Capítulo 33

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~MELANIE~

Depois de uma semana, as coisas pareceram melhorar no mundo dos negócios.

A mídia soube da minha volta com Felipe quando nós dois saímos para almoçar fora dois dias depois da nossa reconciliação. Na tarde seguinte, eu fui abordada por alguns paparazzi na porta da empresa de meus pais. Como eu não conseguiria escapar de lá, eu acabei respondendo algumas perguntas deles em troca de eles me deixarem passar sem problemas para dentro da empresa.

Foi até fácil falar que houve um contratempo quando rompemos, mas que agora estava tudo certo, pois resolvemos o pequeno problema. Quando me questionaram a respeito dos boatos de que eu era agredida por meu namorado, eu neguei e disse que nunca fui tão bem tratada e cuidada como sou por Felipe.

Os embustes ainda insistiram na conversa, alegando que eu estou tentando proteger os Guettman's e disseram-me que seria melhor que eu os denunciasse logo.

Então, sem saída alguma, eu lhes disse que amo meu noivo e que eu não seria capaz de proteger gente que agride alguém, seja física ou mentalmente.

Depois disso, um dos seguranças veio ao meu encontro e me ajudou a passar pelos paparazzi, levando-me até a pequena sala que ocupo no mesmo andar que meu pai.

Já meu relacionamento com Felipe está de bem a melhor, tanto que eu me mudarei para o apartamento dele nesse final de semana. Eu não resisti quando ele me chamou para morar lá, aceitei na hora com um sorriso muito satisfeito no rosto.

— Eu preciso falar com você — Estela avisa, tirando-me completamente de meus devaneios.

Já é noite de segunda-feira e nós duas estamos na minha cama, conversando amenidades. Porém, após a sua última fala, acho que a amenidade acabou.

— Diga — peço, olhando atentamente para ela.

— Eu fiquei com o Chris — soltou a bomba, sem ao menos explicar o contexto por trás disso.

— Como é?

— Então... a gente estudou junto no fundamental e não nós reconhecemos de imediato. Estranho, né? — ela dá uma risadinha enquanto eu ainda fico perplexa.

— Você ficou com aquela coisa? — grito, inconformada.

— Ei, calma lá, ok? Eu sei o que ele fez pra você, mas sei também os motivos dele. Você deveria escutá-lo quando ele tenta falar com você.

Eu sei ao que ela se refere: ao fato de que, sempre que Christofer tenta conversar comigo, eu desconverso, fujo, ignoro ou saio correndo. Era mais forte do que eu.

Não tenho sangue de barata para simplesmente aceitar que Chris me tocou à força duas vezes, em dois dias seguidos, com a desculpa de que era para alterar os papéis, os quais diziam que Felipe teria de casar para assumir a empresa como CEO.

Não descia, independente de qual foi a intenção dele ao fazer isso.

Custava muito chegar para Felipe e dizer que ele estava procurando mudar a papelada? Custava ter apenas conversado comigo naquele dia do jantar e falado que não era necessário casar?

Eu realmente não entendia e não me esforçava também para entender, porque eu fiquei um pouco traumatizada com o fato, tanto que, quando Alexandre ficou muito perto de mim na manhã antes do jantar, meu primeiro impulso foi repeli-lo, com medo de ele tentar me agarrar.

Isso, na verdade, foi o que fez eu me desinteressar por ele.

Eu não posso negar que fiquei atraída por Alexandre, porque senão eu estaria mentindo. No começo, quando o conheci na empresa, é óbvio que eu não deixei de reparar nele, pois ele estava muito bonito. O impacto que senti ao vê-lo foi muito forte, mas esse impacto morreu quando Alexandre me segurou — com os braços rodeando minha cintura para me firmar no local — na manhã seguinte a que Christofer tentou se forçar para cima de mim.

— Ficaram quantas vezes? Como isso foi acontecer, Estela? — pergunto indignada.

— Não fique brava, por favor. Ficamos uma vez, mas foi só — explica. — Nós nem chegamos a transar, e isso nem vai acontecer, ok?

— Então você quer que eu acredite que não vai mais ficar com ele?

— Não é como se eu ou ele estivéssemos apaixonados, ok? Foi coisa de uma noite é só.

— Não gosta mesmo dele? — insisto, olhando bem nos olhos dela. — Não foi você quem disse que estava cansada desse negócio de só ficar e que queria engatar um relacionamento?

— Epa, epa! Vai com calma, filhona! Eu não quero um relacionamento com Christofer, tá? Eu já cortei contato com ele, e nós nem temos os números de celulares trocados — dá de ombros.

Olho desconfiada para Estela, tentando pegá-la na mentira, mas isso não acontece, pois os olhos bonitos dela brilham de sinceridade.

— Posso ficar tranquila, então?

— Pode, meu mel. Agora vamos dormir, né? Amanhã será um dia cheio.

— Por quê? — questiono, com a sobrancelha franzida.

— Porque amanhã é terça-feira — responde, como se fosse óbvio.

— E?

— E que eu e você temos trabalho, Melzinha, muito trabalho.

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