46°- CAPÍTULO ✝

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Depois de tirar um tempo para mim mesma no dia anterior, voltei para a solitária, passando as horas seguintes com Madeline em minha cela. Eu tive muito tempo para pensar sobre tudo e tentar encaixar meus pensamentos no lugar. Também pensei sobre o que Harry me disse, e de certa forma ele tem razão,eu tenho uma parcela de culpo no que aconteceu com Connor, já que ele fez aquilo pela ligação que eu queria quebrar. Mas também não posso esquecer que meu passado tem grande peso nisso, e às vezes me pergunto se eu realmente quero saber o que aconteceu. A cada nova descoberta eu fico mais amedrontada, as pessoas ao meu redor se afetam com isso e coisas ruins parecem estar presas a ele.

Eu só queria poder acabar com tudo e voltar a ter minha vida normal, nem que seja minha falsa vida, pelo menos ela não me trazia tantos problemas e perdas.

Sem muitas escolhas e precisando ir adiante nessa história toda, me encontro com Madeline a caminho do cemitério que Lana me informou. Quando Arthur liberou nossa saída, fui direto para o bar e peguei o celular de Carl emprestado, ligando para Lana, que já estava no local marcado.

Carl aproveitou o momento para me informar que os preparativos para a segunda invasão ao sanatório já estão sendo feitos com excelência, e que nosso plano chegaria ao ápice em alguns dias. Me sinto ansiosa com a notícia, mas deixo para mais tarde, agora minha preocupação é outra. Por isso, agradeço a Carl, falando que em outro momento conversaria sobre.

E enfim vou ao encontro de Lana.

Durante nosso trajeto, tento distrair Madeline, fingindo estar tudo bem. Acho que ela já se preocupou demais comigo.

Logo avistamos a grande entrada do cemitério com grandes portões em tiras de metal, dando as boas-vindas para um lugar não muito bem-vindo. Seguro fortemente na mão de Madeline enquanto ela mantém seu urso perto de seu pequeno corpo, tentando captar todos os detalhes ao seu redor.

Seguimos por um caminho de pavimento em meio ao gramado e lápides, tentando achar Lana.

O céu era nublado, indicando uma carregada tarde que se encaixava perfeitamente com os meus sentimentos e situação atual.

— Ellie. — Escuto uma voz familiar me chamar, era Enzo, parado perto de uma das milhares de lápides.

— Enzo. — Madeline o saúda animadamente, fazendo o garoto sorrir.

— Oi, Made. — Ele se aproxima.

— O que você está fazendo aqui? — Pergunto.

— Vim visitar os meus pais. — Ele coloca as mãos para trás do corpo.

— Sinto muito.

— Não se preocupe com isso. E você, o que faz aqui?

— Estou procurando uma amiga. Vim visitar um amigo nosso.

— Uma garota loira e de cabelo curto?

— Sim, você a viu? — Pergunto, e ele assenti. — Pode me levar até ela?

Como de costumo, sendo gentil, Enzo nos mostra o caminho, e finalmente encontro algum vestígio de Lana, que estava parada perto de uma lápide nova enquanto segurava algumas rosas-vermelhas. E quando nota nossa presença, ela acenando para que eu vá em sua direção.

Lana encara cada uma das crianças comigo, observando por um tempo maior Madeline, mantendo uma expressão um tanto curiosa sobre a pequena garotinha.

— Como você está? — Ela se aproxima, me dando um longo abraço.

— Eu estou bem, e você? — Pergunto quando ela se afasta.

REDEMPTION || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora