Capítulo 11

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Capítulo 11 - planos falsos para nós dois

FELIPE

Penso um pouco na pergunta antes de me dar ao trabalho de responder.

Isto é, como falar que sempre fui apaixonado por ela sem que ela ache que tenho segundas intenções nesse casamento além da cadeira de CEO?

Em contrapartida, se eu disser que não gosto dela desse jeito e a quero apenas porque o contrato não permite outros em nossa relação, Mel vai pensar menos de mim.

Em ambas as maneiras, eu saio perdendo e Mel ficará com raiva de mim.

Gostaria de dizer que sou sortudo e que alguém ou alguma coisa nos interrompeu — como acontecia quando estávamos chegando aos finalmente —, mas eu sou mais azarado do que eu imaginava.

— Felipe? — insiste.

— Mel, eu... não estou fazendo isso por causa da cláusula, afinal fui eu quem a fez — explico. — E não assinamos nada ainda — lembro.

O olhar de dúvida dela me deixa inquieto, mas espero ela absorver as minhas palavras antes de falar qualquer outra coisa.

— Vou me contentar com essa resposta — fala, deixando-me aliviado. — Por ora — completa.

Abro um sorriso sacana.

— Eu poderia te perguntar a mesma coisa, afinal foi você que veio pra cima de mim nas duas primeiras vezes — debocho, tentando arrancar alguma coisa dela.

Ela cora e com esse simples gesto involuntário, sei que Mel não vai responder nada.

— Museu ou parque? — pergunto, com um sorriso gentil no rosto.

Posso sentir o alívio dela conforme se abre um brilhante sorriso em seu rosto.

— Parque. Com certeza.

Sim, parque seria melhor. Mais chances dos paparazzi nos verem.

— Certo, mas suponho que vossa preguiça ainda não almoçou — digo, lembrando que ela só acordou porque eu vim aqui e toquei a campainha várias e várias vezes.

— Vossa preguiça? Retira essa porra, Guettman — ordena, recuperando a postura.

— Por que você me chama pelo sobrenome quando está brava? — desconverso.

Mel bufa, levando as duas mãos aos cabelos em claro sinal de frustração.

— Vamos logo para esse parque, depois eu paro em algum fast-food. Vou tomar banho primeiro e então podemos ir — fala, indo em direção ao seu quarto.

Não discuto, querendo acabar logo com isso de parque para que os paparazzi nos vejam e fotografem, mais em nome da família do que por querer. Ainda mais se for contar aquele jantar de ontem.

Ele foi, no mínimo, estranho. A começar pelos D'Ávila nos parando até o momento em que Mel foi importunada de novo pelo meu adorável irmão.

Ontem, quando cheguei em casa, Chris estava lá, sentado no sofá. Deyse, nossa avó, também. Ela conversava severamente com ele, erguendo a voz quando meu irmão se fazia de desentendido. Eu não ouvi com perfeita clareza o que diziam, mas sabia que era acerca dos acontecimentos da noite passada – o jantar.

Como minha avó ficou sabendo? Eu não faço a mínima ideia. Talvez Alexandre tenha dito para os que estavam na mesa, ou seja, meus pais e Theodor. E algum deles deve ter falado para ela.

Ela não foi ao jantar por motivos de não gostar dessa coisa de mundo dos negócios em que estamos envolvidos, mas ficou completamente arrependida de não ter ido quando soube que pedi Mel em casamento na frente dos 200 convidados.

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