Capítulo 25 - Gritos de uma banshee

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Todos voltaram o olhar para Mary, que levantou as mãos em sinal de inocência.
- Não sei porque ele acha que preciso de babá, mas não preciso. - ela falou, se virou para a saída da biblioteca e começou a caminhar - foi bom conhecer vocês... Ou não.
- Você vem com a gente. - Aurora falou ao ver Lydia ainda em choque para tomar qualquer atitude - se ele não se importasse com você, não teria a deixado aqui. Por favor, precisamos nos agarrar a qualquer fio de esperança para trazê-lo de volta.
- Em nenhum momento eu falei que me importo com ele. - Mary rebateu e pôs uma mão na maçaneta da porta, abriu a mesma lentamente.
- Não precisou, você vir aqui foi o suficiente. - foi a vez de Stiles falar - você arriscou a sua vida.
- Eu gosto de uma boa aventura - ela se virou e esboçou um pequeno sorriso - como iremos tirar a maldição dele?
- É Sahad quem cuida das almas amaldiçoadas - Lydia esclareceu, os surpreendendo - podemos invoca-lo.
- Como? - Stiles indagou.
- Eu conheço um jeito. - Lydia falou.

[...]

- Quanta honra ser invocado pelos heróis dessa geração - Sahad debochou. - como?
Lydia abriu um sorriso e apontou para onde ele estava pisando, era o símbolo do inferno desenhado com sangue.
- Vamos aos negócios - Sahad continuou após encarar o chão - no que posso ajudar?
- Tire a maldição da alma de Lucien - Stiles falou.
- E o que lhes faz pensar que tenho poder sobre as almas que meu não tão amigo chamado ódio amaldiçoa?
- Não tente nos enrolar, Sahad. - Lydia foi seca e direta - eu sei que você controla isso. Então, devolva a alma dele.
- E o que ganho com isso? Uma passagem classe A para o céu? - ele indagou.
- Continuar vivo - Aurora rebateu. - Lucien se tornou uma máquina de matar, logo irá atrás de você.
- Deixe-o vir, ele não sabe como me matar.
- Mas pode descobrir, e vai. - Lydia garantiu - devolva a alma dele.
- Vocês esqueceram com quem estão falando? - Sahad aumentou o tom de voz - eu sou dono de metade do inferno, eu estalo os dedos e vocês morrem. Eu não vou devolver a alma de Lucien porque ele tem que fechar o acordo, não um bando de adolescentes que se acham heróis.
Lydia perdeu a paciência e pulou em Sahad, acertou um soco na face do mesmo, o pegará de surpresa. Ela caiu por cima dele e desferiu outro soco, quando foi desferir o terceiro Sahad segurou a mão direita dela e apertou, torceu rapidamente e quebrou o braço de Lydia.
Ela gritou e Sahad lhe acertou um soco no queixo, ela foi arremessada na parede e desmaiou com o impacto. Stiles já estava próximo a Sahad, ele atravessou sua espada celestial no corpo do demônio, destroçando o coração. Sahad gargalhou e puxou a espada para tira-la de si, depois se virou e desferiu um golpe com a mesma em Stiles, abrindo um enorme corte em seu peitoral. O garoto cambaleou para trás e despencou no chão.
Aurora materializou uma parte de sua aura em suas mãos e apareceu em frente a Sahad, acertou um soco no estômago do mesmo o que o fez ser arremessado até o outro lado da biblioteca, mas caiu de pé. Ela correu até ele e tentou acertar outro soco, Sahad se esquivou e acertou um soco no estômago da garota, ela arfou e se dobrou, tentando respirar.
Sahad não deu tempo a ela de se recompor, lhe deu uma joelhada no queixo e Aurora voou, já desmaiada. Ele se virou para acabar com Mary, mas ela abriu a boca e gritou, fazendo Sahad cair de joelhos no chão. Levou as mãos aos ouvidos, que começaram a sangrar com o grito.
Flashes de visões passaram pela mente de todos ali presente, Lúcifer matando Miguel. Lucien matando Josué. O inferno se juntando a terra. Os mortos voltando. Ruthie sendo morta novamente na frente de Lucien. Ele dizendo sim a Krastion.
Quando os gritos cessaram, Sahad tirou as mãos dos ouvidos, sangue escorria por ali e por seus olhos, nariz, boca. Ele se pôs de pé, observou Mary cair no chão, provavelmente desmaiada, e se virou para os outros. Estavam na mesma situação, sangrando pelo mesmo lugar. Os gritos de uma banshee eram assim tão fortes a ponto de derrubar um demônio poderoso? Ele não perdeu tempo pensando nisso e desapareceu.

***

Lucien estava sentado em cima de um corpo, um anjo que acabará de matar, ele e Baltazar mataram dez, pois segundo o anjo era o suficiente para ativar o "alarme" lá em cima.
- Me diga porque concordei com isso - Baltazar pediu, encostado em uma árvore.
- Porque você é um ótimo amigo - Lucien respondeu, com um sorriso se detalhando em seus lábios - e sabe que estou agindo certo.
- Matar um arcanjo, ah, com certeza é certo. - Baltazar retrucou.
Lucien olhou a estaca acinzentada com listras negras em sua mão esquerda, segundo Baltazar, acertar o coração de um arcanjo com isso iria matar, mas claro, tem os seus poréns. Lucien precisa banhar a estaca em sangue de anjo e sangue de demônio, não uma mistura como ele, o sangue de anjo Baltazar dera, o de demônio ele teve que recorrer a recursos não agradáveis.
- E se Josué não vier? - Baltazar questionou.
- Nós vamos até ele - Lucien respondeu.
- Atravessar milhares de anjos para chegar num arcanjo e ainda matar? Merece o prêmio de plano do ano.
- Se está com medo é só dizer - Lucien provocou.
- Já estou aqui, não vou recuar.
- Baltazar, continua traindo seus irmãos. - falou Josué, aparecendo de repente. Lucien se pôs de pé e se preparou - querem mesmo lutar?
- Não tenho medo de você. - Lucien respondeu.
Josué esboçou um sorriso e a estaca voou da mão de Lucien, ele a segurou em suas mãos, analisou a mesma cuidadosamente antes de fazer pegar fogo.
- Ainda querem lutar?
Baltazar atravessou sua espada celestial no corpo de Josué, estava atrás do mesmo. Normalmente, Josué poderia simplesmente tirar a espada, mas estava banhada em sangue de demônio, um veneno paralisante para anjos se atingir algum órgão importante da casca.
- Então vocês não me querem morto - Josué concluiu - o que querem saber?
- Na verdade, eu estou louco para matar você. - Lucien rebateu e começou a se aproximar do arcanjo - mas preciso de umas informações antes.
- E espera que eu dê pela bondade que há em meu coração. - Josué respondeu num tom cínico.
- Talvez. Vocês anjos não eram para ser os mocinhos?
- Você tem lido muito livro, Adkins. - Josué continuou com o tom cínico - os anjos não são os mocinhos, mas não são os vilões.
- Deu pra perceber - Lucien murmurou - como se mata Sahad?
- Arranque a cabeça dele, deve ser o suficiente.
Lucien levantou a blusa e mostrou a verdadeira estaca acinzentada.
- A primeira foi só uma isca, arcanjo tolo. - Lucien esclareceu, não havia contado essa parte nem mesmo para Baltazar - agora você vai me dizer como eu posso matar Sahad.
- E como posso saber que vai me soltar? - Josué perguntou - não confio em pessoas sem alma.
- Não tenho interesse em matar você, ainda. Quero assistir de camarote a batalha épica entre céu e inferno.
- Você é arrogante, Adkins. - Josué falou - se acha invencível, mas uma hora você vai cometer um erro, e quando cometer... Farei questão de ver você queimar nas chamas do inferno, pra onde seu pai irá em breve.
Lucien pegou a estaca e atravessou na barriga do arcanjo Josué, que soltou um grito agudo de dor, uma sensação de queimação percorria seu corpo.
- Eu não vou repetir, como posso matar Sahad?
- É melhor você falar - Baltazar sugeriu - o garoto não se importa com nada, não vai exitar em lhe matar.
- Você é tolo, Adkins. Não vai conseguir matar Sahad, por isso vou lhe dizer. Quer matar Sahad? Você precisa de um osso dele quando humano, transformar numa estaca e banhar em sangue de 3 espécies: anjos, demônios e banshee. Sem esquecer que precisa ser no inferno, dentro de um símbolo de morte feito com sangue de anjos.
Baltazar tirou a espada de dentro de Josué e o decapitou, o corpo se desfez numa luz branca ofuscante e a alma de Josué voltou para o céu. Em poucas horas poderia procurar outra casca.
- Só precisamos achar os ossos daquele demônio maldito. - Lucien comentou.
- E lá vamos nós pra essa tal de internet. - Baltazar resmungou.
- Eu posso ajuda-los - falou uma voz - sei onde os ossos de Sahad estão.
Ambos se viraram e um homem de estatura média estava a sua frente, vestia um paletó preto e uma camisa também preta. Aparentemente, ele amava a cor escura, afinal a calça era da mesma cor, as pupilas eram vermelhas e era calvo. Presumiram ser um demônio, pelos olhos.
- E quem é você? - Lucien perguntou.
- Seu novo amigo - ele respondeu - que vai lhe ajudar a matar Sahad.
- Um demônio. - Baltazar falou - o cheiro é inconfundível, aliás consigo ver sua verdadeira face.
- Não vá se apaixonar, - o demônio retrucou, um sorriso se esboçava nos lábios dele. - meu nome é Karifh. Sou o braço direito de Sahad.

Anjos e Demônios - O filho de Lúcifer Onde histórias criam vida. Descubra agora