Capítulo 2 - Anjos guardiões

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- Oi? Hã? - perguntou Lucien - como assim anjo guardião? Eu preciso de guardas agora?
- É uma longa história. - ela foi até a porta - venha.
- E... os meus pais? - ele perguntou enquanto a seguia.
- Eles terão um enterro digno, eu prometo.
- Espero que sim. - ele suspirou - você ainda não me disse seu nome.
- Kyra, meu nome é Kyra.
Ela saiu da casa e ele a seguiu, ainda receoso de deixar os corpos dos pais ali.
- Como você matou aqueles seres?
- Com isto. - ela pegou uma adaga prateada escondida e mostrou a ele - feita especialmente para aquele tipo de demônios.
- Quer dizer que tem outros tipo?
- Sim, esses são os Krath. Demônios que tem sua própria forma, tem os demônios que possuem humanos, os Rachk. E os demônios superiores que tem sua própria forma, mas podem possuir humanos.
- E deixa eu adivinhar... Você é a anjinha que combate eles?
- Não fale nesse tom de deboche comigo. - ela o repreendeu em um tom frio - chegamos.
A porta se abriu sozinha, literalmente, e Kyra entrou na casa.
- Você é bem paciente. - Lucien ironizou entrando atrás dela.
- O que... - falou Julian enquanto descia as escadas, ficou chocado ao ver Kyra ali, foi até ela e se curvou - senhora.
Lucien não aguentou e caiu na gargalhada, Kyra lançou um olhar ameaçador a ele que o fez se calar.
- Okay, parei, agora Julian, me explica... O QUE DIABOS VOCÊ TEM HAVER COM ISSO?
- Eu sou seu anjo guardião, Lucien. - ele respondeu - então, o que aconteceu?
- Dois Krath mataram os pais adotivos dele - ela respondeu - aqui não é seguro para ele.
- Espera. Pai adotivos? Como assim? - Lucien perguntou.
- Você ouviu, Lucien. - ela falou - pais adotivos.
- Eu não sou surdo, então quem são meus pais?
- Na hora certa você saberá. - ela respondeu - vocês dois tem que partir, imediatamente.
- Eu não vou a lugar algum sem me contarem o que está acontecendo.
- Eu vou contar. - Julian garantiu - Kyra, daqui para frente vamos nos virar, pode ir.
- Espero que sim - ela falou e desapareceu.
- Garota folgada em.
- Você nem imagina - Julian riu e pegou o telefone.
- Diga, Julian. - Ruthie falou no outro lado da linha.
- Minha casa, agora.
Ruthie apareceu no meio da sala.
- Caramba! - falou Lucien pulando do sofá - espera... você também é um anjo?
- Quase isso, docinho. - ela sorriu - então, Julian, qual o próximo passo?
- Sair da cidade.
- Primeiro temos que passar por umas centenas de demônios. - ela falou como se não fosse nada. - Lúcifer deve ter conseguido abrir um portal na cidade.
- Que ótimo. - Julian suspirou e foi até o sofá, se sentando ao lado de Lucien - então... você me odeia?
- Não. - Lucien respondeu - só estou meio magoado por precisar meus pais morrerem para eu saber a verdade. Acho que... se eu soubesse antes poderia ter salvado eles.
- Você não precisa se culpar. - ele respondeu - se pudéssemos evitar teríamos feito, mas não podemos.
- Será que agora eu posso saber toda a verdade?
Ruthie fez uma cadeira flutuar até perto deles e se sentou na mesma.
- O Julian é muito dramático, então vou resumir. Parece que Lúcifer e Sahad encontraram um jeito de sair do inferno, então agora querem guerra. Deus está enviando seus lindos anjinhos para terra para fechar os portais, mas cada vez mais e mais demônios estão escapando e destruindo cidades.
- E por que tenho o pressentimento que Lúcifer e Sahad ainda estão no inferno?
- Porque estão. - ela respondeu - é um mistério porque eles não sairão de lá. Mas aposto que querem descobrir como entrar no reino do céu.
- E onde eu entro nisso? - Lucien perguntou.
- Não sabemos. - Julian falou - O que sabemos é que Deus quer você protegido, então nos mandou para ficar de olho em você.
- Então basicamente, tenho que me manter vivo?
- Você é um do exército de Deus, agora. - Ruthie falou num tom quase debochado - por algum motivo você tem os poderes de um demônio e de um anjo.
- Basicamente, você é especial. - Julian falou.
- E a Sarah? Ela também é um anjo?
- Sarah é uma humana. - Ruthie falou, olhando nos olhos dele - Que bonitinho, você gosta dela.
- Não importa - Lucien se levantou - então, como se mata um demônio?
- Adaga prateada ou uma espada feita por um anjo. - Julian falou.
- Eu gosto mais de arrancar a cabeça deles - Ruthie abriu um sorriso malicioso.
- E os demônios superiores? Como se mata eles?
- Tem poucas armas que conseguem... - Ruthie estreitou os olhos - o que quer dizer com isso?
- Aqueles demônios que mataram meus pais, disseram ter sido enviados por Sahad. Quero vingança.
- Você quer se suicidar, isso sim. - falou Julian.
- Estou falando sério, quero treinar esses meus poderes que vocês falaram, quero ficar forte, para destruir Sahad.
- Primeiro que Sahad é quase um rei do inferno - Ruthie disse - só existe uma arma que pode mata-lo. Segundo que você mal chegaria perto dele e iria virar pó.
- Ao menos vou morrer tentando - Lucien se levantou - vou ver a Sarah.
- Não sozinho. - Ruthie falou e se levantou - Julian, querido, prepare tudo que precisamos. Vou levar o Lucien para se despedir da namoradinha.
Julian revirou os olhos e se levantou do sofá, indo pro quarto.
- Vamos, lindinho. - ela pegou na mão dele e apareceu com o mesmo na frente da casa da Sarah - não demore, odeio esperar.
Lucien revirou os olhos e foi até a porta, tocou a campainha e esperou: nada. Tocou novamente e esperou dois minutos: nada. Ele pôs a mão na maçaneta e percebeu que a porta não estava trancada, desconfiado, entrou na casa e viu que tudo estava escuro.
- Ruthie! - ele chamou.
Ela apareceu do lado dele e fez careta.
- Cheiro de demônios.
Lucien correu pela casa a procura de alguém, quando chegou na porta do quarto dos pais de Sarah, viu que estava aberta. Lentamente foi entrando, e viu os dois sobre a cama, com a garganta cortada, sentiu uma náusea forte e lutou para ir até o quarto de Sarah. A porta estava trancada, então a chutou, só não esperava que a mesma fosse voar até a outra parede.
Entrou no quarto e não viu nada, se aproximou da cama e então viu: sangue na coberta.
- Parece que sua namoradinha foi sequestrada. - Ruthie falou entrando no quarto.
- Temos... que acha-la.
- Cuidado! - Ruthie gritou.
Ele se jogou por cima da cama e caiu do outro lado do quarto, no momento que uma adaga ia passando onde estava. Lucien se levantou e viu Ruthie presa no teto, a sua frente havia um humano, ou era um humano, até ser possuído. A única diferença é que seus olhos estavam completamente vermelhos.
Lucien pegou a adaga presa na parede e lançou no humano, que a parou com um sorriso cínico nos lábios.
- O famoso Lucien Adkins, não sabia que era tão fraco. - ele lançou Lucien no teto e o deixou do lado de Ruthie - Sahad vai me agradecer.
Ruthie começou a tossir e logo depois cuspir sangue, Lucien estava desesperado, não sabia o que fazer, tentou se soltar, pular, algo com telepatia, sem sucesso.
- Lu-Lucien... - balbuciou Ruthie - se... c-concentre... você... consegue.
De repente Ruthie gritou, o barulho de seus ossos quebrando era alto e claro. Lucien focou o olhar no "humano" e imaginou todos os órgãos dele se dissolvendo, de repente, o mesmo começou a gritar e caiu no chão. Lucien conseguiu sair do telhado e caiu de pé, lançou o demônio na parede e foi até ele calmamente, com seus olhos totalmente pretos.
- Não toque nos meus amigos. - ele atravessou um braço no peitoral do demônio, perfurando o coração.
Seus olhos voltaram ao normal e ele se virou, Ruthie estava de pé no chão e quase recuperada.
- Aquele demônio era forte. - ela falou - não era um qualquer, era um anjo caído.
- Anjo expulso do céu? - Lucien perguntou.
- Exatamente.
- E agora, como fazemos para achar Sarah?
- O sequestrador sempre faz contato. - ela sorriu e foi até ele - obrigada, docinho.
- Você teria feito o mesmo por mim - ele retribuiu o sorriso.
Ela se aproximou e deu um beijo nele, quase perto demais da boca.
- Talvez. - ela sussurrou e se afastou - está pronto para matar alguns demônios?

Anjos e Demônios - O filho de Lúcifer Onde histórias criam vida. Descubra agora