Já faz um dia desde que Arthur nos ameaçou indiretamente, o que acabou gerando uma grande tensão entre todos,sempre esperando em qual momento ele iria aparecer outra vez. E esta ansiosa confirmação veio alguns minutos mais cedo, quando um dos guardas do isolamento pediu que nos preparássemos, pois, Arthur viria ao nosso encontro hoje.
Acabamos não nos falando muito durante todo o período anterior. Acho que cada um ficou imerso em suas próprias paranoias sobre o que Arthur faria. Eu nem mesmo consegui conversar com Harry sobre os últimos acontecidos, mas também não acho que essa seja a hora certa para isso, estamos em uma situação complicada, então é melhor esperar que tudo se acalme primeiro.
Desde o aviso do guarda, me mantive sentada na recreação, encarando incontáveis vezes a marca escondida na palma de minha mão, pensando se tudo o que planejemos daria certo, já que estamos colocando todas as nossas esperanças em cada parte dessa nossa pequena rebelião secreta.
Todos, com exceção de Madeline, aderiram ao símbolo sugerido por Harry. Símbolo este composto por traços pontudos e retos que se interligavam, e do qual eu não possuía nenhum conhecimento. Chegamos a testar a conexão dele assim que a marca foi feita sobre nossa pele, e por sorte, tivemos sucesso. Confesso que é uma estranha sensação de ter várias vozes ao mesmo tempo, dentro de minha cabeça, é um pouco incômodo de se acostumar, mas será algo que nos ajudará muito, já que podemos nos comunicar como uma espécie de conversa psíquica entre criaturas sobrenaturais.
O som metálico da porta do isolamento sendo destrancada faz meu coração acelerar de imediato, e toda a ansiedade que eu já sentia, se aflora ainda mais. Aos poucos, e de forma calma, a figura de Arthur caminha até a recreação, causando um certo desconforto na pequena garotinha de cabelos loiros que estava sentada ao meu lado.
Levo minha mão até a de Madeline, dando um leve aperto para mostrar que estava tudo bem, que estaríamos todos com ela.
Sinceramente, é ridícula a forma como Arthur insiste em colocar uma criança como Madeline no meio de tudo o que nos acontece. Eu sei, ela é um demônio e já pode ter feito coisas ruins, mas eu continuo não achando isso certo.
Niall que estava sentado no sofá da frente, respira fundo, já se preparando. Sean se mantém quieto sobre a poltrona ao lado. Brooklyn e Harry começavam a sair de suas celas, provavelmente, também atraídos pelo barulho da porta.
— Que ótimo. Estão todos aqui, isso já evita que eu me irrite. — Arthur diz calmamente quando chega na recreação. — Guardas! — Ele chama, fazendo um gesto de mão sem olhar para os seus funcionários. — Leve-nos para conhecerem suas novas acomodações a partir de hoje.
Um a um os guardas avançam em nossas direções, nos prendendo como de costume, e nos guiando em uma fila indiana até a saída do isolamento.
Fomos arrastados por alguns corredores, e subimos uma longa escadaria que acabou por nos levar até um corredor único, repleto de celas individuais com portas de aço pintado em vermelho, onde havia apenas uma pequena e retangular janelinha acoplada na porta, que era aberta por um suporte, também, de aço.
— O que é isso? — Sou a primeira a me manifestar, estando um pouco assustada com novas as celas.
— Eu atendi ao seu pedido, mas não posso ser ingênuo, anjo. Irei separar cada um de vocês para evitar qualquer futura dor de cabeça. — Arthur faz um gesto para que o guarda que me continha, abrisse uma das celas, revelando um grande espaço escuro. — Bem-vindos à nova casa de vocês, ou como eu gosto de chamar, a solitária. — Ele sorri de lado, parecendo muito satisfeito com sua decisão.
Assim que ele finaliza sua explicação, sinto o guarda me empurrar para dentro do buraco, fechando a grande porta de aço em seguida, fazendo tudo ao meu redor ficar extremamente escuro, quase me impossibilitando de ver muitas coisas. E assim como foi feito comigo, escuto as outras celas serem abertas, e provavelmente o mesmo aconteceu com todos, e tudo que eu consigo pensar nesse momento é em Madeline presa em uma cela como essa, totalmente sozinha.
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REDEMPTION || H.S
Fanfiction❝A crença derradeira é acreditar numa ficção, que você sabe ser ficção, nada mais além disso. A espantosa verdade é saber que se trata de uma ficção, e que você acredita nela por vontade própria.❞ Ela não acreditava em monstros. Ele era um monstro...