Onde é o infinito?

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- Eu sinto falta da Agatha, Lee - A fantasminha reclamou, sentada no chão do calabouço escuro e sujo, olhando o mais velho. Ele apenas brincou com a ponta do machado no chão.
- Você sente falta de tudo. - Reclamou em um rosnado. Estava com um pior aspecto ultimamente. Metade do rosto estava em carne viva. Os braços machucados, e não paravam de sangrar nem por um segundo. Tanto que o fantasma até havia desistido de tentar cessar.
Lee deu um sorriso debochado para a criança, balançando a cabeça e olhando pela a janela.
- Você tem saudade de tudo, pirralha - Repetiu, com o dedo indicador dobrado em frente dos lábios.
- Mas Lee, eu ainda não entendi - A voz inocente dela, dava ânsias para o fantasma - O que aconteceu? De repente, ninguém mais pode me ver. - Disse, com bico infantil - Eu senti aquela dor na cabeça, eu queria chorar, mas eu não conseguia - Insistiu - E depois eu acordei naquele lugar escuro. O que aconteceu?
- Eu já EXPLIQUEI! - Rosnou, batendo com o machado no chão, fazendo a criança se encolher, abraçando as perninhas. - Só faça o que eu mandar - Continuou - E você se sai dessa.
- Mas Lee... - Chamou, encolhida - Eu não gosto de fazer isso... - Choramingou.
O outro a lançou um olhar raivoso, apertando o cabo do machado com os dedos, que escorregavam no sangue secando aos poucos.
Deslizou até ela, com os dentes grudados e o machado em punho no ar.
- Eu já disse. Que você não tem que gostar de nada. - Sua voz era em tom de ameaçava.
A bebê se encolheu mais, escondendo o rosto até o nariz atrás dos joelhos, com medo.
**

"O infinito
Palavra tão doce e vaga
Que ouvimos falar
De cientistas e biólogos
Tentando tanto nos provar
Mas nos provar o que?
Que a ciência nos deixa mais perto do... Nada?
O que somos perto do mundo arredondado e azul?
Não seriamos nós, do tamanho de um mísero átomo?
Quando tempo se levaria para chegar ao infinito?
Oras, temos o tempo que quisermos. Não temos fim, afinal. O que é o infinito? Alguém o viu?
Ho, temos livre acesso ao infinito todos os dias.
Podemos ir e voltar quando quisermos.
Não limites, mesmo.
Ou será que ?
sim. Um limite.
O limite é o tempo. O mesmo tempo que passa mais depressa que nossa viajem para o infinito.
O mesmo tempo que nos faz voltar à realidade, cedo de mais.
Aquele que nos levara para a morte, aquele que está se encurtando a cada aniversário que temos.
Seremos assim, tão livres? Ou simplesmente presos?"

Agatha olhou para sua poesia, com leve relutância. Odiava as coisas que fazia, e nem se sua mãe voltasse do além para dizer que ela tinha talento, ela acreditaria.
Ela suspirou, amassando o papel e jogando em qualquer canto do quarto escuro. Era só mais o monte de lixo.
Em fração de segundos, a menina parou, atônita.
Fogo.
Fogo que queimava e machucava.
Fogo em todos os lugares da casa.

**
Samantha gritou, tentando proteger o rosto do fogo que explodiu o computador, já tendo leves queimaduras nos braços com tal ação.
Gritou de novo, sentindo o calor lhe queimar a pele, pulando para trás, tentando fugir daquilo. Ah, se ela sobrevivesse, ainda teria que pagar novo computador para a familia de Lolla. Tudo porque não pensou em desligar as tomadas, vendo a tempestade que chegaria.
Arfou de espanto, nervosa, já se sentindo transpirar pelo local pouco arejado e pegando fogo.
O que ela faria?! Sair correndo pela rua depois de tentar sair daquele quarto, ou chamar os bombeiros de uma vez?
O fogo se alastrava rápido. Ela descobrira naquela hora, sua fobia por fogo.
Descobrira porque quando aquilo começou a pegar o forro de madeira do chão, apodrecendo aquilo aos poucos, fazendo ela, já nervosa e praticamente paralisada, se colar à parede, trincando os dentes e fechando os olhos.
Seus pais haviam morrido assim? Talvez com mais desespero. Mas porque Sam náo gritava? Será que era porque já não se importava se vivia ou morria?

**

Logan andava em baixo da chuva, coberto apenas pelo capuz da blusa azul escura, bufando pelo mau tempo. Ele odiava chuva, não se podia fazer nada, e provavelmente pegaria uma bela gripe.
O rapaz se consolou, pensando com sigo mesmo que gripe se passava por vírus, e não por chuva, mas não pareceu ficar tão satisfeito.
E ainda havia aquele baile. Baile sem motivo, ele preferia mil aulas de física, do que umas horas em um baile, dançando com uma garota que não queria dançar.
Suspirou, puxando mais o capuz da blusa sobre si. Já não adiantava mesmo, estava todo molhado.
Passava em frente a casa de Lolla, apressado para chegar em casa, mesmo que ainda estivesse longe.
Mas parou, erguendo os olhos atônitos para a nuvem cinzenta e grossa, que se desenhava no céu. Hm... Aquilo não deveria ser algo como um... Incêndio? Mas onde?
Seguiu a fumaça, que já deixava sua garganta irritada. Gelou quando viu a mesma sair pelos fundos da casa de Lolla.

**

Olá terroristas, como estão? Olha, só tô passando, para avisar, que o "poema" da Agatha, fui eu quem fiz, é de minha autoria. Porque as vezes um fulano começa a ler, acha que eu copiei de algum lugar, vai lá e copia.
Os dois livros "Têm alguém ai?", são meus, totalmente criados por mim. Qualquer outra cópia, será por mim, considerada um plágio.
Obrigada, até o próximo capitulooooo
<3

Tem alguém aí? - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora