'É bom saber que minha filha possui amigos verdadeiros.'

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A acompanhante dos pais da Maria fez a recepção dos paramédicos que apenas fizeram o relatório do óbito. E a pedido da mesma, para não preocupar a mãe que estava doente, levaram o corpo na ambulância para amenizar a dor.

- Maria.. me perdoe parecer insensível, mais eu só posso contar com você querida. - diz a mulher ainda com a criança nos braços e Maria as encara.

- Onde está a mãe dela?

- Não sei.. faz mais de uma semana que não aparece e o celular só dá caixa postal.

- Como ela daí e deixa uma criança desse tamanho pra trás? - pergunta Maria.

- Você está bem para ter esse conversa?

- Não.. mais eu preciso tê-la.

- Ela brigou com sua mãe e seu pai que estava em um momento de lucidez a expulsou o pai da neném no dia em que ele chegou de viajem.. a briga foi feia Maria. E desde desse dia seu pai vinha piorando um pouco mais a cada dia com falta de ar, nem o oxigênio estava sendo suficiente. Só essa semana foram três chamadas para a emergência. Hoje em outro momento de lucidez ele me pediu que eu te ligasse.

- E a mamãe? Como está com essa situação toda?

- Passa o dia todo praticamente no quarto de pinturas. Ela foi diagnosticada com mau de parkinson. Ainda no início, mais suas mãos vivem trêmulas e ela usa as telas como terapia. E Maria, a criança nem registro tem, porque a mãe estava esperando o pai chegar.

- MARINETE? - um grito ecoou e a mulher encara Maria correndo ao encontro da patroa e Maria vai atrás.

- Sim senhora!

- Você está aí.. e essa criança, já mamou?

- Já sim senhora.. já mamou e já esta tomada banho.

- Mãe? - diz Maria e a mulher se vira.

- Maria? Filha! - diz a mulher indo abraça-la e Maria a aperta no abraço voltando a chorar - Filha que saudades.. por onde andou Maria Clara? Meu Deus! Seu pai vai ficar feliz em vê-la novamente filha. - diz a mais velha e o choro da mais novo ecoou - Não meu amor, não chore.. - diz a mulher lhe acariciando os cabelos.

- Mãe me perdoa? - sussurra Maria.

- Não tenho nada a te perdoar Maria.. - diz a mulher se afastando.

- Eu fui falha mãe.. eu quis viver minha vida e os deixei pra trás.

- Não meu amor.. você trilhou seus caminhos Maria. Ou acha que eu não sei? Você trabalha, você estuda, faz sua faculdade.. o erro foi meu filha, em querer controlar os seus passos.

- Como a senhora sabe Mãe? - pergunta Maria sorrindo entre lágrimas.

- Eu sou sua mãe Maria! Claro que eu queria saber como você estava. Procurei sua amiga a Ana Clara. Na verdade a mãe dela. A Emma, que foi te livrar da delegacia quando você foi pega em um carro roubado. Ela explicou que você não sabia que o carro era roubado, que seu colega que dirigia fugiu deixando você e sua amiga pra trás. Através dessa situação você conseguiu uma vaga na empresa na Madder, a filha mais velha da Cora Mills e hoje faz a sua faculdade. Você está crescendo e infelizmente sem mim Maria. Mais me torna mais orgulhoso por saber que você está lutando para ser Oque sempre desejou.

- Sim..

- Vamos lá ver seu pai.. ele hoje não estava se sentindo bem.

- Mãe.. precisamos conversar.

- Depois Maria.. ele vai ficar feliz em te ver. Quando tem momentos de lucidez a primeira coisa que pergunta é por você. - diz a mulher e as lágrimas voltam a correr nos olhos da jovem.

Será que vale a pena amar!? 9Onde histórias criam vida. Descubra agora