Raiva

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Gabriel Narrando

Já era oito e meia da manhã e aquela garota ainda não havia acordado, será que qual foi a parte do nove e meia era para ela estar acordada a menina não entendeu?

— Chefe a dona Isaura ta perguntando se a patricinha vai mesmo. — Olhei pro Pretinho e assenti.

— Já falei que ela vai caralho agora mete o pé. — Ele sai e fecha a porta e eu vou até o quarto da Júlia, desligo o ar condicionado abro as cortinas e puxo o edredom da Alice.

— Bora gatinha eu falei que era pra acordar cedo porra. — Ela resmunga e abre somente um olho, dou uma secada no corpo dela, essa menina não tem um baby doll maior? O troço não tampa nem sua bunda direito.

— Eu não vou. — Dou uma gargalhada, e chuto sua perna devagar.

— Levanta porra. — Ela se cobre de novo e me ignora.

Então vamos do jeito difícil, saio do quarto vou até a cozinha e encho um balde d'água e volto pro quarto. Viro o balde e a água cai toda em cima dela que rapidamente senta no colchão tossindo a merda toda.

— Puta merda você está maluco? — Ela passa a mão pelo cabelo preto e pelo rosto.

— Viu nem precisa tomar banho. — Jogo o macacão em cima dela e sento na cama. Essa garota vai aprender que aqui quem manda sou eu, o pai dela falou pra eu ser duro com ela e vou ser muito mais que isso, ela vai ir embora daqui na linha e sem essa metideza toda.

— Vamos já pode se arrumar. — Ela lança seus olhos azuis em mim e seu rosto fica vermelho tenho quase certeza que de raiva. Fico admirado o quanto os olhos dela são azuis parece que a mina é cega.

— Você é o cara mais nojento que eu já conheci. — Essa garota tem o dom de me irritar com as palavras, ela não mede esforços para poder me xingar sempre que pode.

— Pois eu posso ser muito pior, e posso começar agora se você não levantar logo. — Fui aumentando meu tom de voz conforme falava, ela levantou pegou o macacão e saiu do quarto batendo a porta. Essa é mais difícil de lidar do que a minha irmã, meu Deus.

Fiquei no quarto esperando ela voltar.

— Quando eu acabar de ser escravizada, vou na casa do meu namorado. — Ela falou assim que entrou no quarto, levantei uma sobrancelha e cocei meu queixo.

— Foda-se, faz o que você quiser. — Falei e sai do quarto, peguei uma maçã na cozinha e sai de casa.

— A Paula veio aí procurando você. — Paula, essa mina fica me tonteando na moral só porquê fodemos umas três vezes a garota acha que sou dela, sou moleque solto ninguém consegue me domar.

— Manda ela se foder, fala que se eu quiser vou ligar pra ela. — Ele concordou e bateu no meu braço.

— E a mina aí? Gostosa pra caramba papo dez.

— Sai dessa Rafael, ela não é pro seu bico e o Roberto disse que não quer nenhum vagabundo dando em cima da sua "princesa". — Nós rimos.

— Ele nem precisa saber Biel. — Dei um tapa na cabeça dele e subi na minha moto.

— Nem pense em chegar perto dela. — Ele me olhou desconfiado e apontou pra mim.

— Eee olha só ta de olho na patricinha.

— Claro que não idiota, agora fui. — Acelerei a moto e desci a ladeira voado.

Umas horas depois estava mexendo na minha pistola sentado no sofá do depósito onde os vapo enrolavam os bagulhos, quando alguém abre a porta parecendo um raio. Não penso duas vezes em apontar a arma e soltar a trava.

— Abaixa isso pelo amor de Deus Gabriel. — Porra quase morri do coração achando que eram os canas.

— Cacete entra devagar né dona Isaura, meu Deus. — Sentei de novo e botei minha perna em cima de uma mesinha velha que tinha lá.

— Desculpa meu filho, é que aquela garota a Alice não da mais pra ela. Mandei ela ir para casa. — Eu bato a arma na mesa e levanto.

— Porra, eu falei pra senhora deixar aquela lá mais tempo que todos os outros e ao invés disso você deixa ela ir embora mais cedo? Que porra é essa? — Ela me olha assustada e da de ombros.

— Ela não aguenta Gabriel, estava lá reclamando de dor.

— Foda-se, a senhora vai lá em casa e manda ela voltar ao trabalho e só deixa ela sair quando todos acabarem ouviu? — Ela suspira e fecha os olhos, depois olha pra mim.

— Ta bom né, depois você vai na associação porque o Dário está com problemas com o sistema de som para o baile.

— Fala pro Rafael ir lá eu estou sem saco pra isso hoje. — Ela sai sem falar mais nada e me deixa sozinho.

— Qual foi Biel, o que sua irmã está fazendo com o Gu? Achei que você tinha proibido ela de ficar com aquele lá. — Rafael se jogou no sofá ao meu lado e eu ri.

— Eu fiz isso porque você estava com medo de fazer, agora honre esse pau que você tem entre as pernas e chega nela caralho, parece mais uma moça. — Ele era a fim da minha irmã mas tinha medo de falar com ela, daí o babaca aqui que tinha que fazer esse papel.

— Sabe to cansado vou chegar nela mesmo, se ela não me quiser eu pego a Alice.

— Já falei que a Alice não. — Digo irritado.

— Esqueci que você está de olho nela. — aperto minha mandíbula e fecho minhas mãos em punhos. — K.o ta Biel, to até saindo.

— Chama os vapo pra agitar essa merda aqui e vai lá na associação, to subindo qualquer coisa passa o rádio. — Ele assentiu e eu meti o pé, quando eu estava entrando a Alice estava saindo com uma saia curta na frente e comprida atrás, com uma blusinha apertada e um all star.

— Onde você está indo? — Perguntei entrando na frente dela.

— Falei que ia encontrar meu namorado lembra? — Eu a pressionei na parede e cheguei perto de seu ouvido, seu perfume era estonteante.

— Acho que não. — Sussurrei e ela resmungou.

— Mas você disse que eu podia fazer o que quisesse. Meu namorado está me esperando.

— Foda-se, já mudei de ideia. Pode voltar pra dentro. — Ela olhou pros dois lados, antes de me dá um belo chute no saco e sair correndo. Ela vai se arrepender por isso!

Domando o vagabundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora