A Verdade Sobre Hermione

Capítulo 1 - Prólogo

Senhor e senhora Lestrange,

Eu tenho pensado muito no que me falaram no Ministério da Magia e acho estranho que desde então venho me sentindo confortável com essa ideia, embora eu não me pareça nada com vocês, sempre soube que o sangue bruxo é forte nessa questão da herança das caraterísticas fisicas.

Quero falar com vocês, os dois, sei que não podemos sair por aí de mãos dadas como uma família normal (se realmente somos uma família), visto que, até o presente momento, estamos em lados opostos da mesma guerra.

Como não podemos nos encontrar pessoalmente, peço pelo menos uma carta. Vocês dizem que são meus pais, que meu nome é Hermione Black Lestrange, que sou sangue-puro. E depois nem me mandam uma carta! Merlin, eu estou confusa.

Peço desculpas pela demasiada educação, eu nunca li um livro sobre como agir quando se descobre que seus pais são Comensais da Morte e você passou sua vida inteira pensando que era nascida-trouxa e luta pelo Lado da Luz.

Afetuosamente, Hermione Jean Granger.

Ou Hermione Black Lestrange.

Hermione leu e releu a carta. Pensando que esse era o mais próximo de uma boa carta que iria conseguir escrever. Lendo aquela carta, se lembrou da noite da luta no Ministério e de como Bellatrix e Rodolphus Lestrange se trancaram com ela numa sala vazia.

Também se lembrava das exatas palavras que eles falaram para explicar que Hermione era filha deles e de como ela foi tirada da Mansão Lestrange após a queda do Lord e da prisão de seus pais. Ela não acreditou no primeiro momento, na mente dela isso era impossível.

Mas aí Harry entrou na Sala do Véu, Rodolphus lançou nela o feitiço do corpo preso e outro para ela ficar temporariamente muda enquanto eles lutavam contra seu melhor amigo. Hermione passou vários minutos naquela sala, enquanto seus amigos batalhavam e seus supostos pais também.

Percebeu que a sala estava repleta de viras-tempo, devia ser um depósito ou algo assim, ela pensou e quando o feitiço do corpo preso acabou ela começou a explorar a sala. Bellatrix a trancou lá dentro quando o marido tinha azarado ela. Descobriu então que a sala era para pesquisas com viras-tempo e, curiosa como era, pegou um para si, pensando que um vira-tempo não ia fazer falta de qualquer forma.

Depois a batalha acabou, Sirius Black foi morto por sua suposta mãe. Meu primo se isso tudo for verdade, pesou Hermione. Perguntou-se se ele sabia de sua ascendência, certamente achava que sim.

Quando acharam ela na sala vazia não fizeram perguntas, só cuidaram dela e horas depois quando encontrou Dumbledore se perguntou o porquê dele nunca ter dito a verdade para ela. Se fosse verdade. Mas a pedido de Bella e Rodolphus ela se manteve calada e não contou nada para ninguém. Nem para o sr. e sra. Granger.

Passou metade das férias reclusa em sua casa trouxa e na semana seguinte iria para A Toca, isso sempre a deixava feliz, agora não sabia porque ela estava desanimada com a ideia. Mandou a carta e ficou olhando para o espelho se analizando.

Ela tinha seus espessos fios castanhos, seus pais tinham o cabelo negro como a noite, o de Bella com cachos revoltos e pesados e os de Rodolphus finos e arrumados. Seus olhos cor de chocolate também não se pareciam com os dos Lestrange. Bella os tinha pretos e Rodolphus, verdes como folhas na primavera. O seu corpo era pequeno e sem curvas, concluiu que ela não era uma pessoa que se destaca na multidão ou que se olha duas vezes. Ela era normal, comum.

E não gostou disso. Odiou ser comum, ela queria ser única, especial. Ela queria que as pessoas se lembrassem dela.

Exata uma hora depois sua coruja chegou com a tão esperada resposta dos Lestrange. E junto a sua coruja estava uma outra coruja. Grande, negra e impotente. Carregando consigo uma pequena caixa de madeira enfeitada com pinturas e pedras, que certamente eram preciosas. Hermione abriu a carta e começou a ler sem saber que aquilo mudaria sua vida.

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