Capítulo 20 - Amaldiçoado (parte 2)

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Lucien caiu no chão, agonizando em dor e os batimentos diminuindo numa velocidade assustadora, Mary soltou um grito e correu até ele, mas o homem misterioso a lançou na parede, fazendo bater a cabeça. Ele retirou a espada de Lucien, se agachando em frente ao mesmo.
- Acaba assim? - ele perguntou - o grande filho de Lúcifer, derrotado sem a luta ao menos começar?
- Quem é você? - Lucien perguntou quase murmurando, estava sentindo uma frieza tomar seu corpo, um sentimento de ódio percorrendo seu corpo.
- Acho que você já sabe - ele abriu um pequeno sorriso - eu sou a encarnação do ódio, pequeno garoto prodígio.
- Mas Krastion...
- Krastion tem parte de mim, a maior parte. Não estou em meu poder total - ele explicou - vou te contar um segredo... Sou tão velho quanto seu amado deus.
- Acontece que não amo nenhum deus - Lucien pegou a espada caída no chão e se virou rapidamente, atravessando no homem - como você mesmo disse, sou filho de Lúcifer.
O homem cambaleou para trás e caiu sentado, com a espada atravessada em seu peitoral. Lucien levantou, estava quase curado, seu olhar voltou para Mary, que estava perto da porta, pronta pra correr.
- Ta esperando o que? Autorização? - ele perguntou.
Ela abriu a porta e saiu correndo, fazendo o homem soltar uma gargalhada.
- Você só está adiando o inevitável, garoto - disse ele, retirando a espada de seu corpo. - Ouvi bastante sobre você, pensei ter encontrado um adversário a altura, mas você se importando com outras pessoas fará você ficar fraco.
- Bom, se vocês, anjos e demônios, a querem. Eu quero muito mais pelo simples fato de irritar vocês. - Lucien se virou, caminhando até o homem que ainda estava no chão.
O homem estalou os dedos, fazendo a espada virar um pó branco, depois, apareceu na frente de Lucien em um borrão. Ele pôs ambas as mãos na cabeça de Lucien, uma de cada lado.
- Sinta o ódio - ele falou - a escuridão, a dor, sinta tudo de ruim.
Lucien começou a se debater e gritar, sua cabeça parecia estar pegando fogo, um sentimento ruim se apoderava dele, tomando cada centímetro de seu corpo.
- Porque no fim - o homem continuou - isso é o que vai restar, uma carcaça, sua alma estará vazia, envolvida pela escuridão, você será um servo da escuridão, do ódio, meu servo.
Lucien continuou gritando, cada vez mais alto com a continuidade da dor, que lhe fazia querer morrer. Então, tudo parou, os olhos deles ficaram completamente negros, encarando o homem.
- Eu não sou seu servo - ele deu um tapa na cabeça do homem, fazendo a mesma rolar no chão - sou meu servo.
A maldição havia funcionado, Lucien estava apossado pelo ódio e escuridão, sua alma estava bloqueada, sem lhe permitir sentir, era apenas uma carcaça vazia que mataria qualquer coisa a sua frente.
Ele sabia que o homem não havia morrido, logo iria se apossar de outro corpo, saiu lentamente da casa, fazendo a mesma pegar fogo e explodir segundos depois.

***

- Mãe! - Lydia gritou.
Ana fez sua espada aparecer e colidir com a de Kyra no último segundo possível, forçando a mesma e fazendo Kyra recuar. Aurora já estava perto de Kyra, lhe acertando um soco, sua mão estava envolvida em uma luz roxa brilhante, era sua aura que estava acrescentando seu poder. Kyra levantou o braço esquerdo, fazendo o soco de Aurora acertar seu punho, mas mesmo assim ela foi jogada pelo impacto a vários metros dali, caindo em cima de uma casa.
- Stiles! Acorda! - Aurora falou, se agachando em frente ao irmão.
Lydia apareceu em cima da casa, mas Kyra não estava mais lá, ela se virou, esperando ver a inimiga atrás de si, mas também não estava. De canto de olho, ela viu algo vindo em sua direção, não teve tempo para desviar, uma espada atravessou sua barriga, fazendo com que caísse de cima da casa. Ana apareceu em baixo da filha, a pegando no colo e deitando no chão quando chegaram ao mesmo, retirou a espada rapidamente e cravou no chão, sussurrando umas palavras na língua dos anjos.
Todos os humanos num raio de 1km caíram desmaiados, revelando Kyra atrás de Aurora, que tentava acordar o irmão. Uma espada apareceu atravessando o corpo de Kyra, lançando a para longe, Lucien estava atrás dela. Kyra se levantou rapidamente, retirando a espada de si e largando no chão.
- Pensei que ia perder o show. - falou ela, caminhando até Lucien - Veio salvar seus amiguinhos?
- Não tenho amigos - ele pôs uma mão sobre Aurora, fazendo a mesma desmaiar e cair deitada ao lado do irmão - só vim te matar, afinal não é o que Krastion quer?
- Deixa eu adivinhar... Sahad. - ela abriu um pequeno sorriso - aquele filho da mãe.
- Nessa parte eu concordo - Lucien retribuiu o sorriso - vai me dar um bônus e me deixar acabar logo com isso? Estou com fome e tem uma lanchonete aqui perto.
- Então venha - ela abriu os braços - mate-me.
Em menos de um segundo, Kyra estava sem coração, ele estava na mão de Lucien, ainda pulsando. Um grito desesperado chamou sua atenção, ele levantou o olhar e viu Kyra pegando Lydia pelo pescoço.
- Como... - Lucien murmurou.
- Eu quero me divertir antes do sacrifício - Kyra explicou, largando Lydia e apontando uma mulher caída no chão - vamos brincar de adivinhação. Quem é essa mulher?
Lucien se aproximou, olhando a mulher, era parecida com ele, talvez até demais.
- Isso, Lucien. É sua mãe.
- Vamos parar com joguinhos - Lucien falou, não acreditava nela, ele olhou a extensão do chão, procurando uma espada.
- Não sabe como me matar de verdade, não é? - ela perguntou - até que para o filho de Lúcifer você é bem lesado.
- Na verdade, não preciso saber - ele falou - acho que não preciso cortar sua cabeça para te enviar para as profundezas do inferno.
Lucien se agachou, pondo a mão esquerda no chão, depois levantando a mão e abaixando, como se estivesse dando um tapa, uma rachadura foi emergindo no chão, logo gerando um abismo, onde vários corpos foram caindo.
- Tente. - Kyra pediu.
Lucien apareceu na frente de Kyra, tentando acerta-la com um soco, mas ela desviou e deu um chute na barriga dela, fazendo o mesmo ir parar na beira do abismo. Ela se aproximou lentamente, enquanto Lucien se levantava, um passo para trás e ele iria cair.
- Acho que vou levar você junto - ela falou, começando a desferir um soco.
Alguém apareceu atrás de Kyra, a empurrando direto para o abismo, era Ana.
- Você está bem? - ela perguntou ao filho.
- Já estive melhor - ele falou num tom indiferente e se virou para o abismo, começando a fecha-lo.
Ana foi puxada para dentro do abismo, se segurando na borda. Lucien desviou o olhar surpreso, vendo Kyra se segurando nos pés da mãe.
- Lucien - Ana sussurrou - por favor.
Ele ficou olhando-a, será que era mesmo sua mãe ou mais uma mentira de Kyra. Ele se agachou, se decidindo o que fazer.
- Adeus - ele disse para as duas, puxando as mãos de Ana para trás e fazendo ambas cair.
Ele se levantou e fechou o abismo rapidamente, evitando qualquer chance de Kyra escapar.
- Devo agradecer?
Lucien se virou, vendo uma cópia dele, mas sabia que era Krastion.
- A escolha é sua, mas não fiz por você. - ele começou a andar.
- Você poderia ter evitado isso, mas não o fez. - ele falou - agora estou livre, só preciso do seu sim.
- Espera sentado. - Lucien respondeu - de pé vai se cansar.
- Você quer matar anjos, eu também. Se me deixar entrar, podemos fazer isso juntos.
- Não sou fã de ter demônios dentro de mim, como eu disse, espere sentado. Vou fazer do meu jeito.
- Uma hora você vai me deixar entrar - Krastion falou e desapareceu.
- Lucien? - chamou uma voz - você está vivo?
Ele se virou, vendo Mary a alguns metros.
- A morte não veio me pegar, não dessa vez. - ele respondeu - até nunca mais.
- Espera. Você vai embora?
- Eu diria que vou caçar os filhinhos do céu.
- Me leve com você.
- Pra me dar trabalho? Não, obrigado.
- Eu posso ajudar, e como você mesmo disse, posso sentir mortes antes de acontecem, posso sentir a sua e tentar evitar.
- Eu trabalho sozinho, docinho. - ele respondeu e apontou Stiles, Aurora e depôs Lydia - fique com eles, são tão bonzinhos que vão te dar até uma arma.
- Mas... você me trouxe para isso, você salvou minha vida, agora quer me deixar a mercê dos anjos?
- Sem chance, você não vem.

Lucien estava no quarto de um hotel, com Mary.
- Você fica aqui - ele jogou uma adaga para ela - use para se defender, não espere que eu apareça pra ser o seu herói e te salvar em algum ataque. Vou caçar alguns anjinhos.

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