Lado criminoso

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Gabriel Narrando

A Alice tinha feito o que eu pedi e resolveu ficar o fim de semana na casa dos seus pais, garanti a ela que não ia fazer nenhuma merda. Menti? Óbvio! Já estava tudo esquematizado pra entrarmos no morro, o Pretinho tinha chamado uns amigos da quebrada dele que ia junto com a gente, hoje eu pego o Diguinho nem que seja a última coisa que eu faça nessa vida.

- E aí? Tudo de boa? - Perguntei pro Rafa assim que entrei no carro.

- Sim, segura essa aí. - Ele botou minha pistola dourada na minha mão, Ah caralho quanto tempo não sinto esse peso e poder.

- Onde você achou? Caralho estava com saudades. - Vi se estava carregada e puxei a trava.

- O pretinho conseguiu recuperar, o cara é foda. Falou que ia esperar a gente na rua atrás do morro.

- Cara tem tanto tempo que não seguro uma arma, quero logo da uns tiros. - Meu lado criminoso estava de volta e isso era uma delicia.

- Hoje você vai distribuir bala. - Dei partida no carro e pisei no acelerador. Eram duas da manhã então a pista estava tranquila, estacionei onde tínhamos marcado com o Pretinho.

- Oh chefe que saudades cara. - Ele falou e me abraçou.

- Também estava braço, ainda hoje o morro vai ser seu cara. - Ele me olhou confuso, e apertou meu ombro.

- Que papo é esse Biel?

- É isso mesmo, vou passar o cargo pra você. - Ele abriu o maior sorriso e me abraçou todo feliz. - Mas é pra cuidar da comunidade em.

- Chefe? Caralho quando tempo mano. - O Paulo pulou em mim e me abraçou.

- Caralho você cresceu em. - Falei e ele riu.

- Porra mano já estava na hora de vocês pegarem o morro né? O Diguinho ta esculachando os moradores. - Filho da puta, sabia que ele ia fazer merda esse cara é um babaca.

- Ele está sendo nossos olhos no morro patrão.

- Os moleques estão todos dormindo, o Diguinho ta no depósito. - Dei os comando de onde cada um iria subir, eu fui com o Paulo, e os outros se dividiram também em dois. Peguei um fuzil e minha pistola, hoje eu queria esbanjar talvez seja meu último dia segurando uma arma dessas, vou estourar todos que aparecerem na minha frente, ouvi uma sessão de tiros e sorri.

- A brincadeira começou Paulo. - Ele também sorriu e me abraçou mais uma vez.

- Você ta meio gay hoje mano. - Ele se afastou e passou a mão pela minha blusa.

- Desculpa, é que eu estava com saudades né. - Bati no braço dele, peguei meu celular no bolso.

- Se liga no meu moleque. - Mostrei uma foto da Alice e do Miguel pra ele.

- Caralho, que lindo, grandão também em. - Ouvi um estouro perto e me liguei.

- Fique atento, vou subir boa sorte cara. - Falei.

- Boa sorte. - Sai correndo pelos becos e dei de cara com o Tomás um amigão do Diguinho.

- Loirinho? Então é você né desgraçado vou... - Dei nem tempo dele terminar antes de descer a bala nele que caiu com os olhos abertos.

- Vai com o diabo filho da puta. - Peguei sua pistola e botei na cintura, passei pisando no merda. E fui em direção ao depósito, eu não podia sair entrando pois não sabia quantos tinham lá dentro então resolvi ir por cima. Subi na lage vizinha e pulei pra do depósito, fui até a escada e tentei ouvir quantas pessoas falavam, só podia ouvir o escândalo do Diguinho.

- Matem esses filhos da puta que querem meu morro, BORA saiam daqui seus merdas, desgraçados. - O babaca não sabe como tratar os próprios 'funcionários'? Olhei lá pra baixo e vi uns três caras saindo. Nem pensei antes de descer correndo, pulei dando um susto nele.

- Diogo. - Gritei e ele me olhou com os olhos arregalados.

- Você? Mas como? - Sorri e apontei a pistola pra ele.

- Digamos que tenho contatos, e dos bons. Achou que ia me pegar seu desgraçado de merda? - Cheguei pertinho e apontei a arma em sua testa, pois é eu tinha pego ele despreparado. - Já te disseram que nunca se anda desarmado?

- Você foi esperto em? Conseguiu me pegar em um momento de fraqueza, sempre um metro de distância a minha frente. - Sorri e balancei a cabeça.

- Pois é, você sempre muito incompetente para me deter. - Abaixei a arma e enfiei em sua boca, fui andando até sua cabeça está encostada contra a parede, peguei uma faca em meu bolso.

- Sabe eu poderia te da um tiro e acabar logo com isso, mas acho que arma é tão sem graça pra matar quando se trata de um inimigo, agora a faca. - Levantei a faca e passei em frente ao seu rosto. - Com ela da pra sentir seu corpo sendo perfurada isso da mais emoção não... - Enfiei a faca em sua barriga e tirei bem devagar. -Não, acha? - Ele gemeu e botou a mão na ferida, enfiei a faca de novo e de novo, deixei ele cair no chão e me abaixei próximo a ele.

- Alguma coisa a falar pra talvez eu poupar sua vida miserável? - Perguntei meio sarcástico.

- Vá.. Se fo-deer. - Sorri.

- Adivinha? Resposta errada. - Fui com tudo e enfiei a faca em seu peito e a rodei, depois dei três tiros em sua cabeça, e limpei o sangue do meu rosto com a camisa.

- Gabriel. - Ouvi o Rafael gritar.

- Tô aqui. - Ele entrou correndo, e sorriu ao ver o corpo do Diogo.

- Caralho, era uma vez um Diguinho. - Dei uma gargalhada.

- Acabou? Algum dos nossos feridos? - Perguntei, e ele balançou a cabeça.

- Três, dois amigos do Pretinho um deles morreu, e o Paulo. Mas o Vítor levou ele pro hospital, não foi nada grave. - Ah graças a Deus, espero que ele saia dessa.

- E o Thiago? - Perguntei, Thiago era o Pretinho.

- Me chamou? - Ele falou entrando no depósito seguido de outros cinco caras.

- Eita, esse aí já era né. - Um cara careca disse.

- Mereceu. - Falei, e sentei em uma cadeira.

- Acho que tomamos o poder de novo.

- E acho que temos um novo dono aqui, espero que você tome conta da comunidade em. - Falei e ele sorriu.

- Pode ter certeza, mas você sabe que sempre será o dono disso tudo aqui. - Ele falou e geral veio pra cima de mim gritando.

- Sai caralho. - Gritei rindo e eles se afastaram.

- Se liga acho melhor nós irmos embora, antes que os canas suba pra saber que merda aconteceu, hoje mesmo eles devem tirar esses lixos do chão. Aí amanhã vocês voltam, talvez eu compareça ao recinto, pra vocês conhecerem meu moleque. - Falei e eles gritaram ainda mais.

- Qual o nome dele?

- Miguel. - Ficamos conversando mais um tempo e depois desci, estava precisando de um banho de verdade, eu só tinha me molhado rapidinho pra tirar o sangue.

Quando cheguei no apartamento fui tomar um banho, e depois guardei minha companheira no meu guarda-roupa, da minha arma eu não iria me livrar, vai que acontece algum imprevisto? Nunca se sabe, hoje eu ia dormir tranquilo, o morro iria acordar em nossas mãos novamente e o desgraçado já se encontrava numa outra vida espero que muito pior do que essa aqui. Pra completar tudo só faltava a Alice e o Miguel, mas eles eu iria ver amanhã, só não iria buscar eles agora pois estava muito tarde.

Domando o vagabundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora