Capítulo 10 - Temos um acordo?

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Desculpem ter atrasado um dia a postagem, aconteceram algumas coisas e acabei esquecendo. Mas tá aqui o novo capítulo.
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          Lucien se lembrava vagamente das últimas horas, apenas de uma confusão de dores e convulsões. Conseguia lembrar de ter vomitado diversas vezes e de desmaiar com frequência. Fez uma promessa silenciosa de pensar com calma antes de voltar a Sheol.

Os quatro já estavam reunidos no salão do castelo e observavam um Lúcifer impaciente e engolido pela raiva caminhar de um lado para outro. Quando um demônio apareceu de um corredor, Lúcifer o pulverizou apenas ao olhá-lo. Por isso, as garotas evitaram falar alguma coisa. Exceto por Lucien, que levantou do sofá e se aproximou do rei do inferno.

— Quando foi a última vez que você ouviu da espada do espírito? — questionou o garoto.

Lúcifer diminuiu os passos e focou sua atenção no filho, que sentiu seu corpo tremer com o olhar sanguinário do pai.

— Séculos atrás, estava no céu. Ainda deve estar. Mas aquela porcaria de lugar é gigante. E eu não posso entrar.

— Você não poderia jogar Asmodeus no Sheol?

— Poderia, mas não ganharia as legiões que o seguem. Asmodeus comanda 20% do total do exército da minha parte do inferno. Foi o meu primeiro braço direito, ele conhece todos os meus segredos.

Lucien assentiu com a cabeça, pensou que a melhor opção era deixar seu pai falar sozinho por algum tempo.

— Você tem alguma coisa em mente? Está muito calado. Eu odeio silêncio! Fale!

— Bom, eu tenho uma ideia... — Lucien começou a falar. — Eu acho a espada do espírito e eu mato Asmodeus para você. Mas...

Um pequeno sorriso pintou o rosto de Lúcifer.

— Você quer um acordo. Eu te ensinei bem. Diga seus termos.

— Ninguém, jamais, nunca, em hipótese alguma, tocará nos meus amigos. Qualquer demônio que tentar, é meu inimigo e então seu inimigo.

— Claro. O que mais?

— Eu quero matar Sahad — Lucien continuou. — E você vai me ajudar.

Lúcifer ponderou em silêncio por algum tempo.

— Você sabe que, se você matá-lo, se tornará um príncipe do inferno?

Lucien sorriu.

— É exatamente o que eu quero.

Foi a vez do rei do inferno sorrir. Um sorriso largo que esbanjava orgulho.

— Você vai finalmente se juntar a mim?

— Não. Eu não tenho lados nessa guerra. Eu só quero poder o suficiente para matar alguns anjos. E Krastion.

— Muito bem. Deixe-me adicionar condição ao nosso acordo. Quando a guerra começar, você não poderá lutar ao lado de ninguém que não seja o meu, e irá mandar suas legiões para batalhar ao meu lado se estivermos bem.

Lucien esticou o braço direito.

— Temos um acordo?

Lúcifer sorriu e apertou a mão do garoto.

— Nós temos um acordo.

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          Após visitar algumas bruxas e aprender a recuperar as memórias de alguém, Lucien voltou ao castelo do pai para se despedir da irmã e de Mary. Estavam todos reunidos no salão principal, mas ninguém tomava a ação de iniciar uma conversa e um clima desconfortável começava a se instalar.

Anjos e Demônios - O filho de Lúcifer Onde histórias criam vida. Descubra agora