Capítulo 51

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O quarto estava apertado para tantas pessoas. Gygy passava pela janela com algum esforço, sendo a última a entrar no cômodo. Naomi havia pedido para Guilhermina passar a mensagem o quanto antes para Martha, mas não esperava que na manhã seguinte estariam todos reunidos. Cecília ficou sentada abaixo da pintura de gatos com as pernas cruzadas, seu parceiro por sua vez se empoleirou na cama resmungando sozinho ao lado de Martha. Gygy foi à última, se apoderando do beiral da janela. O ambiente era de expectativa.

Gabriel, estava no corredor olhando uma última vez para se assegurar que não teria nenhum curioso escutando por detrás da porta, e quando se deu por satisfeito a fechou se virando na mesma hora para os outros. Seus olhos estavam fundos pela falta de sono, mas estava cheiroso.

— Esse último ataque — disse Mateus, surpreendendo a todos à volta. — Foi estranho.

— Além dos corpos completamente mutilados? — indagou Gygy. — Uma cabeça simplesmente desapareceu Mateus.

— Exatamente — respondeu Cecília enquanto abraçava suas próprias pernas e balançava devagar. — Isso nunca aconteceu antes. No máximo algum corpo com longos cortes.

Naomi estava ciente sobre o que a outra falava, Gabriel contou sobre os estranhos cortes que precisam de uma longa lâmina, além de força.

— Não era tão brutal? — quis saber Gabriel.

— Jamais — retrucou Martha com a cara fechada. — Parece até mesmo uma mensagem, como se fosse para parar com qualquer tipo de investigação.

— Como eles iriam saber? — indagou Gygy. — E está havendo investigações por parte de todos os Ninhos.

Martha somente concordou balançando a cabeça. A menção da mulher sobre ser um alerta para as investigações fez Naomi se lembrar do motivo de estarem no local, Corvos poderiam estar envolvidos, e talvez algum membro de alta patente tenha dado com a língua entre os dentes sobre eles, tentando espantar esses pensamentos sombrios ela fala.

— Acharam alguma coisa, Mateus?

— Infelizmente não, a chuva atrapalhou bastante. — Somente era possível ver o queixo pálido do rapaz se mexendo. — Algumas pessoas falaram sobre um monstro.

— Essa história de novo — bufou Cecília se ajeitando.

— Da pessoa meio máquina? — indagou Martha, que revirou os olhos quando obteve um aceno afirmativo de Mateus.

— Pode ser alguma arma, ou vestimenta — propôs Gabriel.

Todos concordaram sobre isso, o medo era capaz de criar ilusões, cada um naquela sala sabia muito bem disso. Gabriel continuou.

— Acredito ter encontrado um caminho — continuou Gabriel. — Dois na verdade.

— Caminhos? — repetiu Martha interessada.

— Ontem à noite conheci a vida noturna da cidade. — falou o rapaz.

— Uma depravação — comentou Gygy de cara amarrada.

— Bastante — concordou Gabriel, que continuou. — Conversei com várias pessoas, e acabou sendo muito mais frutífero do que esperava.

— Para de enrolar! — exclamou Cecília inquieta. — Quais são esses dois caminhos?

— Nomes! Dois nomes — Gabriel contou como foi sua peregrinação noturna para o grupo, excluindo as informações que achava serem inúteis, como por exemplo: as coisas que viu. Terminando o relato continua. — Marcelo ao que tudo indica trabalha no navio de pesca de Atum da Tempestade.

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