6°- CAPÍTULO ✝

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— Sou Gemma. E estou tão feliz em vê-la novamente depois de tanto tempo. — Ela faz menção de segurar minhas mãos, mas logo para ao me ver dando um pequeno passo para trás.

— O quê? Do que você está falando? — Pergunto, mais confusa do que antes.

Quando olho para Connor, ele encarava Gemma fixamente.

— Não há muito por aqui, tudo é sempre muito quieto e monótono, então quando alguém entra e resolve voltar, é simplesmente incrível. — Ela sorri mais uma vez.

— Não há muitas pessoas? E as crianças que vimos? — Pergunto. — Quem são?

— São apenas crianças, oras. — Ela ri fracamente, e logo muda de assunto. — E a Lana, sua amiga, onde está? — Gemma pergunta, mas seu sorriso some.

— Ela não gosta muito de vir aqui. — Tento dar uma resposta vaga. — Como você sabe o nome dela? — Cruzo os braços abaixo dos seios. — E o meu?

Ela suspira.

— Isso é uma história para outra hora. Eu estava por aqui ontem quando ouvi as vozes de vocês.

Eu não conseguia entender.

— Você estava aqui ontem? — Pergunto, surpresa.

Então ela fazia parte daquela encenação.

— Sim. Escondida, mas estava. — Ela desvia o olhar.

— Você estava escondida o tempo todo? Até quando aquele garoto alto começou a nos perseguir? — Pergunto com a voz um pouco alterada, afinal, se ela estava aqui poderia ter nos ajudado. — Você o conhece? — Dou um passo em sua direção.

Vejo seu semblante se tornar triste.

— Eu não poderia ter feito algo contra ele, não de noite, eu... — Sua fala é interrompida por risadas.

As mesmas crianças passam correndo por nós, fazendo com que a espécie de camisola branca e comprida que Gemma estava usando voasse para todos os cantos.

— Crianças! Crianças! — Ela os chama, e eles param no meio do caminho. — Sem barulho, lembram? — Sua voz soa autoritária e eles confirmaram com um aceno de cabeça.

— Vem brincar com a gente. — O menor dos garotos pede.

— Sim, por favor. — Agora foi a vez do mais alto complementar.

— Por favor, tia Gemma. — Uma garotinha ruiva pede com seus olhos suplicantes enquanto puxava a barra da camisola de Gemma para baixo.

Ela nos olhou por um segundo.

— Tudo bem, crianças. — Ela cede depois de um suspiro. — Mas só se meus novos amigos puderem ir também. — Dito isso, as crianças começaram a pular ao redor dela.

Gemma é puxada por pequenos pares de mãos, e acabamos a seguindo atrás deles sem ao menos saber onde vamos parar.

— Novos amigos? — Connor pergunta baixo, ao meu lado.

Permanecemos em silêncio por todo o trajeto até chegarmos em um parquinho velho com dois balanços e uma gangorra bem enferrujada. Do alpendre descascado, observo as crianças correrem no meio da grama alta. E agora na claridade do lado de fora posso reparar melhor na pele extremamente pálida que as crianças possuíam, assim como a mesma vestimenta de Gemma.

— Talvez elas não saiam muito daqui de dentro. — Connor nota meu olhar, respondendo minhas observações mentais.

Chuto uma pedrinha que estava no chão e ela para ao pé de alguém, levanto meu olhar e vejo uma senhora parada a poucos metros nos olhando fixamente de maneira estranha.

REDEMPTION || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora