Depois de ser levada para o isolamento outra vez, vou direto para minha cela, onde passo as últimas horas esperando ansiosa até que todos dormissem para que eu pudesse ir atrás de Sean e saber de uma vez por todas, o que era tudo isso.
Mas o tempo parecia rolar lentamente, e ninguém dormia, o que me deixava completamente frustrada.
E talvez eu não fosse a única com essa enorme frustração, já que Sean acaba indo discretamente até minha cela conversar comigo. Não sei onde os outros estão agora, mas por sorte ninguém viu Sean.
— Robert entregou meu recado? — Sean tenta se esconder ao lado da cama para que ninguém que passasse o visse.
— Sim. Mas ainda não posso te dar uma resposta, não sei se confio em você. — Vou direta ao centro de todos os meus pensamentos.
— Por que deixa ele fazer isso com você? — Sean segura na borda de metal da cama, enquanto me encara com os olhos pequenos.
— Ele quem? Do que está falando? — Pergunto, confusa.
— Harry.
Enrugo as sobrancelhas.
— Harry não tem nada a ver com as minhas decisões. — Acabo soando um pouco irritada.
Por que essa implicância com Harry? Eu não iria deixar ele interferir em minhas escolhas.
— Eu não falei isso, Ellinora. Só estou dizendo que eu percebi a importância que ele tem, e se tratando de um cara como ele, você deveria ficar esperta. — Seu tom é de alerta.
— O que você quer dizer com "cara como ele"? — Fico cada vez mais enrolada nessa grande bola de neve que ele e Harry criaram, sempre jogando a culpa um para o outro.
— Eu conheço o Harry há muito mais tempo que você, na verdade, o conheço como se fosse minha família, e posso garantir que ele está apenas te usando. Mas você já sabe disso. Harry é ruim, não tem sentimentos, essa é sua natureza. Sua e de seu pai. — Seus olhos se escurecem através de uma longa expressão preocupada.
— Por que você está tentando me jogar contra ele?
— Não estou tentando te jogar contra ninguém, apenas quero te mostrar a verdade para que nada se repita outra vez. Você apenas precisa acreditar em mim, Ellinora. — Sean se aproxima um pouco mais, mas sempre olhando para porta de vidro da minha cela.
— Eu não sei. — Se Sean não cai em sua própria fala, eu dou vários tropeços. Estou completamente atordoada.
A verdade é que estou com receio sobre tudo isso. Eu deveria odiar Harry, e de fato, odeio, mas ainda sim tenho outros sentimentos confusos em relação a ele, e mesmo querendo achar respostas para todas as coisas que vêm me acontecendo, eu também queria poder ficar bem com ele. Talvez eu seja muito idiota por isso.
— Você tem todo o direito de duvidar, — Sean para abruptamente, apertando os lábios enquanto olha para os lados, ponderando se continuava falando ou não. — mas se Harry realmente se importasse com você, nem que fosse um pouco, ele estaria aqui agora e não na enfermaria com a Brooklyn.
— Do que você está falando? Por que ele estaria lá com ela? — Sinto meu corpo esfriar por um momento, e a ansiedade na boca de meu estômago começa a dar alguns sinais de vida.
— Eu não sei, talvez você devesse ir lá e descobrir. — Sean indica a porta de vidro, sustentando um olhar sério e, aparentemente, sincero.
Sua entonação era tão convincente e firme, que qualquer um que conversasse com Sean por mais de cinco minutos, duvidaria até do próprio nome se ele dissesse que era outro.
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REDEMPTION || H.S
Fanfiction❝A crença derradeira é acreditar numa ficção, que você sabe ser ficção, nada mais além disso. A espantosa verdade é saber que se trata de uma ficção, e que você acredita nela por vontade própria.❞ Ela não acreditava em monstros. Ele era um monstro...