26°- CAPÍTULO ✝

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Harry parece notar meu nervosismo, já que seu sorriso de lado, ou sua marca registrada, surge em seus lábios avermelhados. Escuto o barulho da porta se fechar atrás de mim, e olho por cima dos ombros vendo que Ethan havia entrado. Éramos apenas nós dois a partir de agora.

— Não sabia que fumava. — Aponto para o cigarro que Harry levava até os lábios de forma graciosa, o que me faz quase esquecer como eu odeio cigarros.

Ele coloca o filtro branco entre os lábios, dando uma longa tragada, antes de soltar a fumaça.

— Tem muitas coisas que você não sabe. — Harry diz assim que termina de soltar a fumaça, lançando o cigarro ao chão e pisando nele com suas botas pretas.

Ele dá uma curta risada, antes de estender sua mão para mim, que fico apenas encarando ela enquanto Harry espera por alguma reação minha. E sem muitas escolhas, pego em sua mão, fazendo com que um longo arrepio corra por meu corpo apenas por esse simples contato. Trato de afastar tais sensações e dou alguns passos parando ao seu lado. Harry olha para frente de maneira concentrada e eu vou vendo vagarosamente as coisas se tornarem borrões ao nosso redor. Sinto uma sensação como se todas as células do meu corpo se agitassem sobre-humanamente. E em instantes, estamos em outro lugar completamente diferente. Harry solta a minha mão e eu faço uma careta, não acostumada com essa sensação estranha do seu "teletransporte".

— Vou falar apenas uma vez. Não tente nenhuma gracinha ou o Arthur será apenas um maldito bastardo perto de mim. Se tentar fugir, Ellinora, vai se arrepender. — Harry alerta severamente, e espero até ele se vire para o outro lado, para que eu possa revirar meus olhos.

Observo em volta, vendo que estávamos no estacionamento de algum bar. Havia um grande letreiro com fortes luzes de néon piscando em formato de um taco, um barril de cerveja, e ao centro deles, o nome do lugar: Rebel's.

— Ainda estamos na cidade? — Começo a acompanhar os passos de Harry, que caminhava em direção a um grupo de motoqueiros que estavam no estacionamento do bar.

— Sim. — Ele não parece querer conversar muito.

Eu não cheguei a conhecer Hazelwood direito.

— E quem exatamente estamos procurando?

Harry bufa ao meu lado, mas ignoro.

— Um homem e uma mulher. — Continuamos andando até os caras barbudos e tatuados.

— E por que estamos indo falar com eles? — Pergunto um pouco mais baixo para que o grupo não nos escute.

— Você fala demais. — Harry me lança um olhar reprovador.

— Não é só chegar lá e... matá-los? — Faço uma careta, arrancando um riso sarcástico de Harry.

— Não, Ellinora. Não é só chegar lá e matá-los. Temos que ser discretos, pode haver mais deles por aqui. — Ele me sugere um olhar como se dissesse "suas perguntas irritantes terminaram?".

— Eu posso ir procurar lá dentro, assim acabamos mais rápido com isso. — Lanço minha ideia.

Um sorriso esperto pinta os lábios de Harry.

— Eu não sei se percebeu, mas esse não é o seu tipo de lugar. Esses caras podem acabar com você facilmente.

— Eu sei me defender. — Minha voz sai afetada.

— Sabe? — Ele me olha brevemente, zombeteiro. — Só porque brigou com a Brooklyn não significa que sabe se defender.

— Como você sabe sobre isso? — Chego mais perto de Harry.

REDEMPTION || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora