Capítulo 30 (Final) - Versus Abbadon

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Uma semana depois

Baltazar estava sentado na beirada de um enorme penhasco, com uma garrafa de cerveja nas mãos e um olhar despreocupado, maravilhado com aquela visão.
- Como fez isso? - indagou uma voz masculina, o homem se aproximou e fitou o anjo com braços cruzados.
- Achei que ia ganhar um obrigado. - ironizou o anjo, sem tirar o olhar da paisagem esplendorosa. Estavam em um lugar tão alto que os edifícios cidade mais próxima pareciam formigas.
- Você não fez isso por bondade. - retrucou o homem, agora já se sentando ao lado do anjo.
- Eu sou um anjo, anjos são bondosos.
- Estamos vivendo em um conto de fadas?
- Não, isso aqui nao é Once Upon A Time.
- Pare de fugir do assunto, Baltazar.
- Eu preciso que me ajude, Karifh. Me ajude a treinar Lucien, e quando Sahad morrer, você irá tomar o lugar dele. - Baltazar olhou para o demônio pela primeira vez.
- E por que está pedindo isso pra mim? Por acaso, estou sentindo o início de uma relação bromantica? - zombou o demônio.
- Lucien é metade demônio, e você é um demônio poderoso, pode ajuda-lo a se tornar forte.
- Da ultima vez que tentei ajudar aquele garoto, ele arrancou minha cabeça. - Karifh reforçou a memória do anjo.
- Então não ajude, existem milhares de demônios.- Baltazar voltou a fitar o horizonte e levou a garrafa de cerveja até os lábios.
- Tudo bem, eu o farei.

***

Lucien tinha uma espada apontada para o pescoço de Aurora, que estava caída no chão. O garoto respirava rapidamente, exausto pela batalha com a ruiva. Tinha vários cortes por seu corpo, assim como no dela.
- Lucien venceu. - Stiles anunciou escorado em uma árvore.
Lucien recuou a espada e a guardou atrás de si. Esticou uma mão para para Aurora e ajudou a mesma a se levantar.
- Primeira vez que você me vence. - ela resmungou.
- Só lutamos três vezes. - retrucou o garoto com um sorriso se formando nos lábios.
- Vocês estão sentindo isso? - Stiles rapidamente se aproximou da dupla, preocupado com a enorme pressão de aura que se aproximava.
- Isso o... - antes que Lucien pudesse completar, também sentiu. Aquilo o assustou, era algo estrondoso. - o que diabos é isso?
Um grito soou dentro da casa. Mary gritou. Eles estavam em um lugar isolado de tudo, morando em uma casa de dois andares, sem nada que os conecte ao mundo lá fora.
- É um aviso. - Aurora sussurrou.
Bum! Os três foram lançados para direções diferentes, Aurora se chocou com uma árvore, Stiles se chocou contra a casa e atravessou a parede, Lucien foi arremessado para fora da montanha em que estavam e ficou em queda livre.
- Peguei você. - era Karifh, ele segurou o garoto e os teleportou para cima da montanha. - está me devendo duas, uma por me matar e outra por salvar sua vida.
Lucien não prestou atenção no demônio, já que a casa estava pegando fogo. Ele apareceu dentro da mesma, os móveis estavam revirados, o fogo se alastrava de forma quase anormal. Lucien ficou com dificuldades para respirar por causa da fumaça.
- Mary! - ele gritou.
Como ficou sem resposta, o garoto levantou as mãos no ar e sugou todo o fogo para si, quase perdendo o controle de tal poder. Se perdesse, seria carbonizado. Ele se concentrou para se manter daquela forma, seus amigos precisavam de ajuda, Mary precisava.
Após sugar todo o fogo, Lucien desatou a correr pela casa, seu coração batia aceleradamente, como se soubesse que algo terrível havia acontecido. E realmente aconteceu. O filho de Lúcifer encontrou o corpo de Mary no chão com o pescoço quebrado, por sorte o fogo não havia chegado nela ainda.
Ao lado da garota havia um bilhete, no qual Lucien pegou rapidamente e abriu. A raiva que o tomou ao ler aquilo era sobrehumana, ele amassou o bilhete até não sobrar um centímetro de papel.
O bilhete dizia: "Os seus atos causaram isso, Adkins." Ele tinha certeza que era Josué. Lucien se agachou ao lado de Mary, ainda sem acreditar no que estava acontecendo, estava cansado de chorar, de sofrer, de sentir dor, não suportava perder mais ninguém. Ele iria retaliar e fazer todos pagarem pela morte de todos os inocentes durante essa guerra.
- Os anjos começaram como meus aliados, agora são a raça que mais quero exterminar. E eu vou. - ele sussurrou para si mesmo.
Na porta, estava Baltazar. O anjo estava preocupado com o que aquela morte poderia acarretar. Ele não conseguia acreditar que os outros anjos chegaram ao ponto de matar inocentes. Frustrado, o anjo desapareceu, precisava ficar sozinho e refletir.

***

- Lá. - Ruthie sussurrou e apontou.
Ela e Lydia estavam atrás de uma árvore, no fim do temido "bosque da escuridão." Que na verdade só levava esse nome para nenhum demônio se aventurar e descobrir o que acontecia do outro lado. Uma ceita. Os demônios mais poderosos interceptavam as almas que morriam e as atraiam para o inferno, depois as comiam.
- Abbadon entrou pro clubinho. - Lydia sussurrou.
Havia cinco demônios lá, e elas só reconheciam Abbadon. Era um ser completamente vermelho - em um tom fraco - com dois chifres de quase trinta centímetros e um par de asas negras. Ele era assustador.
- Agora. - Ruthie declarou.
Cinco pessoas apareceram em meio ao pentagrama desenhado no chão, uma era conhecida de Lydia.
- Mary! - a garota tentou não aumentar o tom de voz.
- Você a conhece?
- Sim, ela é uma amiga. Se está morta, eles estão com problemas lá em cima.
Os mortos estavam em transe, sendo controlados mentalmente por Abbadon.
- Eu preciso salvar ela. - Lydia saiu de trás da árvore e começou a correr.
- Lydia, espera! - Ruthie pediu, sem sucesso. - droga!
A morena alçou vôo com suas asas e lançou um raio de luz em um dos demônios, pulverizando o mesmo. Ruthie aproveitou que um de quatros braços estava distraído e lançou um raio negro, também o destruindo.
- Matem-nas! - Abbadon ordenou aos restantes.
Um dos demônios, que também tinha asas, fez uma corrente de ar lançar Lydia para baixo, depois ele lançou seu tridente nela, que estava sem controle de seu vôo. Ruthie interceptou o tridente ao criar um escudo roxo e apareceu atrás do demônio, atravessou uma mão no corpo do mesmo e envolveu o coração em suas mãos. Depois explodiu.
Lydia apareceu atrás da amiga e absorveu um jato de fogo, depois o arremessou em Abbadon, que ficou parado, apenas esperando o ataque. O fogo acertou Abbadon, mas ele sequer piscou seus olhos vermelhos, apenas esperou o fogo desaparecer.
- Já posso brincar? - ele questionou.
Ruthie aproveitou que o outro demônio se distraiu e o explodiu apenas com um estalar de dedos.
- Se renda, Abbadon. Ou morrerá. - Lydia declarou.
- Eu já estou morto, assim como vocês duas. Mas diferente de vocês, posso dar um jeito de que nunca mais voltem a viver.
Em velocidade sobrehumana, Abbadon acertou um soco em cada uma, e antes mesmo que elas caíssem no chão, criou dezenas de espetos de terras vindos do chão, onde elas estavam prestes a cair. Ruthie conseguiu segurar Lydia pelo braço esquerdo e as teleportou de volta para perto do pentagrama, mas ele havia desaparecido.
Mary tentava assimilar o que estava acontecendo, o controle mental havia sido quebrado.
- Mary, precisamos sair daqui, venha.
Lydia correu até a banshee.
- LYDIA! - Ruthie gritou, mas era tarde demais.
Um sorriso perverso surgiu nos lábios de Mary e ela atravessou uma mão no corpo de Lydia. Mary fôra possuída por Abbadon.
- Eu vou te mandar para um lugar tão obscuro que você nunca irá voltar. - o sorriso nos lábios de Mary aumentou. - adeus.
Abbadon torceu o braço dentro de Lydia e ela se desintegrou lentamente no ar, de forma literal. Ainda confiante com a vitória, Abbadon se virou para Ruthie.
- Você é a próxima.
Ruthie estava paralisada, não de medo, mas por que havia pisado no pentagrama, e ele era uma armadilha.
- Adeus, Arcanjo.
A última coisa que Ruthie viu foi Abbadon atravessar uma mão em seu corpo.

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Explico tudo no capítulo "notas".

Anjos e Demônios - O filho de Lúcifer Onde histórias criam vida. Descubra agora