Capítulo 14 - Boa ou má? (parte 1)

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Kyra arrancou o coração de Draco, havia cansado, duas semanas tentando arrancar alguma informação sobre a mãe de Julian, sabia que ele não era simplesmente um anjo, mas o que mais?
- Precisava matar ele já? - Ruthie perguntou, tentando esconder o receio - podia esperar mais uns dias, tentar conseguir algo.
- Ele não ia abrir o bico - Kyra falou - eu não esperava que abrisse.
- Se você diz - Ruthie deu de ombros, sem dar importância - agora que seu showzinho de tortura acabou, vou fazer algo que realmente necessita da minha atenção.
- Tipo o que?
- Ir no salão, nunca cuidou das unhas? - Ruthie perguntou e saiu da casa abandonada em que estavam.
Ela apareceu atrás de Lydia e passou um braço envolta do pescoço da mesma, então apareceu com ela longe dali, depois a soltou.
- Por que? - Lydia perguntou, pronta pra se defender - Por que simplesmente não me matou?
- Eu não vou te matar, Lydia. - Ruthie respondeu - Se você sumir da minha frente em 3 segundos...
- Vocês mataram Draco, não foi? - ela perguntou.
- Vocês, vírgula. - Ruthie corrigiu - a Kyra, eu não matei ninguém. Mas você já desconfiava...
- Eu tinha minhas dúvidas - Lydia admitiu - Mas você invocou o anjo negro, que matou a guardiã do Stiles e da Aurora.
- Foi a Kyra que o invocou - Ruthie respondeu - eu levei Lucien pra longe e dei um pouco da minha aura a ele. Pensa, Lydia.
- Você... - Lydia sussurrou.
- Sim, exatamente o que você está pensando. Não fale pro Lucien, nada.
- Ele precisa saber sobre a Kyra.
- Ainda não - Ruthie respondeu - eu quero descobrir tudo antes de desmascarar ela. Tem uma coisa que você precisa saber, sobre a armadilha pra você e sua mãe.
- Foi a Kyra, não foi? - Lydia perguntou - ela armou tudo.
- Sim, tem outra coisa. A escuridão está em Las Vegas, por que eu não sei, mas Lucien quer mata-la.
- Ele não é capaz...
- Lydia, pare de pensar nele como o irmão que você precisa proteger - pense nele como um soldado, um anjo muito poderoso, pense nele como o Lucien.
- Obrigado, Ruthie. Por tudo.
- Não fiz por você.
- Eu sei que não, mesmo assim, obrigado.
- Que seja. - Ruthie falou e desapareceu.

***

Lucien estava sentado no capô da nova limousine que haviam conseguido, olhando as estrelas. Ele e Aurora haviam ficado de guarda, em frente a pousada em que acharam, daqui 3 horas acordavam Stiles e Julian pro próximo turno.
- Nada - Aurora falou ao se aproximar, havia andado 1 quilômetro quadrado - nenhum cheiro de demônio.
- Melhor assim - ele falou - estou sem vontade alguma de matar demônios.
- Somos dois - ela pulou e se sentou do lado dele - ainda não acredito que Meredith morreu, mesmo quase 1 mês depois.
- Algumas feridas ficam no coração pra sempre. - ele falou.
- Por que acho que não está se referindo a mim? - Aurora sorriu - sente falta dela? Da sua antiga guardiã?
- Não mais - ele falou - apenas ódio, porque ela tá envolvida na morte dos meus pais adotivos e de uma amiga.
- Ora, lindinho. Vai passar, acredite.
- Não me chame assim - ele pediu.
Ela franziu o cenho, mas apenas assentiu e passou a olhar a lua, que estava cheia e brilhante no céu.
- Sabe, eu costumava subir no telhado quase todo dia pra ver o céu - ela falou - eu tentava contar as estrelas, mas sempre me perdia.
- Normal, existem milhares. - ele falou.
- Ou bilhares. - ela se virou pra ele - você sente falta da sua antiga vida?
- As vezes - ele admitiu - eu não precisava me preocupar com essa maldita guerra, ou com meu pai ser Lúcifer, não precisava dormir todo dia com medo de algum demônio aparecer, e o principal, não precisava me preocupar com mentiras. Não consigo mais saber se as pessoas falam a verdade ou mentem.
- Confiança não é algo que se dê de graça, e muito menos algo que se conquista - Aurora respondeu - confiança vem do coração, você sentir que pode confiar numa pessoa a sua própria vida. Existe um ditado, que diz: "quem mais tenta ganhar confiança, mais tem a esconder" eu me baseio nisso.
- O meu problema, é que sinto como se não pudesse confiar em ninguém. É quase como uma autodefesa, pra não ser surpreendido de novo.
- Você precisa confiar em alguém, Lucien. - ela falou - nem que seja em si mesmo, na sua irmã, no seu guardião. Não pode se guardar assim pra sempre, você vai se tornar outra pessoa.
- Talvez, você tenha razão. - ele se virou para encara-la - talvez não, não consigo confiar no que diz.
- O que o seu coração diz? - ela perguntou.
Lucien fechou os olhos por um segundo e inspirou, depois soltou a respiração lentamente, tentando ouvir o que seu interior dizia.
- Ele diz - Lucien abriu os olhos - que posso confiar em você.
Ela se aproximou lentamente dele, seu olhar recaindo sobre os lábios do mesmo, Lucien fez o mesmo, se aproximando para beija-la.
Então, o despertador do celular tocou, o fazendo acordar do transe, e ele se afastou, pegando o mesmo. Era 01:30 da manhã.
- 01:30 - ele falou - podemos ir acorda-los.
Lucien pulou do carro e caminhou até a pousada, não queria ter mais uma pessoa em quem confiar, uma pessoa pra se preocupar. Aurora o seguiu, quieta, entraram na pousada juntos e foram até os quartos, era um do lado do outro.
- Boa noite. - ela falou e entrou no quarto.
- Boa noite - ele sussurrou e entrou, Lydia estava numa das camas de solteiro, dormindo.
E sentada na sua cama, estava Ruthie.
- Olá, Lucien.
- Olá, Ruthie. Veio terminar o serviço que deixou incompleto?
- Se eu estivesse aqui pra te matar, acha que sua irmã estaria respirando? - ela perguntou e apontou Lydia - vim conversar.
- Ah, claro. E papai noel existe.
- Lúcifer quer ver você - ela continuou - ele está te esperando.
- Lúcifer quer me ver? - ele se segurou para não dar uma gargalhada - diz pra ele esperar sentado.
- Não estou pedindo - ela apareceu do dele, segurou em seu braço e os levou pra casa abandonada em que Lúcifer estava.

Anjos e Demônios - O filho de Lúcifer Onde histórias criam vida. Descubra agora