Sentimentos

11.3K 1K 56
                                    

Alice Narrando

Eu sai de casa sem ninguém me ver precisava ficar um pouco sozinha, fui até a lage onde o Daniel tinha me levado na última vez que nos vimos, eu não tive mais notícias dele ele nem atendia minhas ligações nem nada, fico olhando pra paisagem linda que temos daqui.

Quando deu dez da noite resolvi voltar pra casa pois estava com fome, assim que entrei em um beco uma garota parou na minha frente.

- Oi lembra de mim?

- Não. - Respondi e olhei ela com mais atenção.

- Paula, lembra?

- Ah claro a menina que ficou com ciúmes do Gabriel né? - Sorri mas ela não, uma outra garota entrou e me agarrou por trás eu me debati.

- Me solta, o que vocês querem hein? - Perguntei.

- Quero que você fique longe do Gabriel, ele é meu ouviu? To sabendo que você anda por aí falando que ele é seu namorado. - Tentei me soltar de novo.

- Eu não quero ele, mas se eu quisesse tenho certeza que teria ele só pra mim. - Debochei e ela me deu um tapa na cara e a garota que estava me segurando riu.

- Me solta. - gritei. - Me bater enquanto eu estou presa é mole né, sua puta favelada. - Ela me bateu de novo e senti gosto de sangue na boca quando mordi minha língua, apanhando por causa de homem isso é novidade pra mim.

- Você. Nunca. Mais. Vai... - A cada palavra ela me dava um tapa, eu aproveitei que a outra garota estava me segurando e dei um chute na barriga dela fazendo ela perde o equilíbrio.

- Garota você está fodida. - Na hora que ela ia me bater de novo eu mordi o braço da outra até sentir meus dentes entrarem em sua pele ela gritou e me empurrou fortemente perdi o equilíbrio e bati de cara no muro de uma casa e senti o sangue descer pelo meu rosto.

- Caralho Joyce, vamos embora anda. - Tirei a minha blusa ficando só de sutiã e a botei sobre o meu supercílio que não parava de sangrar. Fui o mais rápido pra casa e abri a porta batendo ela de novo e indo direto pra pia do banheiro.

- Que porra aconteceu com você? - O Gabriel falou assim que viu meu rosto pelo reflexo do espelho.

- Duas selvagens me bateram por causa de você, quanto mais os dias passam mais eu odeio tudo nesse lugar. - O sangue não parava de escorrer, o Gabriel me virou e desligou a torneira. Ele pegou minha camisa da minha mão e limpou meu rosto.

- Vem cá. - deixei ele me levar pra sala e sentar no sofá. - Quem fez isso com você Alice? - Ele estava mais sério que o normal e pela primeira vez me chamou de Alice.

- Foi aquela garota... A tal de Paula. - Ele cerrou os dentes e seu rosto ficou vermelho.

- Ela vai se arrepender por ter te machucado gatinha. - Ele pegou o celular em cima da mesa e discou um número.

- Otávio vai até a Thaís e pede pra ela vir aqui em casa rápido. - Ele desligou e voltou sua atenção pra mim.

- Acho que isso vai precisar de alguns pontos, está bem feio.

- Vou ficar parecida com o Frankenstein, cheia de pontos no rosto. - ele sorriu e passou a mão pelo meu rosto. - Ela só me bateu porque pensou que eu era sua namorada, ela e aquela porca gorda.

- Desgraçada, ela nunca mais vai encostar um dedo em você gatinha. - O interfone tocou e ele levantou pra abrir a porta, uma mulher parecendo está em seus quarenta anos entrou e me olhou.

- Eita, o que aconteceu?

- A Paula bateu nela. - A mulher chegou ao meu lado e segurou meu queixo observando meu supercílio.

- Só ela conseguiu fazer isso?

- Não, uma outra garota me segurou pra ela me bater.

- Covarde! Acho que uns cinco pontos basta. - Ela botou uma luva e pegou um tipo de agulha bem grande e uma linha grossa preta.

- Meu Deus, você não vai fazer isso em mim né? Eu preciso ir para um hospital.

- Ela é médica gatinha não se preocupe.

Demorou uns vinte minutos até ela finalmente acabar, eu não parei de reclamar e falar o quanto aquilo era irresponsável e uma loucura.

- Viu Alice já acabou. Então aqui estão alguns remédios pra dor pois tenho certeza que vai ficar com um pouco de dor de cabeça, tchau e melhoras. - Ela deu um beijo no rosto do Gabriel e saiu, ele veio até a mim e me segurou pela cintura me botando sentada no balcão da cozinha.

- Me diz como era essa amiga da Paula.

- Joyce. - Eu conseguia vê a raiva em seus olhos.

- O que você vai fazer com elas? - Perguntei, ele passou a mão pela minha perna e me olhou.

- Nada demais, só um aviso pra elas ficaram longe de você. Eu não quero que nada aconteça a você gatinha. - Eu abracei ele surpreendendo a ele e a mim mesma, agi por impulso precisava sentir seus braços ao meu redor.

Eu estava começando a gostar da sua companhia, acho que estava começando a descobrir um sentimento a mais por ele.

Domando o vagabundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora