Melanie chegou à empresa de Felipe na sexta-feira para conversar e acertar os detalhes da mudança. Porém, quando o elevador parou no décimo quarto andar, ele se abriu e alguns homens bem vestidos entraram.A morena detestou o fato de que Christofer era uma dessas pessoas e que, naquele momento, eles dois estavam quase colados um no outro por conta da quantidade de gente na caixa metálica, ainda mais no horário de pico.
— Oi, Mel — Chris deu um sorriso forçado, nervoso sobre como abordar o assunto com tantas pessoas em vota. — A gente pode conversar? — antes que ela pudesse negar o pedido, ele ainda insistiu: — Por favor, eu juro que vai ser rápido.
Sem saída, mas sem realmente querer ir conversar com o cunhado, Melanie assentiu, convencendo a si mesma de que não o perdoaria e nem se tornaria mais próxima dele apenas com o que ele falaria.
— Tem que ser rápido, porque eu não tenho muito tempo — avisou, tocando e esfregando na altura do busto para tentar aliviar, inconscientemente, o desconforto com a situação.
Assim que o elevador chegou ao andar onde Christofer trabalha, os dois saíram, ela mais atrás enquanto ele guiava o caminho, na frente dela.
Ambos cumprimentaram as secretárias antes de entrarem na sala ampla do rapaz.
— Sente — ele pediu, apontando para a pequena poltrona na frente da mesa dele.
Assim que os dois se acomodaram, o Guettman percebeu o receio que Mel exalava, ainda mais com sua linguagem corporal na defensiva desde que se encontraram no elevador.
Sim, ele estudou linguagem corporal, e a de Melanie gritava desconforto e receio.
— Desculpa, sinceramente, Mel. Me desculpe, por favor.
Ela abraçou o próprio, completamente desconfortável com a situação.
— Pelo o que, exatamente, você está me pedindo desculpa?
— Eu não tomei decisões boas, elas foram pensadas de cabeça quente e no desespero. Eu fui um completo babaca, não só atacando você fisicamente, mas mentalmente também.
— Hum — Melanie anuiu com a cabeça, perguntando-se internamente se a conversa já acabou. — Eu posso ir agora?
— Você me perdoa? — Christofer pressionou, sentindo-se tremer caso a resposta fosse negativa.
— Eu não sei se consigo fazer isso agora — confessou, abaixando os olhos. — Você me machucou, magoou e me deixou um pouco traumatizada. Não foi legal você ter distribuído aquele ódio gratuito pra mim no jantar com sua família. Eu realmente fiquei mal, Guettman, você não tem noção do quanto.
Ele sentiu um aperto no peito com a confissão, e não soube mais o que falar ou fazer para conseguir o perdão dela.
— Você acha que um dia consegue me perdoar? Seja sincera — pediu, disposto à ajoelhar-se diante da cunhada caso precisasse.
— Talvez, mas levará tempo — disse, olhando para ele, a fim de observar sua reação, que, como ela esperava, veio apenas com um aceno de cabeça.
— Tudo bem, eu juro que me esforçarei para conseguir fazer isso.
Mel acenou uma última vez antes de se levantar e sair da sala, indo até o elevador para chegar ao escritório de seu namorado. Ela acenou para Suzana, a secretária bonita de Felipe, perguntando para a mulher se ela estava bem.
Foi irônico como a morena se lembrou do dia em que teve um ataque de ciúmes por causa dela. Naquela época, Melanie e Felipe não tinham se acertado, e ela pensou que Suze tinha algo com seu noivo de contrato, apenas pelo modo íntimo com o qual se tratavam. Tudo piorou quando a secretária havia dito que só poderia entrar com autorização.
Hoje, no entanto, não foi necessário que anunciassem sua chegada, então ela apenas entrou na sala, dando de cara com Henry Guettman, que estava prestes a sair.
— Melanie! Que maravilhoso ver você aqui! — cumprimentou, empolgado com a imagem feliz e saudável da nora, diferente da frágil e enferma de quando ela voltou do sequestro. — Veja só — tocou no, delicadamente, no rosto dela —, fico muito feliz em ver que está se recuperando, filha.
Ele recebeu um sorriso iluminado de Mel, que corou levemente com o carinho do sogro. Nem seu pai era tão carinhoso assim consigo.
— Olá, Henry, é muito bom te ver também. Estou quase cem porcento recuperada, obrigada pela preocupação.
Eles deram um abraço e trocaram mais algumas poucas palavras antes do homem alegar que precisa resolver assuntos pendentes, e logo Mel adentrou na sala de Felipe, com um sorriso no rosto.
— Oie — cumprimentou, fechando a porta e seguindo até o namorado, em quem deixou um beijo para depois se sentar na cadeira em frente à mesa dele. — Eu vim discutir sobre a mudança — falou, animada, apoiando os cotovelos na mesa escura.
— Tudo bem — Felipe concordou com um aceno, contagiando-se com o bom-humor da namorada. — Sobre o que quer discutir?
— Ah, você sabe. Apenas alguns detalhes, sabe?
Eles passaram pouco mais de uma hora fazendo planos. Prestando a devida atenção no casal, podia-se perceber a empolgação com a qual os dois falavam sobre morarem juntos, finalmente, depois de tudo que tiveram que passar nos últimos meses.
Estavam felizes, e nada nem ninguém tiraria essa felicidade dos dois.
— Você vai trabalhar? Tenho saudade de você trabalhando aqui — Felipe comentou num suspiro, olhando bem nos olhos dela, que, surpreendendo a si mesma, corou com a intensidade das belas íris verde direcionadas na sua direção.
— Eu gosto de trabalhar lá, estou aprendendo muito coisa. Além disso, é o negócio da família, né. Eu sempre reclamei por meus pais quererem que eu assumisse a empresa, mas nunca parei para pensar que é porque eles confiavam na minha capacidade, sabe? Eu nunca ouvi um discurso do tipo "você precisa casar para que seu marido assuma os negócios".
Felipe abriu um sorriso caloroso para a namorada e logo pediu para que ela fosse até ele, coisa que Melanie fez sem pestanejar, sentando-se no colo dele assim que contornou a mesa.
— Eu amo você, Mel — declarou, deixando um beijo nos lábios rosados. — E tenho muito orgulho da namorada inteligentíssima e gentil que eu tenho.
— Eu te amo — respondeu, beijando-o logo em seguida.
Dessa vez, ninguém os atrapalhou.
Os dois se perderam um no corpo do outro, sem pensar em mais nada além de como se amavam.
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Contagem regressiva para o final
;-;
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Proposta Tentadora
Romance[CONCLUÍDA] "Mel, eu não estou te obrigando a nada. Só pensa bem. Serão dois coelhos numa só cajadada." Era isso que dizia a mensagem de Felipe para sua melhor amiga, Melanie. Mel queria concluir a faculdade. E Felipe almejava o título de CEO. Era...