Fico um bom tempo, deitada na maca, apenas tentando entender como deixei que as coisas tomassem esse rumo justo com a pessoa que eu mais deveria odiar nesse mundo. E isso me faz pensar em como a minha vida poderia ser agora se não fosse por toda essa confusão. Talvez apenas uma garota normal morando com a melhor amiga e trabalhado em uma biblioteca.
Essa simples menção me atinge como um raio certeiro em um dia chuvoso e trovejante. Como estariam Lana e Connor? Com toda essa confusão que vem me acontecendo desde a floresta, acabei momentaneamente me esquecendo deles, e me sinto péssima por isso. Será que eles estão bem? Será que estão vivos? Essas perguntas fazem meu coração acelerar. Eu não posso perdê-los, eles são tudo o que tenho aqui.
Meu pavor ao pensar em meus amigos, é completamente quebrado por uma voz fina e infantil.
— Madeline? — Me coloco para fora da maca.
Uma cascata de cachinhos loiros se inclina para o lado, apenas colocando sua cabeça para dentro da enfermaria.
— Oi, Ellie. — Made me olha de forma estranha. — Eu e o Senhor Fluffy não entendemos o que você e o Harry estavam fazendo. — Ela ergue o ursinho em minha direção, fazendo com que meus olhos se arregalassem.
— Há quanto tempo você está aqui? — Tento conter o pequeno desespero em minha voz.
— Eu acabei de chegar, Ellie. — Made responde tímida, apertando seu ursinho.
— Você tem que me prometer que não vai falar nada pra ninguém. — Vou em sua direção e me inclino na sua altura.
— Igual um segredo só nosso? — Seus grandes olhos verdes brilham, e sua voz saí em tom de surpresa.
Eu assinto.
— Eu não vou contar, Ellie. Vai ser o nosso segredo porque somos amigas agora. — Made se joga de maneira empolgada nos meus braços, e eu não consigo não retribuir o seu abraço.
Nos afastamos, e faço um levo afago em seus encantadores cachinhos. Essa garotinha pode ser um pequeno demônio, mas eu não consigo ver maldade nela, eu apenas a enxergo como uma criança que foi jogada nesse lugar e teve que se moldar a essa realidade. Crianças muitas das vezes absorvem o que elas veem, pois, estão se criando, por isso não posso a culpar por ter certas atitudes, afinal, ela não vive no céu para ser um anjo.
Parando para refletir sobre tudo isso, eu me sinto bem quando estou com ela, eu sinto uma enorme conexão entre nós, e não acho que seja apenas da minha parte. Ela sempre se mostrou como uma criança que quer ficar perto de mim, e isso começou quando ela me obrigou a ir com ela a conhecer Niall e Brooklyn, ela também já demostrou preocupação. Definitivamente temos uma ligação especial dentro desse sanatório.
— Agora você e o Harry vão casar? — Made me pergunta inocentemente, e eu engasgo em minha própria respiração.
— O quê? Claro que não. Apenas esqueça isso, Made. — Solto um suspiro.
Ela concorda, para o meu alívio.
— Madeline! — Escutamos alguém a chamar do corredor.
Brooklyn aparece na porta, segundos depois, e seu semblante endurece assim que me vê.
— Você acordou. — Seu tom de voz estava longe de ser agradável.
— Parece que sim. — Tento soar normal, não querendo criar um grande caso com ela neste momento.
— Onde está Harry? Ele não estava aqui agora pouco? — Ela procura com os olhos por algum sinal dele.
— Não sei. — Dou de ombros, dizendo a verdade.
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REDEMPTION || H.S
Fanfiction❝A crença derradeira é acreditar numa ficção, que você sabe ser ficção, nada mais além disso. A espantosa verdade é saber que se trata de uma ficção, e que você acredita nela por vontade própria.❞ Ela não acreditava em monstros. Ele era um monstro...