Capítulo 15

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Capítulo 15 - aja por impulso e não se arrependa

MELANIE

Eu sempre fui muito segura. Em todos os meus relacionamentos, quero dizer. Não me refiro ao ciúme, mas sim à completa segurança que eu tinha em conversar abertamente com meus ex's.

Era muito fácil falar com eles — de novo, obrigada aulas de teatro! —, porque eu me sentia bem para conversar sobre qualquer coisa. 

Se eu não gostava de alguma atitude dele? Eu ia lá e mandava a real. Se eu me sentia insegura com alguma coisa? Eu ia lá e explicava. Se eu estava apaixonada? Eu ia lá e me declarava, não me importando se ouviria as mesmas coisas das bocas deles.

O fato é que, eu conseguia ter uma conversa aberta e verdadeira.

É por isso que eu me sinto estranha por ainda não ter dito a Felipe sobre meus sentimentos, mesmo depois de quase uma semana.

É sábado, e eu não poderia ter ficado mais feliz, pois eu ia me livrar da empresa por dois dias. Tudo bem, o Alexandre tem trabalho, mas ele me deu o dia de folga, porque, de acordo com ele, eu me saí muito bem nos primeiros dias.

Ótimo para mim, que estou deitada confortavelmente na minha cama (ainda não me mudei para o apartamento de Lipe). Estela está do meu lado e estamos conversando sobre meu falso casamento.

— Você devia ter me dito desde o primeiro momento, Mel! — reclama quando descobre sobre o contrato. — Mas espera aí. Por que vocês estavam se pegando fogosamente no domingo passado quando eu vim pra cá?

— Sei lá. Quando eu vi, já estávamos quase sem roupas. Mas concentra no meu problema: ele é apaixonado por mim!

— Eu sempre soube — se gaba, fazendo com que eu solte um bufo. — Mas acredito que pra você é novidade, né?

Aceno com a cabeça, dando outra garfada no brigadeiro de panela que estamos dividindo.

— Eu comecei a desconfiar, mas acho que quando o questionei, eu realmente não esperava que ele dissesse que sim, que é apaixonado por mim desde sei lá quando. Me senti tão culpada e envergonhada, Estela — suspiro pesadamente.

— Convenhamos, Mel.

— Convenhamos o quê? — franzo o cenho, colocando uma quantidade considerável de brigadeiro na boca.

— Você é uma idiota e ingênua! Sempre esteve tão na cara que ele quer teu corpinho nu — ela sorri maliciosa.

Jogo uma almofada na cara dela, que apenas ri escandalosa, levando-me a rir também.

— Por que nunca me disse algo assim? — reclamo, chateada.

— Eu não. Você estava tão apaixonada pelo pamonha do Gui — dá de ombros. — Só chorava pelos cantos por causa dele, não ficou com mais ninguém. Acha que era fácil para Felipe ver vocês dois juntos ou ver você chorando por causa de outro? — Estela adquire uma expressão séria, olhando profundamente em meus olhos.

Não sabia que era possível me sentir ainda mais culpada.

— E qual é o plano? — pergunto, deixando o brigadeiro no criado-mudo.

— Como assim? — rebate.

— O que eu faço em relação a ele? Eu dei um baita chilique há alguns dias por causa de ciúme. Aí, basicamente, fomos nos aproximando cada vez mais, sem necessariamente nos envolver. Não sei o que fazer, amiga — choramingo.

— Transa com ele — ela solta.

— O QUÊ? — arregalo os olhos, não acreditando na cara de pau dela. — Você enlouqueceu? Ele é apaixonado por mim! Não posso simplesmente transar com ele sem que isso signifique algo a mais! Não vou brincar com os sentimentos dele quando eu não tenho certeza dos meus!

Proposta TentadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora