Capítulo 13

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Capítulo 13 - declare seu amor para mim

MELANIE

Felipe fica olhando para mim, com certeza tentando achar uma saída para a pergunta.

Uma pena pra ele que não vou facilitar.

Tá me achando com cara de otária, é? Pois eu não sou! Não vou dormir sem saber de tudo!

— E então? — cruzo meus braços. — Se quiser, podemos nos sentar para ter essa conversa — sugiro sarcasticamente.

— Eu prefiro.

Sentamo-nos um de frente para o outro, minha expressão continua séria e dura.

Observo Felipe, que está um pouco atordoado, tentando achar uma resposta...

Ou uma desculpa.

— Seja sincero. Por favor — apelo.

— Porque eu... achei justo — vejo a sinceridade brilhar no seu olhar. — Você sabe que eu jamais te trairia, mesmo que isso seja um contrato. E eu achei que a reciprocidade fosse justa.

Eu já desconfiava disso. Mas não é a resposta que eu quero.

— Ok. Então você está tentando dizer que isso é só uma cláusula justa e recíproca?

— Sim — concorda com a cabeça.

— Por quê? Suponho que seja porque você se importa comigo. Tipo, "é a Mel, minha melhor amiga! Não farei nada que a prejudique." — faço aspas com meus dedos e imito terrivelmente a voz de Lipe.

— Mel — suspira. — Você não precisa dessa enrolação comigo. Vá direto ao ponto — ele encosta seus cotovelos nas coxas musculosas, curvando-se, e o movimento provoca arrepios e sensações no meu corpo — no meio de minhas pernas.

— Você tem alguma espécie de sentimento amoroso por minha pessoa? — delicadamente, indago.

Vejo o choque percorrer o rosto do meu noivo, surpresa e incredulidade se misturam nas belas feições dele.

É nesse momento que me sinto uma idiota: observando suas reações. É claro que ele não tem sentimentos românticos por mim! Como eu pude cogitar um absurdo desses? Eu, mais que ninguém, devia saber e conhecer o espírito de justiça que corre pelas veias dele, e é esse senso que fez com que ele fizesse a cláusula, que, acima de qualquer coisa, é justa.

Arrependo-me de ter feito a pergunta. Quando estou prestes a dizer que ele não precisa responder, Felipe responde.

— Sim.

A resposta é dita assim: na lata.

Não sei como reagir a isso. Quer dizer, eu desconfiei das reais intenções dele. Eu me recusei a terminar o dia sem saber o porquê da cláusula ridícula. Eu quis peitar ele para descobrir sobre o que sente por mim.

Ou seja, eu não tenho o direito de ficar calada para processar o que me foi dito, afinal fui eu quem provocou toda essa situação.

Tento recuperar o ar, pois esqueci como respira por milésimos de segundos depois que recebi a informação.

— Vai ficar quieta?

Sim.

— Não, claro que não. Só estou um pouco... sem fala — olho fixamente para ele. — Sim, o quê? Você tem sentimentos... por mim?

Felipe se endireita no sofá, parecendo aliviado. Como se um peso tivesse saído das costas dele, aliviado por finalmente poder dizer a verdade.

É então que me dou conta.

Proposta TentadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora