Anjos e Demônios - O filho de Lúcifer

Capítulo 16 - Inferno ou New Orleans?

- Então... Como vocês esperam encontrar a escuridão? Sabe, tecnicamente, ela não deve estar usando uma coleira com o nome. - Aurora falou enquanto entravam na lanchonete.
- A gente podia sair gritando por aí, sabe. - Stiles respondeu - "ei, escuridão, estamos aqui, venha nos pegar"
- Cala boca, Stiles. - ela revirou os olhos.
- Mas eu to falando sério, somos anjos, os demônios ouvem nossa voz acima das vozes mundanas.
Aurora ignorou o irmão e foi até o balcão, enquanto Stiles e Lucien se sentavam na mesa. Lydia estava lá fora, de vigia, esperando um deles terminar de comer para ir.
- Não é isso, mas esse é o ponto. - Lucien falou, de repente.
- Cara, desde quando sanduíches precisam estar no ponto? - Stiles perguntou.
- Não estou falando disso. Quando chamei por Sahad, ele veio na hora, quase como se fosse...
- Rápido demais? É, ele é um demônio.
- Obrigado - Lucien completou - ele foi obrigado porque sou filho do diabo, e lá na hierarquia do inferno isso deve contar.
- É, pode ser. Então você é o príncipe do inferno? - Aurora perguntou, estava com uma bandeja, com 6 sanduíches e três latas de refrigerante.
- Sim, eu acho.
- Você não pode, sei lá, mandar os demônios se matarem? - Stiles perguntou, pegando um sanduíche da bandeja - ia poupar muito trabalho.
- Acho que não, Lúcifer teria dado um jeito de me impedir de descobrir sobre isso. - ele respondeu - mas agora podemos atrair a escuridão para uma armadilha.
- Não se esqueçam que é a escuridão - Aurora falou, comendo seu sanduíche - um dos demônios mais poderosos que já existiu, o demônio mais antigo de todos.
- E se Kyra mentiu? - Perguntou Stiles, de repente - sobre como mata-la. Não seria surpresa ela mentir sobre isso.
- Mas ela mentiu - Lucien falou - mas eu sei como a escuridão pode ser morta, onde e como, na verdade.
- Então diga, Einstein. - Stiles pediu.
- No inferno - Lucien falou - temos que ir pro inferno.
- Então temos que morrer? - Aurora perguntou.
- Como você mesmo disse, sou o príncipe do inferno. - Lucien respondeu, com um sorriso nos lábios - acho que posso nos enviar para lá.
- E como vamos mata-la? - Stiles perguntou.
- Pelo que eu sei, a escuridão tem uma espada feita dela mesma. Vamos matar a escuridão, com a própria escuridão.
- Chega de escuridão por hoje, só quero descansar. - Stiles falou, se levantando - vou chamar a Lydia.
Ele se afastou e saiu da lanchonete, deixando os dois sozinhos.
- O que você não está contando? - Aurora perguntou. - ou melhor, o que está te preocupando? Tenho certeza que não é o fato de visitar o reino do seu pai.
- Se Kyra é a traidora, Sahad disse a verdade, sobre Ruthie. - ele falou, encarando o céu pela janela - eu a afastei, eu me deixei levar por coisas do passado. E agora ela está sendo chantageada pelas duas pessoas que mais odeio.
- Ei, Lucien. - Aurora chamou a atenção dele - Sahad pode ter dito a verdade, mas ele ainda é um demônio, e demônios não são confiáveis. Vamos livrar sua guardiã dessa, eu prometo.
- Eu queria acreditar que sim, mas tudo que vejo é um final nada adorável pra tudo isso.

***

Ao sair da lanchonete, Stiles viu Lydia encostada em um poste, um sorriso automático desenhou-se em seus lábios, mas ele logo o desfez quando o olhar dela voltou-se para ele.
- Stiles. Já posso ir? - ela perguntou.
- Sim, eu vou ficar aqui.
- Tudo bem - ela sorriu e passou por ele.
Stiles ficou vendo ela entrar na lanchonete, quando uma voz atraiu sua atenção.
- Você está apaixonado - falou Miguel.
- Quem é vivo sempre aparece - Stiles sorriu, sem se virar - Olá, pai.
- Vim te pedir um favor.
- Que grande novidade.
- Não vá pro inferno, por favor. É uma experiência horrível.
- Eu pensei que íamos deslizar pelo arco-íris até achar o baú de ouro - Stiles retrucou, se virando - nós vamos.
- Não é só por que estarão no inferno que não poderão morrer, é a escuridão, filho, ela é muito perigosa.
- E desde quando um demônio não é perigoso? Enquanto nós debatemos seu pressentimento de pai, demônios matam inocentes.
- Estamos cuidando disso, temos uma armadilha para Lúcifer, e ele está quase caindo.
- Sério? - Stiles perguntou, ficando interessado.
- Sim, Lúcifer acha que Ariel vai trair o céu, mas na verdade, Ariel vai atrair Lúcifer para nós.
- E se... Ariel realmente for trair o céu? - Stiles perguntou.
- Do que você está falando? Claro que não, Ariel nunca faria isso.
- Eu também pensava a mesma coisa - Stiles murmurou - não confie em ninguém, pai, nem mesmo em mim.
- Stiles... do que você está falando?
- Da realidade - Stiles respondeu, seu olhar estava voltado para os amigos dentro da lanchonete.

***

- Estou preocupada com Stiles. - Aurora falou ao ver o irmão sair - desde que descobrimos sobre Kyra, ele está distante, ele a admirava.
- Bem vindo ao clube - Lucien murmurou - Kyra era o exemplo de pessoa boa pra mim, eu confiei nela, me deixei levar pelo que os demônios disseram, e agora... tudo está assim por minha causa.
- Todos confiamos nela - Aurora corrigiu - nenhum de nós esperava, mas não adianta você ficar se lamentando, temos que continuar nosso trabalho.
- Ela tem razão - Lydia falou ao se aproximar - agora que sabemos que Kyra é a traidora, podemos focar em quem realmente são nossos inimigos.
- Espera... Então por que ela nos mandava a certas cidades? Se ela estava do lado do inferno, por que iria querer demônios mortos? - ele tirou o celular do bolso e colocou na mesa, abrindo um mapa dos Estados Unidos - só se tiver uma ligação...
- Me deixa ver - Aurora falou, ao pegar o celular - Kennesaw, Raleigh, Auburn, Scottsdale, Tallahassee, Irvine, Owensboro...
- Krastion! - Lydia concluiu - mas falta o N...
- Acho que tenho uma ideia - Lucien pegou o celular e fez uma ligação mental entre as cidades - New Orleans... Em Louisiana.
- Por que você acha que é lá, o último sacrifício? - Aurora perguntou.
- Tem uma ligação entre as cidades - ele falou - forma um símbolo estranho... Tirei print e joguei na internet... Na língua antiga significa: diabo.
- Isso é o suficiente pra mim - Lydia falou - então, inferno ou New Orleans?
- Inferno, um problema de cada vez - Lucien falou - Kyra não teria nos usado senão precisasse de nós pros sacrifícios, ela espera que vamos pra New Orleans, então vamos fazê-la esperar sentada.
- Eu topo - disse Aurora - vamos fazer uma expedição no inferno.
- Eu não diria expedição - Lucien sorriu - mas sim, uma caça.

***

Ruthie estava do lado de fora da lanchonete, observando tudo e ouvindo graças a sua audição aguçada, eles planejavam mesmo ir pro inferno? Só pra matar a escuridão? Ela queria entrar lá e impedir, mas as coisas não funcionavam assim, Lucien talvez ainda não confiasse nela. Soltou um longo suspiro e começou a andar, as vezes era bom se sentir humana novamente.
- Apareça logo, Kyra.
Kyra saiu das sombras, indo até Ruthie numa velocidade assustadora.
- Preocupada com a liga da justiça? - perguntou num tom sarcástico.
- Não, estava apenas pensando... Você queria isso, não é? Queria que eles fossem pro inferno, quer que eles vão pra New Orleans caso escapem vivos de lá. Você está controlando cada passo deles, como num jogo de xadrez.
- Talvez sim, talvez não. - Kyra respondeu - mas não importa, tudo está acontecendo como Lúcifer quer, e vai continuar assim.
- Falando no diabo... Onde ele se escondeu?
- Se ele está escondido, provavelmente é porque não quer ser encontrado. - Kyra abriu um sorriso - ele está resolvendo alguns assuntos aqui na terra.
- Eu sabia - Ruthie murmurou - sabe, como é engraçado, Lúcifer não está no inferno justamente no dia que Lucien vai pra lá.
- Coincidência, querida.
Ruthie pegou Kyra pelo braço e a girou, fazendo a mesma bater de cara num poste e desmaiar.
- Nada é coincidência, querida. - Ruthie abriu um portal para o inferno e atravessou, sabendo o que estava sacrificando ao fazer isso.

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Aviso:
Vou postar dois capítulos todo domingo, se eu escrever mais de dois numa semana vou postar mais de dois no domingo.