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R E N A N

Hoje teve uma fraternização do comando, que acontece todo mês, todos os chefes marcam de se encontrar e alinhar todos os assuntos pendentes das favelas. Poucas foram as vezes que eu realmente vim nessas paradas.

Coelho: tá sinistro lá pros lados dos mineiros, tão querendo pacificar de qualquer jeito. - falou, me esforcei para não bocejar, mo sono, os assuntos eram sempre os mesmos.

Marcinho: Mudando de assunto um pouco. - foi sensato. : E tu, Ph soube que tua fiel teve bebê, parabéns irmão.

Ph era o mais velho entre nos com cinquenta e dois anos, tinha maior respeito entre todos. O cara era brabo, armou a maior fuga quando foi preso.

Faraó: Porra, to doido para meter um menor meu logo aí na pista também, é só alegria né mano? - falou com o ph que assentiu sorrindo.

Marcinho: Logo tu, putão vai arrumar fiel? Quem será a doida para te aguentar? - gastou, levei minha cerveja na boca apenas ouvindo os papos.

Faraó: To achando que tá chegando a hora de me aposentar e passar o trono para alguém...vai ser tu, Renê! - falou apontando para mim, ri pelo nariz.

Ri da brincadeira do Faraó, mas balancei a cabeça, fingindo desinteresse.

Renan: Ih, tá viajando, irmão. Esse trono aí tá pesando muito pra mim, prefiro ficar onde tô.

Ph, o mais velho e com a experiência de anos no comando, puxou o papo de novo.

Ph: Nada muda a vida de um homem mais do que ter um filho. Vê-los crescendo, saber que tem algo seu ali no mundo... faz tu repensar muita coisa.

Fiquei quieto, apenas ouvindo. Não era uma coisa que eu falava com eles, mas a ideia de um dia ter um filho já tinha passado pela minha cabeça algumas vezes. Criar alguém que tivesse uma chance de seguir um caminho diferente, de viver longe do que eu vivo.

Coelho: E aí, Renan, tu nunca pensou nisso, não? Vai ficar só na de patrãozinho ou quer alguém pra herdar o legado?

Sorri, mas o olhar desviou, pensativo.

Renan: Pode até ser, mas não é por herança ou legado. Se for pra ter, é pra dar uma vida melhor, sabe? Fazer ele ou ela sonhar com algo além disso aqui.

A mesa ficou em silêncio por um segundo, absorvendo.

{...}

Chamei a gostosa da isadora para brotar aqui em casa, estou gostando dela além do sexo, ta sendo tudo que eu não esperava que fosse.

Era difícil acreditar que eu poderia estar curtindo alguém assim, para além do rolê, das noitadas e do que estávamos acostumados.

Isadora: E aí, sumido! Achei que não ia me chamar mais.

Renan: Tava resolvendo umas paradas aí, mas queria te ver, sabia? veio suave? - pedi para um motoboy pegar ela na entrada do morro.

Isadora: Vim sim. Foi tranquilo! Já estava com saudades? - me instigou sentando no meu colo.

Renan: E se eu tivesse? - joguei o jogo dela, que riu passando as mãos no meu pescoço.

Isadora: Você é um cafajeste gostoso.

Ela riu, e aquele sorriso dela era diferente. Tinha algo que mexia comigo, um jeito que eu ainda não conseguia entender direito. A Isadora tinha algo nela que prendia qualquer um.

Renan: E tu gosta, né? – provoquei, puxando ela mais pra perto e sentindo o perfume que já estava me familiarizando.

Isadora: Claro que gosto. – ela sussurrou perto do meu ouvido, e eu senti um arrepio.

Ficamos ali, naquela troca intensa, enquanto ela acariciava minha nuca e olhava fundo nos meus olhos, como se estivesse tentando decifrar o que eu não dizia. Eu sabia que ela tinha sacado que o clima era diferente, depois daquele papo ela de não querer nada sério.

Era como se algo dentro de mim desafiasse, tá ligado? Queria fazer ela gamar em mim, e depois? seila, a gente veria.

***

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