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Lucien não conseguia acordar com despertador, então novamente estava sua mãe lá, em frente a sua cama, o sacudindo e chamando. Ele abriu os olhos e viu uma imagem desfocada, que logo foi se acostumando para o rosto angelical e moreno de sua mãe.
- Já estou indo. - ele avisou, soltando um bocejo.
- Estou esperando você na cozinha. - ela falou e saiu do quarto.
Ele se levantou sonolento, era o último ano do ensino médio e estava praticamente passado em quase todas as matérias. Foi até o banheiro e escovou os dentes, lavou o rosto e deu uma boa olhada no espelho. Seu cabelo todo desarrumado e tinha grandes olheiras em volta de seus olhos. Passará boa parte dos últimos dias jogando vídeo game até tarde.
Ele saiu do banheiro e vestiu uma roupa qualquer, sua escola não obrigava uniforme - o que era uma bênção - Lucien saiu do quarto e foi até a sala, a televisão estava ligada no noticiário.
- ... destruída por terremotos e grandes tempestades, casas desabaram, até mesmo prédios grandes. Os sobreviventes se dirigiram para cidade seguinte - dizia o repórter - mais de 5% do norte dos Estados Unidos está completamente destruído, em menos de uma semana...
Ele não pegou o resto, apenas foi para a cozinha onde viu sua mãe tomando café puro e comendo biscoitos. Ele puxou uma cadeira e se sentou.
- O pai já foi pro trabalho? - Lucien perguntou.
- Sim, também estou indo. - ela terminou de tomar o café e se levantou - não esquece de trancar a casa.
- Nunca esqueço.
Ela sorriu e saiu apressada de casa, Lucien sentiu um mal estar, como se algo ruim fosse acontecer.
Quando finalmente terminou de comer foi até a sala para desligar a televisão, depois de trancar a casa toda, saiu da mesma indo para a escola.***
- Finalmente. - falou Julian ao ver Lucien chegar, parecia estar nervoso - quase atrasado.
- Para o que? - Lucien perguntou, se aproximando do melhor amigo.
- O trabalho de química, cara. Precisamos apresentar.
- Ah... - ele falou, se lembrando - tinha esquecido completamente.
- Sua memória é pior que a de peixes - falou Ruthie, aparecendo de repente - eu já decorei a minha parte, então para você não estragar o trabalho, lindinho, vai dizer que está indisposto, aliás nem da nota você precisa.
Lucien olhou para ela querendo discutir, mas Ruthie pôs o dedo indicador em seus lábios, abrindo um sorriso.
- Ela sempre consegue o que quer. - lembrou Julian.
- Ainda bem que você sabe. - Ruthie se afastou um pouco de Lucien ao ouvir o sinal tocar - vamos, Julian?
Julian lançou um olhar de "sinto muito" ao amigo e foi para sala. Lucien revirou os olhos e foi para outra direção, queria ficar sozinho, então uma ideia veio a sua mente: o ginásio.
Depois de passar por algumas pessoas, foi até lá e subiu as arquibancadas, sexta-feira nenhuma turma tinha educação física. Ele ouviu passos a cima dele e se virou, viu uma garota de cabelos escuros e o rosto quase mais branco que o normal, sorriu ao reconhecer ela, era Sarah.
- Sempre vem aqui quando quer pensar? - ela perguntou, se sentando ao lado dele.
- Sim, eu acho. - ele respondeu - fui "expulso" do trabalho de química, então aproveitei e vim pra cá.
- Deixa eu adivinhar, coisa da Ruthie. - ela falou.
- Exatamente. - Lucien sorriu - como disse Julian "ela sempre consegue o que quer"
- Eu concordo plenamente. - Sarah riu.
- Mas e você? O que te trouxe aqui?
Ela ficou quieta e desviou o olhar, meio incomodada.
- Ah, me desculpa... Não deveria ter tocado no assunto.
- Não, tudo bem. - ela falou - só... estou chateada, você lembra que eu estava namorando o Chad?
- Sim, o que que tem?
- Ele me traiu, com a Diana. - ela soltou um longo suspiro - mas tudo bem, é passado.
- Você quer que eu dê um soco na cara dele? - Lucien perguntou num tom brincalhão, para tentar anima-la.
- Não precisa - ela sorriu - mas seria uma boa idéia, ele bem que merece.
De repente, o sinal que indicava a segunda aula tocou.
- Qual a sua aula agora? - ela perguntou enquanto se levantava.
- História, e a sua? - ele se levantou logo depois.
- Também. - ela lançou um olhar estreito a ele e começou a correr - o último a chegar paga um lanche no intervalo pro vencedor.
Ele sorriu e começou a correr atrás dela, pulando os degraus como se não fossem nada, estava a alguns centímetros dela, quando ela esbarrou no bebedouro e foi lançada para frente, Lucien percebeu que não iria chegar a tempo, ela ia bater a cabeça em um degrau que leva ao banheiro, só que sem entender como, ele correu num borrão e pulou, a pegando no ar e caindo desajeitado no chão, com ela em seu colo.
- Como você... - ela tentou terminar a pergunta.
- Também não sei, você foi com tudo no bebedouro... - ele olhou para as pernas dela e levantou um pouco a calça, estava confirmando sua suspeita, tinha um corte grande em ambas as pernas.
- Melhor eu te levar para a enfermaria... - ele falou, se levantando e a segurando em seu colo.
- Você é forte. - ela falou, ainda fazendo careta por estar doendo.
- Pois é. - ele a levou rapidamente para enfermaria, quando chegou lá contou que estavam correndo pois estavam atrasados para aula.
- Ela vai ter que ficar repousando pelo menos por algumas horas - a enfermeira Tana falou a Lucien e olhou para Sarah - quer que eu chame seus pais agora?
- Pode chamar. - a enfermeira assentiu com um movimento de cabeça e saiu.
- Você quer que eu fique aqui com você? - ele perguntou.
- Não precisa - ela sorriu - eu vou ficar bem.
- Então, eu vou indo...
Ela se sentou, ficando próxima a ele.
- Obrigada. - ela se aproximou mais e deu um beijo na bochecha do mesmo.
- De... nada. - ele sorriu e saiu lentamente da enfermaria, com a cabeça nas nuvens.***
No caminho de volta para casa, Lucien estava com Julian, eles moravam próximos um do outro. Lucien contou o que aconteceu ao amigo e Julian começou a tirar sarro dele.
- Então você perdeu a chance de ficar com Sarah Merter? Uma das garotas mais lindas da escola?
- Ah, ela só me deu um beijo na bochecha, você podia parar com todo esse exagero.
- Nunca vou perder a chance de te zoar - Julian piscou e parou quando chegaram no cruzamento - quer que eu vá com você até sua casa?
- Não. Por que você sempre pergunta isso? - Lucien riu.
- Você é quase como um irmão mais novo para mim - Julian deu de ombros - enfim, até amanhã.
Lucien ficou olhando o amigo se afastar e foi para sua casa, estava escuro já, com certeza seus pais estariam em casa. Quando chegou, abriu a porta e entrou, a casa estava completamente escura, como se não tivesse ninguém na casa.
- Pai? Mãe? - ele chamou.
Nenhuma resposta. Lucien tentou acender a luz, também sem sucesso. Pegou o celular no bolso e usou a tela como lanterna, caminhou até a sala calmamente, quando sentiu algo molhado em seu tênis. Olhou para baixo, apontando a tela do celular e viu sangue. Imediatamente se preocupou, levantou o celular para olhar mais pra frente e sentiu suas pernas virarem geléia. Seus pais estavam esticados no chão, encharcados de sangue.
Ele correu até eles e se agachou, sentindo as lágrimas brotarem em seus olhos.
- Pai! Mãe! Por favor! - ele falou, os sacudindo - não não não não, por favor acordem.
De repente, Lucien foi lançado na parede e bateu com as costas na mesma, sua visão ficou turva, naquela escuridão mal enxergava.
- Esse é o garoto que Sahad falou? - perguntou uma voz áspera.
- Sim, é para mata-lo. - disse outra voz, mais grossa.
- Lúcifer não vai gostar disso.
Quem é Sahad? Ou Lúcifer? Lucien não conseguia entender o que estava acontecendo: esses eram os assassinos de seus pais.
- Não importa - falou o segundo - Sahad que se resolva com Lúcifer, vou cumprir minha missão.
De repente, os dois começaram a gritar e viraram pó. Então num estalar de dedos, a casa toda ficou iluminada.
- Você está bem? - perguntou uma garota, se aproximando de Lucien.
Ela era linda, tinha cabelos ruivos e olhos castanhos, a tonalidade da pele um pouco branca.
- Se eu... - ele olhou para o corpo dos pais no chão - como você acha que posso estar bem? Meus pais estão mortos! Mortos! Aliás, quem eram aqueles? Quem é Sahad? Ou Lúcifer? E quem diabos é você? - ele perguntou em um tom quase desesperado, não sabia o que fazer, as lágrimas não paravam de rolar por seu rosto.
- Eu vou te explicar. - ela esticou um braço, oferecendo ajuda para ele se levantar.
Ainda desconfiado, Lucien se segurou na mão dela e levantou.
- Vamos para a casa de Julian.
- O que diabos Julian tem haver com isso? - Lucien perguntou.
- Ele é seu anjo guardião, Lucien. - falou a garota.
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Anjos e Demônios - O filho de Lúcifer
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