Capítulo 10

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Capítulo 10 - ligação e beijos

Melanie

Só pode ser brincadeira. Depois do jantar, do pedido na frente de todas aquelas pessoas, essa frase só pode ser uma brincadeira.

— Não achei graça nenhuma, Guettman.

— Não foi uma brincadeira — avisa, seus olhos completamente concentrados no trânsito. — Não vou correr o risco de acontecer alguma coisa com você — sua voz falha um pouco e ele limpa a garganta.

Fico tocada com a preocupação dele e me sinto mal por ter corrido até o estacionamento.

— Desculpe por ter saído daquele jeito — murmuro, alto o suficiente apenas para ele ouvir. Resolvo falar de meus novos sentimentos sobre ele: — é só que eu...

— Você precisava ligar para Estela — me corta. — A culpa não é sua. Entenda isso. Você nunca será culpada por ele tentar alguma coisa. O único culpado é ele — vira a cabeça rapidamente na minha direção. — Você me entendeu?

Fico um pouco sem fala e confirmo com a cabeça.

— Bom — resmunga, voltando a olhar para frente.

— Felipe! Isso não justifica nada! Nós vamos nos casar sim.

Ele não pode cancelar a porra do casamento! E minha faculdade?

Mas eu não vou usar isso agora. Vou usar o que ele mais quer como chantagem.

— Não pode ser que agora você vai simplesmente desistir da sua cadeira de CEO! Principalmente por causa do teu irmão! É isso que quer? Que ele ganhe?

— Mel — ele suspira. — Eu não posso e não quero expor você ao perigo. Por que não entende?

— Eu entendo, juro que sim — esfrego os olhos, possivelmente borrando a maravilhosa maquiagem que eu fiz mais cedo. — Mas você tem que entender que há muita coisa em jogo. Seu cargo — enumero os problemas um a um com meus dedos. — Chris sair ganhando, a imagem manchada sua e de sua família por desfazer o noivado e minha faculdade! Deus, Lipe! Minha faculdade!

— Eu te ajudaria com a faculdade. Você concordando ou não com o acordo.

Eu sei. Mas isso ainda não é o suficiente. Eu nem sei por que estou tão desesperada com ele não querer mais o casamento.

— O noivado não será desfeito. Vamos nos casar e fim. De. Papo — pontuo. — Você entendeu? — quase rosno.

Felipe gargalha.

Típico.

— Certo, Melanie Bergler. Vamos nos casar — sua expressão se torna séria conforme o alívio me inunda. — Você não pode em hipótese alguma ficar sozinha por muito tempo em lugares livres — vira pra mim, uma vez que o sinal está fechado. — Consegue lidar com isso?

Óbvio que não!

— Óbvio que sim! Mas aí já é exagero. Chris não vai me caçar por aí — reviro meus olhos. — E outra: minha faculdade. Não posso ter um brutamontes colado em mim 24 horas por dia!

— Pelo menos aceite um motorista. Ele não ficará colado em você, mas estará por perto caso algo aconteça — sugere.

Acabo concordando com o motorista, mesmo que isso implique que eu terei sim um brutamontes colado em mim.

— Felipe? — chamo, quando percebo que estamos chegando perto da minha casa. — Será que não daria pra me colocar em outro emprego? Não quero trabalhar com Alexandre.

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