10°- CAPÍTULO ✝

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Sugestão: escutem a música sugerida na mídia junto a leitura do capítulo abaixo.

Passo por todo o corredor frio até chegar na última porta, mas antes de abri-la, respiro profundamente

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Passo por todo o corredor frio até chegar na última porta, mas antes de abri-la, respiro profundamente. Connor só poderia estar aqui, não há nenhum outro lugar para servir de esconderijo. Ele tem que estar aqui.

Empurro a porta de ferro branco, que se abre em um rangido. A imagem que vejo dentro do cômodo escuro apenas iluminado por uma lâmpada que pendia no teto, me faz arfar. As mãos de Connor estavam presas ao teto por meio de correntes enormes e enferrujadas, e seus pés quase suspendiam sobre o chão sujo. Sua face representava dor e cansaço por baixo das manchas de um líquido escuro que estava presente por todo o seu corpo, mas não consigo afirmar o que de fato era graças à escuridão do lugar, mas só o pensamento do que poderia ser, me deixava sem ar. Suas roupas estavam sujas do mesmo líquido fazendo com que minha imaginação criasse cenários horríveis para explicar sua origem.

Corro ao seu encontro, temendo por sua vida, mas antes que eu possa alcançá-lo, tudo ao meu redor se torna completamente escuro.

— Connor? — Chamo, mas não tenho resposta. — Connor?! — Repito exasperada, dessa vez mais alto e, em um piscar de olhos, as luzes voltam a se acender.

Entro em pânico ao ver que Connor não estava mais ao centro do cômodo. As correntes que o prendiam, estavam soltas e balançavam de um lado para o outro como se ele tivesse acabado de se desprender, não se encontrando em lugar algum da sala.

Em questão de segundos, as luzes voltam a se apagar.

— Que droga! — Resmungo, exasperada, já farta de todos os acontecimentos estranhos de hoje. E decido ir em busca daquela maldita cordinha que faz a luz acender.

E antes que possa dar o primeiro passo, sinto uma brisa fria na altura de minha nuca, que fez todo meu corpo se arrepiar.

— Sentiu minha falta? Veio por mim, não foi? — Alguém sussurra perto de minha orelha, tão perto que consegui sentir sua respiração contra minha pele. — Você não desiste mesmo, não é? — Escuto sua risada sem humor, enquanto sinto algo frio deslizar sobre minha pele. A escuridão me impedia de saber o que era. — Garota estúpida. — A voz grave vocifera, e sinto como se ela pudesse me derrubar.

De quem é essa voz?

— A corajosa Ellinora não me reconhece? — A voz pergunta em meio a escuridão, como se tivesse lido os meus pensamentos. — Vou te dar uma pista. — Dizendo isso, as luzes se acendem outra vez, mas antes que eu possa me virar para ver de quem se tratava, meus pés são puxados, me fazendo cair no chão.

Grunhi de dor, enquanto apertava os meus olhos na tentativa de amenizá-la, mas sou obrigada a abri-los rapidamente quando começo a ser puxada pelos pés, da mesma forma que foi na noite anterior.

— Me solta! — Grito ao mesmo tempo em que tentava me segurar no chão, fazendo com que meus dedos deixem uma trilha branca no piso sujo.

Continuo tentando me agarrar a tudo que encontro pelo caminho, enquanto ainda estava sendo arrastada pelo chão sujo. E quando estou prestes a agarrar uma maca ao canto da sala, sinto meus tornozelos serem libertados, e sem pensar duas vezes, me levanto de forma rápida, mas uma forte tontura me atinge, fazendo meu corpo cambalear para o lado, onde sou obrigada a me escorar na velha maca para não voltar para o chão outra vez. Fecho os olhos com força assim que sinto uma dor aguda no canto da minha cabeça, no exato local onde eu havia machucado noite passada.

REDEMPTION || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora