39°- CAPÍTULO ✝

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Escuto um sútil barulho vindo do meu lado direito,o que faz com que meu corpo responda automaticamente e se remexa sobre o fino colchão. Em seguida, escuto outra vez o barulho do que parecia ser alguém andando. Resmungo algumas palavras desconexas antes suspirar e abrir meus olhos, sendo recebida pela escuridão de minha cela. A princípio penso que poderia ser um dos guardas, mas considerando que tudo aqui dentro está escuro, e porta parece estar fechada, acho que o barulho que escutei veio de fora.

Me sento sobre o colchão, encarando a parede a minha frente, esperando que meu corpo desperte de uma vez. Quando já me sinto completamente acordada, olho em volta, franzindo o cenho ao notar que um dos cantos da pequena cela parece estar ainda mais escuro, como se uma sombra habitasse ali.

Firmo minhas mãos sobre o colchão enquanto inclino meu torso para frente e aperto meus olhos, tentando enxergar o que poderia ser isso.

— Harry? — Pergunto confusa e surpresa, ao reconhecer sua silhueta parada em um dos cantos da cela.

Sua figura começa a se revelar aos poucos, se aproximando de mim, e fazendo que sua imagem se torne mais nítida.

— O que você está fazendo aqui? Isso pode acabar mal se alguém te ver.

— Obrigado. — Ignorando minha pergunta, ele simplesmente me pega de surpresa com um agradecimento.

Ele se agacha na minha frente, ficando próximo de mim.

— O quê? Por que está me agradecendo? — O encaro completamente confusa.

— Gemma. — Ele suspira, se apoiando sobre as coxas dobradas. — Arthur não me deixava ver ela há anos, ele tenta usar minha irmã para me manter na linha, então obrigado por ter trazido ela. — Apesar de estar escuro aqui dentro, eu ainda consigo enxergar seus traços e a forma como ele parece estar se esforçando para dizer isso.

— Quer dizer que Harry Styles sabe agradecer? Essa é nova pra mim. — Debocho, o vendo bufar, provavelmente arrependido. — Eu só posso estar delirando.

— Você não está delirando, Ellinora. Pare de ser idiota. — E aí estava o Harry que eu conheço.

— Só não podia perder a oportunidade de tirar uma com você. — Sorrio esperta. — E de nada. Fico feliz que vocês tenham se acertado. Mas agora você me deve uma.

— Por isso estou aqui agora. — Ele arqueia as sobrancelhas.

— Do que você está falando?

— Eu vim te agradecer. — Ele sorri de lado, antes de se inclinar em minha direção, segurando a minha cintura com uma de suas mãos, enquanto leva sua boca até o meu pescoço.

— Harry, para. Alguém pode entrar aqui, e estaremos ferrados. — Levo minhas mãos até seus braços, tentando afastá-lo de perto de mim.

— Você já fez as suas tarefas, eles não vão vir aqui.

— Mas alguém pode nos ouvir.

— Ninguém vai escutar nada, essas celas são projetadas para quem está do lado de fora não ouvir. São feitas para conter gritos histéricos de pacientes. — Ele mal termina de falar, e me pega de surpresa com um beijo.

Penso em afastá-lo outra vez, mas já era tarde, o meu corpo sempre reage ao seu, como se, se conhecessem há anos. E não posso negar, a adrenalina de sermos pegos torna tudo mais interessante.

Totalmente envolvida pelo momento, seguro na gola de seu macacão, o empurrando para o lado, e fazendo-o deitar sobre o fino colchão no chão, para que eu pudesse passar minhas pernas por seu tronco, uma de cada lado. Em seguida, separo nossas bocas para começar a desabotoar seu macacão, mas ele me impede, segurando meus pulsos.

REDEMPTION || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora