Capítulo 21

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~MELANIE

Olho chocada para Theo e o cara que ele estava beijando antes de eu interrompê-los.

— Mel... eu posso explicar.

Saio do estado de choque e olho confusa pra ele.

— Não precisa explicar nada. Desde quando me deve satisfação? Eu só fiquei... hum, surpresa.

O cara que estava aos amassos com meu cunhado olha nervoso para mim, como se realmente me devesse alguma coisa.

— Gente, está tudo bem — tranquilizo-os. — Alguém sabe sobre...?

— Sim. Minha família sabe — Theo responde, fazendo-me recordar da conversa que eu escutei dele com Felipe dias atrás. — Mas não é por isso que aceitam.

Franzo o cenho preocupada.

— O que quer dizer com não aceitam? — questiono.

— Não aceitam, ué — dá de ombros. — Minha mãe e avó não ligam muito, mas meu pai...

Meu coração dói por ele e, num instinto estranho, vou até Theo e o abraço, tentando passar algum conforto. Seus braços me rodeiam gentilmente, fazendo eu ficar confortável em seu abraço.

— Está tudo bem, não se preocupe com isso, ok?

Afirmo com a cabeça e me separo dele, logo recordando o motivo de eu ter vindo.

— Felipe disse para eu trazer esses papéis e avisar sobre a reunião que vai começar em — checo o relógio em meu pulso. — Três minutos — acrescento.

— Certo, obrigado, Melzinha.

Aceno sem-graça para o cara loiro — um loiro muito lindo, diga-se de passagem —, e saio da sala dele, indo para a minha.

No meu horário de almoço, eu passo num restaurante perto para comer e, como tenho tempo de sobra, mando uma mensagem para que Estela venha me encontrar, coisa que ela faz em tempo recorde.

— Eu estava passando aqui perto — justifica quando comentei sobre sua vinda rápida.

— Tava com o boy? — abro um sorriso malicioso.

— Não. Já terminei com ele faz tempo.

— O quê? — olho assustada para ela.

Nossa conversa é interrompida pelo garçom, que vem anotar nossos pedidos. Eu peço o prato principal e Estela pede um hambúrguer com fritas. O garçom anota na caderneta e vai atender outra mesa.

— Eu queria era esse garçom de almoço — minha amiga sussurra pra mim enquanto seca o moço, levando-me a gargalhar dela.

— Dê um tempo de paqueras e arranje um tempo para você, porque você precisa — aconselho, mesmo sabendo que ela não irá segui-lo.

— Não seja assim, eu não consigo ficar mais de dois dias sem beijar alguém.

— Na minha cabeça, você é uma pessoa altamente pervertida e viciada em sexo — digo sinceramente e ela ri.

— Não é coisa da sua cabeça, são só verdades. Mas...

Meu sorriso murcha quando vejo a feição triste dela.

— O que foi? — pergunto, com o cenho franzido e preocupada.

— Eu cansei disso. Desse negócio de pegação.

— Não entendi.

Ela solta um bufo, realmente fadigada.

— Sei lá, eu só cansei desses caras que só querem 'você sabe o que', sem compromisso nenhum. Eu me sinto um pouco sem valor.

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