Capítulo 1

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Capítulo 1 - proposta aceita

MELANIE

— Eu aceito — digo rápido, com medo de voltar atrás e desistir da ideia.

— Muito obrigado, Mel. Você não sabe o alívio que estou sentindo. — Felipe diz e solta o ar que estava prendendo.

Sim, eu aceitei a proposta do meu amigo.

Basicamente, consiste em noivar com ele, para que consiga o cargo na empresa de seu pai — estranho, já que Felipe é filho do dono e teria o direito de ter o cargo sem necessitar fazer algo em relação a isso.

Mas a única condição que lhe foi dada para assumir seu posto de CEO seria noivar com alguém, ele soube disso tem um tempo, alguns meses atrás. Tentou mudar algo na papelada para não precisar cumprir o que lhe pediram, porém foi um fracasso total. E, enquanto ele estava dando um jeito de tentar resolver, Felipe parou com as noitadas. Se ele ficou com alguém, foi muito bem escondido.

Eu sei que provavelmente teremos que nos beijar na frente das pessoas, e não é uma coisa que eu queira. Não que ele não seja bonito ou algo assim. No entanto, ele é muito meu amigo. Será estranho ter que beijá-lo.

— De nada. Sabe que pode contar comigo — dou-lhe uma piscadela, apesar de ainda estar nervosa.

— Imaginei — seu sorriso ladino é lindo e me distrai um pouco do que estamos fazendo aqui. — Ouça, Mel, antes de tudo, é você que escolhe — ele muda o assunto. — Óbvio que eu quero que você aceite, mas irei respeitar sua vontade — desvia seus olhos dos meus. — Se você não quiser fazer isso, pode desistir agora. Caso contrário, ficará comigo até o prazo estabelecido. E irá usar esse anel, como se eu a tivesse pedido em casamento formalmente.

Felipe mostra uma caixinha que contém uma aliança de noivado, mas eu não reparo direito nela.

— Eu vou te ajudar, já disse. Pode ficar relaxado, vai ser um bom negócio para mim, também. E, quanto a esse anel, não prefere convocar um jantar e me pedir? Podemos falar que estávamos ficando casualmente, daí virou namoro e depois você faz um discurso e me pede em casamento na frente de todos — dou a dica, ciente de que, se aparecermos noivos sem nunca terem nos visto como namorados, será suspeito.

— Pensei que era tímida e envergonhada. Estou errado então? — ele me fita com os olhos brilhando de humor e algo mais que não consigo decifrar.

— Eu sou. Mas queremos que pareça verdadeiro, e tendo testemunhas será melhor — justifico. — E sem contar que minha faculdade está em jogo. Eu quero fazer tudo certo para te ajudar e assim obter a recompensa de maneira justa — digo séria, com os olhos compenetrados nos dele e vejo um pequeno lampejo de decepção em seus olhos.

Como irei ajudá-lo, ele irá quitar minhas dívidas da faculdade, as quais estou devendo e as próximas. Isso foi um ótimo argumento dele para eu decidir aceitar toda essa farsa.

Não consegui pagar a faculdade porque meus pais não gostam da profissão que escolhi: farmácia. Para falar a verdade, eles não iam gostar de qualquer outra área que eu entrasse. Eles queriam que eu fizesse administração para poder dar continuidade à empresa deles, então ficaram revoltados por eu escolher outra área, porém não me importei com as opiniões deles. Meus pais não podiam me manipular a tal grau de minha vida. É meu futuro, minha profissão. E como eles não liberaram verba para eu cursar farmácia, fui atrás de emprego. No entanto, eu não durava muito neles. Minhas habilidades são limitadas, não é em qualquer emprego que eu conseguia ficar e receber a quantia para custear meus estudos e minha vida, já que eles não dão dinheiro nem para minhas despesas.

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