Alice Narrando
Mas que porra eu estava fazendo? Eu era apaixonada por esse homem, não podia deixar ele ir e da a chance dele ficar com a Paula.
- Gabriel. - gritei e ele parou e me olhou, não pensei duas vezes antes de correr até ele e passar meus braços pelo seu pescoço. - Eu quero muito ficar com você, eu te amo Gabriel, muito. - Falei e beijei sua boca, ele correspondeu e me apertou.
- Você está falando sério? - Balancei a cabeça e beijei seu pescoço.
- Nunca falei tão sério na minha vida. - Ele sorriu e beijou minha testa.
- Vamos lá pra casa? - Perguntei e abri um meio sorriso, ele me olhou por um momento e assentiu.
- Vamos. - Beijei ele uma última vez e me afastei, ele pegou minha mãe e entrelaçou nossos dedos.
Nós tínhamos pego um táxi que nos deixou em frente ao condomínio onde eu morava.
- Acho que seu pai não vai ficar muito feliz se souber que estou aqui. - Ele falou baixo, e eu sorri.
- Eu não estou nem aí pra ele. - Puxei ele pelo braço e subimos pro meu quarto, fiz uma nota mentalmente de que tinha que ligar pro Edu falando que tinha vindo pra casa. Gabriel e eu tomamos um banho juntos e depois fomos deitar.
- Gabriel? - Chamei depois de um longo tempo de silêncio.
- Oi?
- Por que você continua nessa vida? Não gostaria de mudar? - Ele suspirou e ficou em silêncio por um minuto.- Você acha que é só eu passar meu cargo de dono do morro e mudar de vida, que minha ficha na polícia vai estar limpa? - Mordi o lábio e fechei os olhos, ele tinha razão mas eu não sabia o que pensar tenho medo de perde ele.
- É tão complicado está com você, eu tenho medo de que aconteça algo. - sentei na cama e olhei em seus olhos, ele era tão lindo não consigo entender porque escolheu essa vida de merda. -Quantos anos você tem? - Perguntei e só aí percebi que não sabia essa informação tão comum sobre ele.
-Vinte e três.- Eita, vinte e três anos? Não consegui acreditar ele parece ser bem mais velho, acho que seu jeito de ser o faz parecer mais velho.
- Nossa pensei que tivesse mais idade.
- Todas pensam. - Já que estávamos tendo uma conversa racional, resolvi me aprofundar mais na sua vida.
- Por que você caiu na vida do crime? Tenho certeza que você tinha outras escolhas na vida. - Ele também sentou e se encostou na cabeceira da minha cama.
- Claro que tinha outras escolhas, todos tem. Eu fiz um ano da faculdade de contabilidade, tudo isso pago pelo meu tio dono do morro. Depois minha mãe tinha metido o pé com o marido, minha vó tinha morrido e meu tio tinha sido assassinado pelos canas, daí eu resolvi tomar o posto dele e me tornei a pessoa mais fria daquele lugar todos me respeitavam ou sei lá tinham medo de mim. - ele estava olhando pra um ponto fixo no chão, já não estava mais comigo e sim viajando nas lembranças. - Eu gostava daquele poder todo Alice, sempre gostei de ser o chefe e ter respeito e depois da primeira vez que matei uma pessoa já não ligava mais pra nada, se pedissem pra eu matar?! Matava sem medo ou ressentimento. Agora? Não tem como eu largar isso tudo sem ser preso e mofar atrás das grades...
-Ou ser morto como aconteceu com seu tio? - Ele finalmente olhou pra mim e franziu a testa.
- Não tenho medo de morrer. - Ele estava tão frio nesse momento, me olhando como um psicopata e isso me deu um frio no estômago.
- Ta vamos mudar de assunto, eu só espero que você mude de vida. - Ele agarrou meus braços e olhou bem nos meus olhos.
- Não se iluda pensando que vou mudar de vida por você Alice, aquele morro é a minha maldita vida.- Percebi que esse é um trabalho quase impossível, mas não vou desistir dele eu o amo demais.
- Não estou iludida, você é a pessoa mais cabeça dura que conheço. - Cansei dessa conversa então deitei e me cobri. Como eu vou ficar com uma pessoa que não pode ser vista em público? Que corre o risco de a qualquer momento ser morto ou preso? Porra isso vai ser mais difícil do que eu pensava, espero que nada de ruim aconteça a ele.
- E outra coisa. - ele sussurrou no meu ouvido e me abraçou. -Eu também te amo, minha gatinha.- Sorri e me aconcheguei mais em seu corpo quente, nesses últimos dias que ficamos separados eu não tinha dormido muito bem. Acho que era falta dele pois já tinha me acostumado a não dormir mais sozinha, ter ele ao meu lado era a melhor coisa do mundo.
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Domando o vagabundo.
Storie d'amoreCOPYRIGHT TODOS OS DIREITOS RESERVADOS (SE POSTAR SEM AUTORIZAÇÃO EM OUTRA PLATAFORMA SERÁ DENUNCIADO(A) POR PLÁGIO) Alice Martins é mandada para o morro do Vidigal como castigo quando seus pais vão para outro país em uma viagem de negócios. A meni...