Capítulo 27

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~MELANIE

Eu realmente não sou uma pessoa sortuda. Sempre aparece alguma coisa ou alguém para acabar com minha paz.

Nesse caso, com meu 'encontro' com Guilherme.

— E você é quem? — meu ex indaga.

— A pergunta é: quem é você, seu paspalho — Christofer retruca.

As pessoas no estabelecimento começam a encarar a cena, talvez divertindo-se com uma possível briga entre os dois.

Fico sem reação diante do acontecimento. O que diabos Chris tem a ver com isso?

Eu soube, claro, daquele papinho de que ele é do bem e que me atacou para que Felipe assumisse logo o lugar de CEO, sem que precisasse casar — no caso, comigo — pra isso.

Mas, não é porque eu soube, que eu acreditei. Aquele dia, que eu fui formalmente apresentada à família de Felipe, ele parecia um louco obsessivo, pronto para me agarrar e me acusar indiretamente de que eu traía seu irmão com Alexandre.

Portanto, eu ainda não me sentia confortável na presença dele. Nem sei se um dia irei me sentir bem em sua companhia.

Com o fim do meu relacionamento com Felipe, eu esperava que não precisasse mais vê-lo. No entanto, aqui estamos nós: na super sorveteria, com meu super ex-namorado, com meu super ex-cunhado e com uma super galera assistindo à treta.

E o pior: parece que um vai pular em cima do outro a qualquer instante, mesmo que tenham acabado de se conhecer. Por isso, antes que algum deles faça um movimento em direção ao outro, eu me levanto e fico no meio dos dois, com minhas costas viradas na direção de Guilherme, para que eu pudesse falar com Christofer.

— O que você tem a ver com qualquer coisa que diz respeito à minha vida? — indago, com uma feição raivosa.

Isso foi o suficiente para que Chris olhasse para mim e desviasse a atenção de meu ex.

— Sério isso? Você e Felipe mal terminaram o namoro e você já tá aí, se encontrando com outro — rebate, apontando em direção de nós dois. — Enquanto meu irmão está sofrendo por sua causa, você tá se divertindo com esse paspalho! — acusa.

Arregalo os olhos, sentindo a raiva tomando conta de minhas ações.

E é essa mesma raiva, juntada à incredulidade e injustiça, que me faz desferir um tapa na cara do irmão de Felipe.

— Cale essa boca! Foi seu irmão que rompeu nosso relacionamento, não precisa ficar tomando as dores dele, não! E o único paspalho aqui é você! — retruco, observando-o levar uma mão à área acertada por minha mão.

— Anjo, calma — a voz aveludada de Guilherme sussurra em meu ouvido, enquanto ele passa os braços envolta de minha barriga, prendendo-me em seu corpo alto e forte. — As pessoas estão encarando.

Eu não estou mais me importando com nossos espectadores, a única coisa que meu corpo implora é para eu surrar esse desgraçado à minha frente.

— Ele não rompeu o relacionamento — eu entendo pelo seu olhar que ele quer dizer contrato com a palavra "relacionamento" — porque deixou de te amar! Foi para te proteger, e agora a empresa está sofrendo as consequências! O mundo dos negócios está sofrendo diretamente com isso também!

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