— Até que enfim, liberdade! — Lana quase gritou, saltando para fora do carro e encarando o enorme prédio a nossa frente.
Não consigo conter a empolgação, e vou ao seu encontro.
Eu não poderia estar mais feliz, depois de longos vinte e um anos, agora eu tenho a minha própria casa ou, em nosso caso, apartamento, porém, isso não diminui nossa felicidade.
— Depois de tantos anos vivendo sobre as regras dos nossos pais... — Faço uma pausa, passando um de meus braços por cima dos ombros de Lana, que me olha animada.
— Agora, criamos as nossas próprias regras! — Ela completa minha frase, dando ênfase para deixar claro que agora as coisas seriam do nosso jeito.
Olho novamente para o enorme e antigo prédio à minha frente. Ele era realmente grande, havia cerca de trinta andares e, bem, ficamos com o trigésimo, já que Lana choramingou na minha orelha, pois, queria ficar no ponto mais alto onde poderíamos ter "a vista perfeita da cidade de Hazelwood", em suas palavras. Para mim, o andar não era tão importante, eu só gostaria de ter o meu espaço, onde eu poderia dizer que era meu e que paguei por ele, portanto, estar no trigésimo andar não seria um problema para mim.
Acabamos achando Hazelwood na internet enquanto procurávamos alguns apartamentos. Lana e meus pais insistiram especialmente para que nos mudássemos para esta cidade. Foi engraçado quando começamos a pesquisar sobre ela e, acho que foi o fato de dizerem que a cidade era assombrada e que continha um passado escuro, que tanto me chamou atenção.
Gosto desse tipo de coisa.
O barulho de algo metálico sendo arrastado, me puxa para fora de meus pensamentos, e olhando por cima dos ombros, vendo que o caminhão de mudanças havia chego pouco tempo depois de nós. E os encarregados em nos ajudarem já haviam começado a descarregar as inúmeras caixas de papelão pela calçada.
— Chega de sonhar e vamos ao trabalho. — Lana anuncia com extrema empolgação.
E por um momento, acabo desviando meu olhar do seu, para encontrar aquelas montanhas de caixas todas empilhadas. E se fosse em outra ocasião, eu certamente reclamaria, mas não hoje. Hoje eu estaria feliz por apenas carregar caixas.
Caminhamos animadamente até a calçada, pegando assim, algumas das caixas de papelão, em seguida, indo em direção ao edifício Hazelhills. Passamos pela portaria, onde havia um simpático porteiro que nos ofereceu ajuda, e acabamos por aceitar, considerando que levaríamos um bom tempo até conseguirmos acabar com tudo isso.
***
Quase uma hora depois eu praticamente não sentia mais minhas pernas, minha respiração já estava ofegante, meus braços estavam doendo e eu estava completamente suada e grudenta.
Acabei prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo para tentar amenizar o calor que eu sentia, e como havia muitas pessoas ajudando, nem sempre deu para pegar o elevador, mas, felizmente, já estávamos no final. Os encarregados da mudança já haviam ido embora, e o porteiro simpático já havia voltado para seu posto de trabalho também. E agora restavam apenas duas caixas, uma comigo e a outra com Lana.
— Até que enfim nós acabamos. Não aguentava mais. — A loira de cabelos curtos ao meu lado, resmunga, enquanto esperávamos o elevador parar em nosso andar.
— Sim, minhas pernas estão queimando. — Falo, dando uma olhada no espelho do elevador, contorcendo o rosto para o que vi.
Meu cabelo estava bagunçado com alguns fios do meu rabo de cavalo grudando em torno do pescoço, minha regata branca estava um pouco suja, e as únicas coisas que se mantiveram no lugar foram as minhas botas de cano curto e meus shorts.
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REDEMPTION || H.S
Fanfiction❝A crença derradeira é acreditar numa ficção, que você sabe ser ficção, nada mais além disso. A espantosa verdade é saber que se trata de uma ficção, e que você acredita nela por vontade própria.❞ Ela não acreditava em monstros. Ele era um monstro...