Capítulo 28 - Eu não vou sem você

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- Oi? Você disse mesmo inferno? Como a casa de Lúcifer e tudo mais? - questionou a garota loira, com dúvida se havia ouvido certo.
- Na verdade, o castelo de Sahad. - Aurora respondeu. - mas é por aí.
- Você não pode ir, Mary. Você morreria. - acrescentou Stiles
- Está me chamando de fraca? - Mary ergueu as sobrancelhas, como se o desafiasse a concordar.
- Estou sendo realista, para ir ao inferno, tem que ter sangue de anjo, ou ser um demônio.
- Ou estar morto. - Aurora completou.
- Não seja por isso. - Mary caminhou até um estilhaço de vidro e o retirou do chão. - eu não vou perder a diversão.
- Não temos certeza se podemos trazer você de volta. - revelou Stiles.
Na verdade, podiam, se tivessem ajuda de um Arcanjo poderoso ou de um demônio poderoso. O que não era o caso.
- Eu não posso simplesmente... deixar o Lucien a mercê daqueles malditos demônios, em poucos dias ele salvou minha vida várias vezes. Não consigo não retribuir.
- É o Lucien, ele diz que não é o herói da história, mas age como um. Pense bem. - Aurora caminhou em passos rápidos até a loira. - suas cordas vocais são úteis aqui, nesse mundo, não no inferno.
- Apenas... tragam ele de volta, por favor.
- Não voltaremos sem ele. - garantiu Stiles.

***

- Qual é o plano A mesmo? - Lydia questionou ao entrarem no castelo.
- Eu e o anjo bonitão vamos distrair Sahad enquanto vocês pegam Lucien. - declarou Ruthie.
Estavam todos dentro do castelo de Sahad, haviam dezenas de ossos de esqueletos espalhados pelo corredor, que eles haviam derrotado.
- Ainda não estou de acordo em ter que confiar nisso aí. - disse Baltazar, referindo-se a Karifh.
- Não confie, apenas torça para o #TimeKarifh. - respondeu o demônio. - agora vamos logo, Sahad não é tolo.
Lydia trocou um olhar com Ruthie, foi mais efetivo do que palavras. As duas desapareceram, ambas em direções diferentes, depois Baltazar e Karifh tomaram seu caminho.
A morena apareceu na entrada das masmorras, logo o demônio estava ao seu lado. Juntos, avançaram o mais rápido que seus pés permitiam, checavam em cada cela, cada corredor. Mas nada de Lucien.
- Onde diabos ele está? - Lydia murmurou para si mesma.
- Espera, existe uma outra masmorra, feita para prisioneiros poderosos como ódio, raiva, você sabe a lista.
- E estamos esperando o que para ir nessa masmorra? - reclamou Lydia, claramente impaciente pela dificuldade na execução do plano.
- Ela é protegida por um Flamah.
- Você tem certeza?
- Absolutamente.
Flamah é o nome dado para "guardiões do inferno" na língua antiga, logo que chegou ao inferno, Lúcifer criou cinco guardiões, cada um controla um elemento da natureza além de ser quase imortal. Quase.
- Como paramos ele? - Lydia indagou, impaciente.
- Você o para, é simples, quando você sangrar, ele irá te caçar até as profundezas do inferno.
- E como me livro dele depois?
- Arranque a cabeça, ele vai ficar morto por algumas horas.
Lydia bufou, não gostava nem um pouco daquele plano, mas sabia que era necessário.
- Vamos logo com isso.
Karifh pousou uma mão no ombro dela é os transportou para a entrada da outra masmorra, o guardião estava em frente à porta, era todo feito de fogo. Literalmente, de fogo.
- Como vou arrancar a cabeça dessa coisa? - Lydia sussurrou, estava um tanto assustada.
- Use luvas. - o demônio sugeriu, seu tom era indiferente. - você vai se queimar, mas é só um efeito colateral. Você vai sobreviver.
- O que fazem aqui sem a autorização de Sahad? - declarou a voz grossa e aparentemente robótica do homem de fogo.
Karifh puxou o braço esquerdo de Lydia e cravou seus dentes na mesma até rasgar a pele. A garota soltou um enorme urro de dor. Os olhos vermelhos do Flamah se arregalaram.
- Anjo em território não autorizado tem pena de morte. - ele declarou e lançou uma rajada de fogo em Lydia.
A morena deixou suas asas aparecerem e começou a voar para longe dali, surpreendentemente seu braço não estava curando, mas aquilo não era o importante naquele momento, o que importava era que o Flamah estava lhe seguindo.
Karifh entrou na masmorra e foi tomado pelo imenso poder dos espíritos ali presos, tentavam tomar sua mente. Era uma pressão esmagadora, por isso só um guardião podia ser sentinela, ele não tinha mente, não podia ser controlado.
O demônio levou um tempo considerável para voltar a andar, agora procurava a cela de Lucien, o que não foi difícil de achar.
- Sahad foi esperto. - o demônio murmurou ao arrancar as grades.
Ele se encaminhou até Lucien e arrebentou as correntes que o prendiam, depois as cordas que neutralizavam seu poder. Lucien cambaleou para trás e se escorou na parede, estava verdadeiramente fraco.
- Vamos logo, garoto. Não temos o dia todo. - Karifh caminhou até a saída da cela.
Um segundo depois, a cabeça do demônio estava nas mãos de Lucien. O garoto caminhou a passos lentos para fora da cela, deixou a cabeça cair durante o trajeto. O mais surpreendente é que os pensamentos dos prisioneiros não lhe incomodavam.

Anjos e Demônios - O filho de Lúcifer Onde histórias criam vida. Descubra agora