Namoradinha

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Alice Narrando

- Alice.

- Oi mãe. - Sentei no sofá e liguei a TV, o Gabriel estava na empresa e o Miguel no colégio então isso aqui estava muito silêncioso. - Vou pegar a Mel mais tarde.

- Eu acho melhor você vir até o consultório do dr. Xavier. - Ah não, Xavier era o veterinário da Mel e se ela foi levada pra lá, o negócio não era bom.

- O que aconteceu com ela? - Perguntei, troquei de roupa rapidinho e calcei o chinelo saindo de casa correndo.

- Ela está mal Alice e o Xavier disse que.

- Não termina okay? Ele não tem que achar nada mãe. - Entrei no táxi e mandei ele ir o mais rápido possível, assim que chegamos em frente ao consultório, entrei correndo.

- Alice que bom, que chegou. - Segurei os braços dele e o balancei.

- Diga que ela vai ficar bem, por favor. - Xavier era um homem muito bonito, nos seus trinta anos, negro e com os olhos castanhos.

- Não posso te da falsas esperanças Alice. - mordi meu lábio pois ele já estava tremendo. -Me acompanhe.

Segui ele até onde a Mel estava, cheguei perto da caminha onde seu corpinho peludo estava, ela respirava com dificuldades. Meu bebê já estava tão velhinha, sua cegueira e surdez ferraram com sua saúde.

- Meu anjinho, mamãe está aqui. Eu te amo muito, nunca se esqueça. - Falei em sua orelha, ela lambeu minha mão e isso me levou ao choro.

- Calma Alice, ela está muito debilitada. Ela passou por muitas coisas. - O Xavier falou e me abraçou. Quando voltei minha atenção pra Mel novamente ela já não respirava mais.

- Ela... Ela.. Ah não Caio ela me deixou. - Abracei seu corpo agora sem vida e chorei todas as reservas de lágrimas que tinha.

- Calma, senta aqui. - Sentei na cadeira e limpei minhas lágrimas. Caio (dr. Xavier) chamou seu ajudante e pediu pra levar a Mel da sala.

- Sinto muito Alice.

- Eles não deveriam morrer nunca, e agora? Vou entrar em casa e ela nunca mais vai vim pular de felicidade.

- Você pode ter outra cadela.

- Não quero, nunca vai ser a mesma coisa e não estou a fim de sofrer novamente. - Ele passou a mão pelo cabelo.

- O que você quer fazer? Enterrar, cremar ou deixar por nossa conta. - Amarrei meu cabelo e respirei fundo.

- Eu amei muito ela pra deixar pela conta de vocês, quero cremar e uma caixinha muito linda e rosa pra por suas cinzas. - Ele assentiu e escreveu o que eu havia dito. Assim que sai da sala dei de cara com o Gabriel.

- O que você está fazendo aqui? - Perguntei.

- Sua mãe me chamou, o que aconteceu? - Abracei ele o mais forte que consegui.

- A Mel, ela me deixou Gabriel. - Ele beijou minha testa e me afastou o suficiente pra poder olhar em meus olhos.

- Sinto muito gatinha, vem vamos embora. E pelo amor de Deus fique calma.

- Não, e ela?

- Pode ir, você vai querer assistir a cremação? - O Caio perguntou.

- Não, só vou querer a caixinha mesmo. - Ele assentiu e saiu da sala.

- Vamos. - Gabriel pegou minha mão e me levou até o carro. - Ainda bem que seu pai me emprestou o carro dele né.

- Tem que ir buscar o Miguel. - Falei e entrei no carro, botei meu óculos escuro e encostei a cabeça no vidro do carro.

- Porra Alice, bota um sorriso no rosto aquela cachorra viveu pra caramba. - Tirei o óculos e fuzilei ele com o olhar.

- Não fale assim dela Gabriel. - Ele sorriu e balançou a cabeça.

- Quando se trata dessa cachorra você muda, ela é um animal Alice. É não! Era né. - Bati no braço dele e Bufei.

- Cala a boca, você está me irritando já.

- Pare de me bater, vou te denunciar a lei Mário José em. - Soltei uma risada e balancei a cabeça, só esse garoto mesmo pra me fazer sorri.

- Você é tão idiota.

- Mas é Alice, você já está se acostumando a me bater. Você pode achar que não mas seus tapas doem.- Virei pra ele, e cutuquei seu braço.

- Mas é pra doer. - Gabriel estacionou o carro em frente ao colégio do Miguel e saiu.

Meu celular começou a tocar era a minha mãe.

- E aí? - Perguntou assim que atendi.

- Ela não resistiu.

- Desculpe meu amor, por não ter te esperado.

- Tudo bem. - O Miguel veio correndo e entrou no carro.

- Mamãe. - Ele gritou e eu me despedi da minha mãe e desliguei.

- Oi meu anjo. - Ele me deu um beijo na bochecha e voltou a sentar, o Gabriel botou o cinto de segurança nele e retornou a direção.

- Hoje a Lalissa me deu um beijo. - O Gabriel me olhou e arregalou os olhos.

- Um beijo? Onde Miguel? - Perguntei e me virei pra poder olhar pra ele.

- Na boca, ela é minha namolada. - Abri a boca pasma.

- Miguel, você não tem idade pra ter uma namorada, então pode parando com isso ouviu? - Falei, onde esse mundo ia parar? Meu Deus.

- Deixa ele Alice, é isso filhão tem que pegar mesmo as novinhas.

- Gabriel, dê um exemplo que preste pelo amor. - Ele e o Miguel riram e eu revirei os olhos... Homens!!

Domando o vagabundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora