Remédios e desmaios

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 ¨Sam¨

 Assim que chegou a hora de irmos para a escola, senti meu estômago dar voltas. De uma hora para outra, eu havia começado a sentir uma forte dor de garganta, me fazendo tomar agua freneticamente.

 Um tanto irritada com a dor, enfiei meu caderno na bolsa branca e preta da escola, raspando o zíper da mesma na minha unha descascada de esmalte preto.

 - Sam! Vem, vamos nos atrasar! Meu Deus, menina lerda - Arya entrou no quarto, me puxando suavemente pela manga da minha camiseta. Assenti para ela, colocando uma das alças da bolsa no ombro, e esfregando a garganta, que me irritava cada vez mais.

 Lolla apareceu no alto da escada, botando a cabeça na porta e espiando dentro do quarto. Com os olhos pregados em minha garganta, ela perguntou:

 - O que foi, Sam? Sente dor de garganta? Quer algum remédio? - Ela perguntou, entrando no quarto. Fiz uma careta, sem conseguir falar, e afirmei levemente com a cabeça. A outra sorriu, entendendo, e rodou os calcanhares, saindo do quarto e descendo as escadas, em busca de algum remédio.

 Me virei para Arya, que sorria e respondia uma mensagem, provavelmente de Luke. Ela vestia uma camisa branca, que se lia: "Ok, but first, coffe." Uma calça legue preta, cujo bolso era para frente, com um delicado zíper dourado. Um tênis de cano alto, preto e azul dos lados. Os discretos cadarços pretos, se escondiam na parte de dentro da peça. Uma mecha do cabelo cinza dela caiu sobre seus olhos, e ela levou a mão até ela para arrumar, percebendo que eu estava parada, olhando ela, sem fazer nada.

 Deu um sorriso sem graça, e disse, guardando o celular:

 - Desculpe, estava falando com o Luke. Ele disse que o Logan estava com sérios problemas na saúde, mas que não iria ficar internado exatamente porque não queria. Mas ele estaria cuidando da sua saúde mesmo fora do hospital. - Suspirou e arrumou a posição da bolsa - Resumindo, Logan não vai ficar no hospital. Mas vai ter que ficar tomando remédios, e Luke aconselhou que ele tomasse muito mais agua, e que começasse a praticar esportes, para treinar o pulmão, que apenas skate não adiantava. Há, também falei de sua dor de garganta, e ele respondeu que... - Não deu tempo de ela terminar, pois Lolla entrou no quarto, trazendo um remédio em uma mão, e um copo de agua na outra.

 Ela sorriu, e deu as coisas em minha mão, dizendo:

 - Minha mãe recomendou lhe dar este. Aqui, pegue. É amoxicilina. - Peguei, um tanto relutante, e olhei a cápsula. Arya fez uma careta, estranhando e perguntou:

 - Amoxicilina não é muito forte? Não é melhor dar apenas um remédio para gripe? - Perguntou, relutante. A outra ergueu os ombros, e disse, confusa:

 - Não sei. Minha mãe recomendou dar esse. Mas se ela quiser, eu posso pegar alguma outra coisa. - Palpitou. Neguei com a cabeça, e joguei o remédio dentro da boca, o engolindo com agua. Não tinha nenhum gosto.

 Entreguei o copo na mão da garota, e segurei a alça da minha bolsa melhor, indo para fora do quarto, atrás de Lolla. Arya deu de ombros, e me seguiu. Desci as escadas, a outra se despediu da mãe, e saiu da casa, me dando espaço para passar junto com Arya.

 - Lolla, você fez a lição que a professora Chris passou? - Ela perguntou. A garota assentiu, e se virou para mim.

 - E você? Fez? - Neguei, e fiz certo esforço para responder:

 - Não entendo uma vírgula do que aquela mulher fala, vou entender que ela passou lição de casa? - E balancei a cabeça, rindo um pouco com a expressão delas. Arya riu alto, e respondeu:

 - Assim, quando você ouvir algum professor dizendo "Homework", é porque eles estão passando lição de casa, ai você... Sei lá, tenta pegar - Riu. Sorri levemente, e neguei com a cabeça.

Tem alguém aí? - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora