dela, desejando que esse momento se tornasse especial. Cada segundo que passava parecia uma eternidade, mas eu sabia que, assim que Olívia cruzasse a porta, tudo valeria a pena.
Enquanto aguardava, um som familiar quebrou o silêncio — batidas suaves na porta. Meu coração disparou, e logo me levantei para abrir. Assim que a porta se abriu, Olívia estava ali, radiante, com um sorriso que iluminava o ambiente.
— Oi! — Ela disse, um pouco tímida.
— Oi! — Respondi, tentando manter a calma. — Fique à vontade.
Ela entrou, e a atmosfera do quarto parecia mudar imediatamente, como se o ar estivesse mais leve. Eu me movi até o frigobar e abri uma lata de Coca-Cola, o som característico do metal se dobrando ecoou, enquanto o gás borbulhava.
— Quer uma? — Perguntei, segurando a lata enquanto me deitava na cama, apoiando os braços atrás da cabeça.
— Claro! — Ela respondeu, olhando ao redor.
Olívia se juntou a mim na cama, um pouco hesitante, mas claramente animada. Seus olhos se desviaram para os doces espalhados sobre a coberta, e um brilho de curiosidade iluminou seu olhar.
— E esses? — Ela perguntou, indicando os doces. — De onde você tirou isso?
Senti um sorriso involuntário surgir no meu rosto ao lembrar do momento no mercado.
— Ah, eu peguei isso hoje no mercado enquanto você se distraía com a moça do caixa.
— Nicholas, eu nem te vi passando essas coisas no caixa! — Ela disse, com um sorriso encantador no rosto.
— Você estava distraída. Mas os nossos Snickers estão aqui, os nossos preferidos da infância. — Apontei para as duas barras de doce sobre a cama.
— Vamos começar por elas? — Ela perguntou, animada.
— Pelo que você quiser. — Respondi, sorrindo, e percebi seu rosto corar. — O que você quer assistir? — Perguntei, dando mais um gole na minha Coca e me ajeitando entre os travesseiros.
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Além do laço de Sangue
RomansaOlivia e Nicholas sempre tiveram uma conexão especial. Desde crianças, passavam as férias de verão juntos na casa dos avós, correndo pelo quintal, rindo de piadas bobas e explorando o mundo ao seu redor. Com o tempo, aquela amizade inocente foi ganh...