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•​Dois meses após a prisão do Gabriel.

- Alice? Você está realmente bem? - O Edu perguntou enquanto segurava o meu cabelo pra mim por tudo que tinha comido pra fora.

- Sim Edu.

- Mas amiga você vem vomitando desde a semana passada. - Levantei dei descarga e fui escovar os dentes, nesses últimos meses eu tenho estado tão mal e estressada.

- Edu já falei que estou bem. - Deitei na cama e me cobri.

- Alice? - A Marta bateu na porta e eu mandei ela entrar, ela levou minhas roupas limpas e passadas pro closet.

- Marta posso fazer uma pergunta? - O Edu perguntou e eu franzi o cenho.

- Claro.

- Sabe, você tem filhos né? - Onde ele estava querendo chegar com essa pergunta? sentei e prestei atenção nele.

- Tenho dois.

- Quando você estava grávida deles, você sentia enjôo? Tipo comia algo ou sentia cheiro, pah, banheiro. - Tinha entendido tudo ele achava mesmo que eu estava grávida? Mas que doente, levantei e abri os braços.

- Pode parando aí, Eduardo não pense merda okay? - Falei e ele me olhou com uma cara feia.

- Alice temos...

- Eu disse pra parar. - a Marta riu e saiu do quarto. - Você acha mesmo que estou grávida? Onde está sua merda de cabeça?

- Alice você está com todos os sintomas de gravidez, acho que você deveria fazer um teste de gravidez. - Ah meu Deus, que idiota imagina se... não, alô Alice ele tem total razão. E se eu estiver realmente grávida? Do Gabriel, oh meu Deus não pode ser, só me faltava essa.

- Edu você acha mesmo? - Ele balançou a cabeça confirmando e riu.

- É isso aí gata, acho que vou ser titio e padrinho. - Senti meu rosto ficar gelado, e tive que sentar pra não cair no chão, grávida? Eu, de um cara que está preso e deve ficar lá por alguns anos.

- Alice? Meu Deus você está mais branca que o normal.

- Edu, isso não pode ser verdade, como? Liga pra farmácia e pede quatro testes. - Ele riu e levantou.

- Mas pra que quatro?

- Para ter certeza que isso é verdade. - Ele deu de ombros e pegou meu celular indo até a sacada do meu quarto, enquanto isso eu me joguei na cama e olhei pro teto, um bebê meu e do Gabriel? Ele não pode nem fodendo saber disso, vai que ele me obrigue a levar a criança até aquele lugar repugnante.

Faço uma nota mentalmente, a Júlia não pode ficar sabendo. Mas nem me preocupo tanto com isso pois nem temos mais nos falado tanto assim.

- Pronto. Agora é orar pra você está grávida.

- Cala a boca Eduardo. - Mais que idiota, desci e fui procurar algo pra comer.

Quando a campainha tocou eu corri até a porta, antes da Marta ter a chance de descer as escadas.

- Bom dia. - O entregador falou e sorriu retribui o sorriso e peguei o saquinho.

- Muito obrigada, fique com o troco. - Falei e fechei a porta na cara do garoto, desculpem mas eu estava muito nervosa pra pensar em educação. Fomos pro meu quarto e fiz todos os testes.

A espera pra saber o resultado era agonizante os minutos pareciam que não passavam.

- Acho que já podemos ver Lice. - Eduardo levantou e pegou o primeiro teste, eu estava torcendo para da negativo mas como a vida é contraditória deu positivo, e o próximo, o próximo. Mass calma a esperança é a última que morre ainda falta mais um.

- Parabéns você vai ser mamãe. - O Edu gritou e me abraçou, mas ao invés de sorri e pular de alegria eu chorei. Chorei com raiva por eu não ter usado preservativo, chorei pelo Gabriel estar preso, e chorei também por ter que criar um filho que o pai obviamente vai está preso e sem saber que a criança existe.

- Alice dê um sorriso.

- Como? O meu pai vai ficar furioso comigo, e o Gabriel? Porra Edu está tudo errado, a minha vida está uma verdadeira bagunça. - Ele deu um sorriso reconfortante e passou a mão pelo meu cabelo.

- A vida é feita de testes e desafios Lice agora chegou a sua vez de passar por isso. Olha eu vou estar com você em tudo que precisar, quando você for ao médico vou juntinho com você e segurar sua mão quando ouvirmos o coração do bebê. Vai ser mara, amiga. - Dei um sorriso fraco e abracei ele, eu amava tanto esse menino ele era um irmão pra mim.

- Cara eu te amo tanto.

- Ai minha linda eu também te amo, se eu gostasse de meninas pode ter certeza que ficaria com você. - Que babaca.

- Até parece que eu iria te querer né.

- Ah claro, o seu tipo é um loiro sarado e todo tatuado, né safadinha.

- Affs seu besta.

***

Gabriel Narrando.

Como já tinha previsto peguei doze anos de prisão, dei sorte porque sou réu primário e também tinha a mãe da Alice que era uma puta advogada, minha condicional sai em seis anos no máximo, vou continuar respondendo pelos crimes mas graças a Deus em liberdade. Toda vez que penso em ficar nessa cela por todo esse tempo me da uma grande agonia. Minha mãe ou a Júlia vinham me visitar sempre, mas por conta da humilhação que elas tinham que passar na hora de serem revistadas falei para elas não virem mais.

- Você acha que a Júlia e a Alice estão esperando nós lá fora? - O Rafael me perguntou, eu tive uma puta sorte pelo Rafael ter ficado na mesma cela que eu, ele pegou três anos de prisão tendo direito a condicional em dois.

- A Júlia com certeza, agora a Alice não meto fé, mas espero que ela toque a vida.

- Jura? Dúvido, você é o cara mais egoísta que conheço Biel.

- Ah foda-se Rafael não estou mais afim de falar sobre isso. - Ele riu e se apoiou nas grandes.

- Da pra vocês calarem a boca? - O outro cara falou, no total éramos em cinco na cela. Não fui com a cara de um todo perfurado, já arrumei uma treta com ele mas daí lembro que tenho que ter bom comportamento, quem diria eu tendo que ficar na linha. Quase arranquei a cabeça do malandro, achou que ia se criar pra cima de mim mas se fodeu.

Domando o vagabundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora