Reúno todos os resquícios de coragem que eu ainda tinha, e vou em direção a Ethan, na saída de minha cela, onde ele me algema.
— Espere aqui. — O guarda pede antes de caminhar até a cela que ficava de frente para minha.
Ethan abre a cela e como previsto, Brooklyn sai de lá com a sua típica expressão de superioridade. Ele também algema ela, a trazendo em seguida para perto de mim.
— Vou cuidar das duas hoje. — Ethan explica, pegando em meu braço e no de Brooklyn, nos guiando pela multidão de pacientes que estavam distribuídos pelo corredor.
— Houveram algumas baixas por aqui. — Ethan comenta, e eu sinto uma pitada de ironia em sua voz, o que me faz pensar que ele pode saber de algo.
De qualquer maneira, eu estou dando o fora daqui hoje mesmo, por isso não me importo com que ele possa saber.
Começamos a andar em silêncio pelo caminho que nos levaria até o refeitório, e sei que preciso ser rápida neste momento.
— Hm, Ethan... Será que você poderia me levar ao banheiro? — Pergunto, cessando meus passos e fazendo com que ele e Brooklyn parassem também.
O guarda me olha por alguns segundos, sempre mantendo seus olhos desconfiados.
— Eu realmente estou apertada. — Forço uma careta, tentando dar o meu melhor para convencê-lo.
Ele suspira antes de assentir.
— Tudo bem, mas isso vai ser rápido.
— Eu estou com fome, vamos para o refeitório agora. — Brooklyn insiste do outro lado, tentando nos puxar em direção ao refeitório.
A observo, vendo um pequeno sorriso surgir em seu rosto, e sei que ela quer apenas provocar.
— Nós vamos ao banheiro. — Rebato.
— Vamos para o refeitório. — Ela endurece seu semblante.
— Ao banheiro, Brooklyn. Estou apertada. — Insisto.
— Refeitório, Ellinora. — A garota de cabelos castanhos não pareceria que iria ceder.
— Calem a boca vocês duas. — Ethan aumenta o tom de sua voz, cobrindo nossa pequena discussão. — Eu não sabia que estava na Ala infantil do sanatório. — O guarda bufa, sem paciência.
— Foi ela que começou. — Brooklyn aponta o dedo em minha direção, e a minha vontade é de quebrá-lo.
— Eu mandei calar a boca, Brooklyn. — Ethan repreende ela, me fazendo abrir um sorriso. — E você. — Ele aponta para mim. — Pode tirar esse sorriso do rosto, não tem nada de engraçado acontecendo aqui.
Meu sorriso some dando lugar a uma careta emburrada, e Ethan nos olha negando com a cabeça, visivelmente irritado.
— O que vamos fazer? — Pergunto, tentando amenizar o clima.
Ethan bufa outra vez, antes de chamar um guarda que passava por nós. Ele pede para que o outro me leve até o banheiro, enquanto ele iria acompanhar Brooklyn até o refeitório.
— Eu já volto. Não tente nada idiota. — Ethan me adverte.
O outro guarda me leva até o banheiro, que por sinal não demoramos ao chegar. Ele solta meus pulsos das algemas, deixando que eu entre no ambiente de azulejos.
Já dentro do banheiro, eu verifico se estou sozinha, e quando felizmente confirmo isso, corro até a última cabine, já sabendo o que fazer. Arrasto a cortina azul para o lado com certa urgência, vendo o grande painel de metal atrás do vaso sanitário, que acabei encontrando em uma das vezes em que vim até o banheiro. Arrasto a cortina azul outra vez, fechando a cabine, e me viro para o painel, agarrando suas grades e aplicando pressão nelas, que, sem muita dificuldade se desprende da parede.
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REDEMPTION || H.S
Fanfiction❝A crença derradeira é acreditar numa ficção, que você sabe ser ficção, nada mais além disso. A espantosa verdade é saber que se trata de uma ficção, e que você acredita nela por vontade própria.❞ Ela não acreditava em monstros. Ele era um monstro...