ELLINORA
Já haviam se passado muitas horas desde que estava presa nesse quarto, rodeada por médicos e enfermeiros que me encaravam como se eu fosse uma aberração. Eu nunca fui tão picada por agulhas e submetida a tantos exames como hoje. Eu só quero ir embora.
Dr. Smith me analisava com uma expressão cansada, enquanto Lana estava sentada ao lado da minha cama, encarando a parede a nossa frente, ela não havia falado nada desde a hora que eu acordei.
— De acordo com os exames, você nunca esteve mais saudável. Sem nenhum machucado ou sequelas, está na sua mais perfeita condição. Eu não sei como isso aconteceu, mas vou te dar alta. — O médico explica, visivelmente atordoado. — Ellinora, não hesite em voltar aqui caso sinta qualquer coisa, e por favor, fique em repouso, não sabemos se isso é passageiro. Aliás, não sabemos como isso aconteceu. — Depois de me explicar tudo, o médico deixa o quarto, e eu temo que depois de hoje sua cabeça fique mais branca ainda.
— Você não vai falar comigo? — Me viro em direção a Lana, que depois de muito tempo solta um longo suspiro.
— Estou feliz que você está bem agora. — Ela dá de ombros.
Agora foi a minha vez de suspirar.
— Vou trocar de roupa para ir embora. — Coloco meus pés fora da cama, mas antes que eu possa me levantar, sinto Lana agarrar uma de minhas mãos.
— Tudo vai ficar bem de novo. — Olho para minha amiga, que me oferece um fraco sorriso.
***
— Finalmente estou em casa. — Falo em meio a um suspiro assim que paro em frente a porta do meu apartamento.
— Tem certeza que não quer ajuda, criança? — Margaret pergunta, e eu apenas nego com a cabeça. E, tão rápido quanto veio, sinto um leve arrepio assim que a senhora fala comigo.
— Qualquer coisa nos chame. — Finaliza, e nos despedimos das duas senhoras.
Lana destranca a porta, e eu não tardo ao entrar.
— Como é bom me livrar daquele hospital. — Me jogo sobre o sofá da sala e agarro algumas almofadas.
— Ellie, o Dr. falou pra você ter cuidado. — Lana me repreende.
— Eu já disse que estou bem, mamãe. — Brinco, a vendo negar com a cabeça.
— Droga. — Ela resmunga, fazendo uma careta, e depois se senta no sofá ao meu lado.
— O que foi?
— Passei mais tempo no hospital do que aqui, e já fazem alguns dias que não vou ao mercado, e você deve estar com fome. — Tenho vontade de rir quando ela me responde.
Achei que poderia ser algo mais sério.
— Tudo bem, podemos ir agora. — Me levanto do sofá, mas Lana leva sua mão para frente do meu tronco, me impedindo.
— Não. Eu vou, mas você fica. — Adverte.
Reviro meus olhos, me sentindo como uma criança doente.
— Eu estou bem. — Tento argumentar.
— Você fica e eu vou. — Ela enfatiza, pegando novamente as chaves do carro e indo até à porta. — Não vou demorar.
Reviro os olhos pela segunda vez, quando a escuto fechar a porta. E acabo decidindo ir até meu quarto tomar um banho, já que não podia fazer nada de qualquer forma.
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REDEMPTION || H.S
Fanfiction❝A crença derradeira é acreditar numa ficção, que você sabe ser ficção, nada mais além disso. A espantosa verdade é saber que se trata de uma ficção, e que você acredita nela por vontade própria.❞ Ela não acreditava em monstros. Ele era um monstro...