Capítulo 5 - Parte I

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Capítulo 5 - dúvidas e conflitos

Melanie

Encaro a visita do meu noivo por tempo demais. Fico sem fala diante desse homem. Puta merda, ele é gostoso pra caramba.

— Hm, oi, Alexandre — murmuro em cumprimento.

Analiso-o por completo, desde os sapatos até o último fio de cabelo. E, enquato eu fazia uma análise geral dele, Alexandre ficou mexendo numa maleta que estava em sua mão direita.

— Então, Mel, o Felipe me pediu para te entregar isso — coloca a maleta no chão e tira algo de lá. — São papéis da empresa — Alexandre estende uma pasta transparente em minha direção, com alguns papéis dentro.

Que merda é essa? Pego a pasta na mão sem saber o que fazer com ela, fico encarando-a por um tempo, até com um pouco de medo do que possa ter lá. Volto meu olhar para ele e encontro seus olhos estacionados na minha boca, fazendo-me corar um pouco. Fico um pouco atrapalhada, afinal nunca alguém me olhou com tanta intensidade.

— Ok. Quer entrar? — ofereço num fio de voz, mesmo eu não querendo que ele entre, pois preciso ir para casa para me preparar psicologicamente para o jantar de mais tarde. Fiquei nervosa só com a lembrança.

Ele tira seus olhos da minha boca, olha para seu relógio e depois para mim. Há algo como dúvida em seus olhos, sem saber se quer de fato ficar ou ir, mas, logo que me olha por completo, ele balança a cabeça confuso e aponta para meu corpo.

— Eu precisava mesmo falar com você sobre alguns assuntos importantes — diz com a sobrancelha franzida, e eu fico questionando interiormente sobre o que é. — Mas se troque primeiro, estarei esperando. E nem quero tomar muito de seu tempo, também.

Fiquei sem entender de imediato, mas, assim que olhei para baixo, compreendi o que ele quis dizer. Eu estava usando apenas a camisa larga do meu ex e era possível ver o contorno dos meus seios — sem sutiã! — e da minha cintura. Coro e me escondo atrás da porta, mesmo sabendo que ele já me viu quase sem roupa.

— Eu nem percebi, sinto muito. Vou lá trocar enquanto você se acomoda.

Corro para o corredor dos quartos, que fica do lado oposto da porta do hall onde eu estava com Alexandre, e entro no quarto do Felipe, onde estavam minhas roupas. Eu havia trazido uma blusinha rosa pálido e um jeans escuro, além de uma sapatilha. Me troco em tempo recorde, faço um coque no meu cabelo e volto para a sala, onde encontro Alexandre mexendo na geladeira, parece estar buscando algo, porque resmunga vez ou outra um "cadê a merda do queijo?". Ele parece estar em casa, mas isso não me choca, afinal Felipe e Alex são melhores amigos.

— Quer ajuda? — ofereço.

Ele vira para mim, olha-me por completo e nega com a cabeça.

— Não. Eu só estava procurando queijo para os sanduíches, mas acho que não tem. Eu estava fazendo algo para comermos enquanto conversamos, e isso durará um certo tempo, além de ser muito sério — só agora noto os sanduíches num prato em cima da ilha da cozinha, e fico ainda mais tensa com a menção da conversa séria. — Venha, sente-se, estou indo pegar um pouco de suco para nós — ele ordena, sem deixar espaço para contestação.

Aceno com a cabeça. Estava sem fome, mas eu comeria de qualquer jeito, sempre como quando estou nervosa, e uma vez que eu estava tensa, eu ia sim comer. Observo Alexandre enquanto ele volta para a geladeira e tira uma caixinha de suco de pêssego. Ele caminha até um armário e pega de lá dois copos e logo vem sentar-se comigo na ilha da cozinha, nos bancos altos. Alex chacoalha o suco, depois o abre e despeja o líquido nos copos e empurra um para mim, juntamente com um sanduíche.

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