Já faz algum tempo que Ethan me trouxe de volta para minha cela desde o incidente no banheiro. Eu não sei o que deu em mim para agir daquela maneira, aliás, eu não sei o que vem acontecendo comigo ultimamente. Minhas emoções estão muito confusas, muito exaltadas e todas misturadas.
Pelo menos acho que Brooklyn não irá mais se meter comigo outra vez. Eu realmente não sei, ela parece do tipo que é capaz de qualquer coisa, tenho que me manter em alerta. E também tem o fato dela parecer nutrir algum tipo de sentimento pelo Harry, eu realmente não sei qual é problema dela, como alguém pode gostar dele? Ele só faz coisas ruins e não liga para outra coisa a não ser ele mesmo.
Se ela soubesse que a única coisa que eu sinto quando eu o vejo é uma imensa vontade de fazê-lo sentir tudo o que eu senti nesse último mês, talvez ela deixasse de ser tão odiosa em relação a mim.
Solto um longo suspiro, já cansada de todo esse tédio de não ter nada para fazer aqui, enquanto eu simplesmente não consigo sair. Eu até pensei que agora que eu pareço ter um pouco mais de força eu conseguiria escapar, mas eu nem consigo abrir a janela dessa merda de cela. Esse lugar deve ter algum tipo de "feitiço" ou algo do gênero, não é possível.
Encaro a dura cama de molas em que eu estou sentada e resolvo que o melhor a se fazer agora é dormir, não tenho muitas escolhas de qualquer maneira, e quem sabe descansar um pouco não me ajude a ter algumas ideias de como fugir desse lugar.
Me inclino para o lado e repouso minha cabeça sobre o travesseiro, e assim que o meu corpo encosta no forro fino, aquela mesma dor de cabeça que senti hoje cedo, volta ainda mais forte. Levo minhas mãos até cabeça e fecho os olhos com força, segundos depois eu sinto meu corpo inteiro arder por dentro, cada parte dele doía como se eu fosse pisoteada, a dor estava insuportável.
Meus olhos logo marejaram, e encolho meu corpo sobre a cama, deitando de barriga para baixo. Agarro a borda da cama e a aperto, sentindo as lágrimas molharem o travesseiro, e mordo o mesmo tentando abafar meus gemidos de dor.
Decidida a procurar por ajuda, me levanto com dificuldade e minha visão fica turva por um momento. Olho para um dos cantos do quarto e vejo duas silhuetas se formarem em meio a escuridão, mas não posso identificar o que são, eu mal consigo enxergar alguma coisa, quem não garante que são apenas alucinações devido à dor que sinto agora.
Penso em gritar por socorro, mas as silhuetas logo tomam forma de duas mulheres completamente desconhecidas por mim.
— Quem são vocês? — Pergunto, e dou um passo para trás encostando na cama e me apoiando nela para conseguir me sentar.
— Ellie, você está bem? — A mais baixa pergunta em tom preocupado, e quando ela faz menção de se aproximar me arrasto para trás, encostando-me na parede e criando um pouco mais de distância entre nós.
— Como sabe meu nome? — Pergunto, desconfiada.
Parece que todos aqui nesse lugar me conhecem de alguma forma, isso é muito estranho.
— Você não nos reconhece, criança? — A de cabelos curtos pergunta, e enfatiza a última parte de sua frase, me fazendo arregalar os olhos apesar de ainda não conseguir acreditar no que estava acontecendo.
— Margaret!? Margot!? — Me torno completamente transtornada nesse momento.
— Sim. — Margaret sorri e me sinto extremamente aliviada por não ter que enfrentar nenhuma criatura estranha. Estou fraca demais para isso.
— O que vocês fazem aqui? — Me levanto da cama, sentindo que posso desmaiar a qualquer momento.
— Precisamos conversar com você, Ellie. — Margaret responde.
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REDEMPTION || H.S
Fiksi Penggemar❝A crença derradeira é acreditar numa ficção, que você sabe ser ficção, nada mais além disso. A espantosa verdade é saber que se trata de uma ficção, e que você acredita nela por vontade própria.❞ Ela não acreditava em monstros. Ele era um monstro...