Capítulo 38

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🌈LEIAM AS NOTAS FINAIS🌈

MELANIE

Meu coração disparou de medo e de desespero. Caramba, Felipe viu o beijo, eu tenho certeza, pois isso é a única razão para sua cara de espanto.

Será que ele também viu que foi Victor quem forçou?

Dou dois passos para frente, indo em sua direção com as pernas bambas. Ele não se afasta, mas também não faz movimento nenhum para se aproximar de mim. Quando estou parada bem em sua frente, ele segura minha mão e me conduz para fora da boate, sem abrir a boca para falar um a.

Eu apenas o segui em silêncio, com medo de que, qualquer coisa que saísse da minha boca, poderia piorar a situação. Entramos em silêncio no carro, sem Felipe falar uma palavra sequer, e eu comecei a ficar preocupada com toda a quietude.

— Felipe? — chamei, com a voz inconsistente e fraca. — Foi ele quem me beijou, tá? Felipe?

Eu não obtive resposta nenhuma, o que fez meu nervosismo crescer na hora.

— Fale alguma coisa! Seu silêncio está me deixando nervosa!

Uma careta assustada tomou conta das feições dele, que ficou oscilando o olhar entre mim e a estrada.

— Fique calma, em casa nós conversamos! Você não pode ficar nervosa!

Não entendi o porquê de Felipe estar gritando ao mesmo tempo em que me pede calma. Ele estava fazendo muito isso ultimamente, e eu nem faço ideia do motivo que o leva a pisar em ovos comigo ao ponto de não questionar sobre o beijo que Victor roubou de mim.

— Por que eu tenho que ficar calma? Você quer simplesmente ignorar o que acabou de acontecer? Não foi culpa minha, mas nós precisamos falar sobre isso! — me alterei, sem saber o que fazer.

— Em casa a gente conversa, fique calma — repetiu sua fala anterior. — É claro que eu detestei o que vi, mas você não pode ficar estressada nessa época.

Nessa época?

A conversa ficava cada vez mais estranha e sem sentido, e eu estava torcendo para nós chegarmos o mais rápido possível em casa para debater sobre isso.

— Você não está fazendo sentido nenhum, Felipe — acusei, cruzando os braços na mais perfeita birra.

— A culpa é sua, que fica escondendo as coisas de mim!

— Escondendo o quê? Eu avisei que viria à balada! E eu já disse que foi aquela praga do Victor que me beijou, eu não tenho nada a ver com isso — rebati, observando que havíamos chegado na rua de casa.

Em menos de cinco minutos, estávamos no elevador, ambos de boca fechada por causa de outras três pessoas desconhecidas que estavam conosco. Nem quando ficamos sozinhos nós falamos alguma coisa, o clima pesado não deixava.

Saímos quando o sino típico soou e, ainda em silêncio, nós entramos em casa.

— Desembucha logo — exigi, jogando a bolsa à tiracolo em cima do sofá e virando para meu namorado.

— Eu sei, tá? Não precisa mais esconder, apenas admita logo, Mel!

— Do que raios você está falando, caramba? — gritei.

Será que ele acha que eu tenho algum amante?

— Vai fazer a desentendida agora? Eu pensei que confiasse mais em mim — sua cara estava engraçada, era um misto de mágoa, raiva e preocupação.

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