Enlouquecedor

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Alice Narrando

Eu já estava com seis meses de gestação, fui ao médico várias vezes pra tentar ver o sexo do bebê e nada ele ou ela sempre botava a perninha na frente, depois que contei pros meus pais eles aceitaram super de boa e ainda ficaram mega felizes. Eu fui ficando cada vez mais animada com a gravidez e só estava esperando saber logo de uma vez qual era o sexo para comprar o enxoval. Eu finalmente tinha dado uma chance pro Felipe e eu estava gostando dele cada vez mais, mas infelizmente esse gostar nem se comparava ao amor que eu tinha pelo Gabriel, mesmo com todo esse tempo longe eu ainda o amo tanto.

- Vamos Lice. - O Felipe falou e pegou a chave do carro dele.

- Cadê o Edu? - Perguntei enquanto saímos de casa, ele pegou minha mão e beijou os nós dos meus dedos.

- Ele te ligou e falou que encontra a gente lá. - Entramos no carro e ele deu partida.

***

Quando chegamos a clínica o Edu já estava lá esperando por nós, abracei ele e sentei esperando a doutora me chamar. Assim que chegou minha vez entramos nós três.

- Vamos ver se esse neném vai tirar a perninha da frente hoje? - Eu sorri e sentei na cama.

- Espero que sim, estou doida para comprar o enxoval. - Falei animada e levantei minha blusa, ela passou o gel gelado na minha barriga e começou sua caça ao sexo do meu bebê, a ultra era em 3D assim ficava mais que perfeito. Ela foi abaixando até abrir um sorriso.

- Te peguei. - Ops.. Esse 'Te peguei' me lembra muito uma pessoa e isso me incomoda.

- Já sabe? - O Edu perguntou ansioso e começou a comer a unha.

-Sim... Parabéns mamãe você vai ter um menino. - Oh meu Deus, um príncipe o que eu mais queria, todos queriam menina.

- Obá está por vim um Leandro. - Olhei pro Edu e revirei os olhos.

- Eu nunca botaria o nome do meu filho de Leandro. - Falei, a doutora limpou minha barriga e me ajudou a descer.

- Só vou fazer alguns exames e vocês podem ir okay? - Assenti e me sentei.

- O que você acha de ser Junior Felipe? - O Felipe perguntou e eu balancei a cabeça.

- Vai ser Miguel. - Ele fez uma careta e deu de ombros, já estava decidido seria Miguel. Estava tão ansiosa para conhecer a carinha do meu baby.

- Por que não faz a vontade do pai? Junior Felipe é um nome muito bonito. - A médica perguntou e eu franzi o cenho.

- Ah ele não é o pai, e eu gostei de Miguel, amiga. Tem que ser o que a mãe quer né? - O Eduardo falou e eu agradeci ele mentalmente, só que não era necessário ele falar assim sobre o Felipe, ele estava sempre ao meu lado.

- Desculpe, bom Alice está tudo bem os exames estão ótimos e o Miguel está bem próximo a chegar. - Eu sorri, e fiz algumas perguntas antes de irmos embora.

- Bem desnecessário você falar que não sou o pai né Eduardo. - O Felipe rosnou e o Edu deu de ombros.

- Nunca é tarde para lembrar. - O Eduardo odiava o Felipe desde uma briga que eles tiveram.

- Cala a boca babaca.

- Chega vocês dois okay? Felipe agora eu vou embora com o Edu então, tchau te ligo quando chegar em casa. - Ele me olhou pasmo e fechou a cara, não podia fazer nada né primeiro a amizade depois o namoro.

- Pode ser, se cuida. - Ele me deu um beijo nos lábios e saiu.

- Cara não entendo porquê você está com esse cara.

- Eu gosto dele Edu você poderia pelo menos evitar ele e essas brigas idiotas. - Ele fez uma careta e cruzou os braços com raiva.

- Eu não gosto dele e ponto final. - Não tem o que fazer em relação a esses dois, eles se odeiam e acabou.

Gabriel Narrando.

- Anda logo suas antas. - Gritei pros otários que estavam na fila pra pegar a refeição, eu estava a três meses ajudando na cozinha pois era a melhor coisa a se fazer nessa merda de lugar, você na cozinha pode ter a melhor comida.

- O que é isso aí? Vocês não sabem cozinhar nessa merda? - Eu sorri e peguei uma colher de puré botando no prato do cara que estava reclamando.

- Isso aqui é catarro de todos nós, fique a vontade e se delicie seu idiota. - Ele apontou a colher na minha direção e fez cara feia.

- Você é um metido da porra seu idiota, acho bom dormir com um olho aberto e outro fechado. Vai que um passarinho corte sua garganta enquanto dorme? - Me apoiei no balcão e me aproximei dele.

- Ta me ameaçando? Quer apostar quem cai primeiro?-  Ele pegou sua bandeja de comida e saiu enquanto me olhava, na próxima ele vai verdadeiramente comer catarro.

- BORA. - Gritei pro próximo, depois de por a comida de todos os filhos da puta finalmente pude comer em paz. Bom quase em paz...

- Ei babaca. - Assim que virei o rosto o idiota de antes que reclamou da comida acertou meu rosto com um belo soco.

- Agora eu acabo com você. - Ele falou e quando ia me bater de novo eu peguei a bandeja que tinha caído ao meu lado e acertei com tudo em seu rosto. Ele cambaleou e eu já fui pra cima dele socando sua barriga.

- É isso loiro acaba com esse velho safado. - O Hugo um colega de cela gritou e bateu no balcão, o cara levantou e bateu minha cabeça contra a lateral da bancada e eu senti um líquido quente escorre pelo meu rosto.

Agora ele estava fodido. Sem ele ver peguei meu garfo, e fui pra cima dele nós caímos no chão eu por cima nisso enfiei o garfo em seu olho, ele deu um grito muito alto e tentou tirar o garfo que agora enfeitava sua cara feia.

- Você caiu primeiro, desgraçado. - Chutei sua barriga e levantei.

- Meu Deus. - O guarda gritou e um outro agarrou meus braços.

- Vamos lá Gabriel. - eu sorri e sai andando. - O que acha de pensar um pouco sobre a vida? - Ele me jogou na solitária, onde a minha única companhia era um balde velho e fedorento onde servia de privada enquanto estávamos aqui.

Acho que seria bom pensar um pouco sobre a vida enquanto estava aqui sozinho.

Mas aí as horas foram passando o calor aumentado o ódio de todos ficando cada vez mais presente e fora minha cabeça que doía e o sangue que havia secado. E parecia que eu ia enlouquecer, andei de um lado a outro pensando no quanto eu era idiota por ter deixado aquele merda me tirar a paciência.

- Porra me tira daqui seus desgraçados. - Gritei e bati na porta de ferro muito grossa.

- Cala a boca seu verme. - o guarda gritou do outro lado da porta. - Pense mais um pouquinho amorzinho. - Ele falou e riu.

- Você faz isso porque tem uma puta porta separando nós dois, se não tivesse eu ia bater a merda fora de você seu bosta. - Gritei e soquei a porta, ele riu e abriu a janelinha mínima que tinha.

- Já mandei calar a boca. - Sem pensar eu cuspi na cara dele, e sorri.

- Vai se foder. - Rosnei e ele fechou a janelinha com toda a força.

- Maldito, vai ficar aí por mais uma semana.

- Eu duvido, você não tem poder pra isso. - Gritei e chutei o balde, isso era enlouquecedor. Eu precisava sair daqui.

Bom estou correndo com a história pois o Gabriel já está prestes a ser solto e pra isso acontecer o tempo tem que passar e os anos também. Estou doida pra soltar a fera mais linda desse mundo. #Biel.. Beijos AMADOS

Domando o vagabundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora