A Verdade Sobre Hermione

Capítulo 48

—Oh, Tom, não! - Hermione ralhava enquanto os beijos de Tom subiam pela sua perna. Ele tinha acabado de sair do banho, então Hermione sentia as gotas de água gelada em sua pela, fazendo-a ficar arrepiada. - Só passou uma semana...

Uma semana. Uma semana que Rigel e Arcturus nasceram, ambos com os olhos claros e os poucos fios de cabelo escuros. Uma semana sabendo o que é ser mãe. Uma semana e ela já os amava mais que tudo no mundo.

—Somos bruxos poderosos - Tom dizia enquanto subia a trilha de beijos, chegando perigosamente perto da virilha. - E você também quer...

Oh, e como ela queria! Depois de meses longe dele e depois aquelas duas semanas que passou com ele, mas grávida, ela sentia mais vontade de estar com ele do que tudo. E eles nem se viam direito, Tom tinha que ganhar a guerra e ela ficava cuidando dos meninos sem ninguém, já que seus amigos estavam em Hogwarts e seus pais e tios estavam atacando lugares trouxas e matando quem devia morrer. O de sempre.

—Ah, Tom... Quando não conseguiu mais se segurar, Hermione empurrou Tom e sentou-se em cima dele, a toalha que cobria Tom já estava solta e a camisola que Hermione usava não era das mais conservadoras. Ela começou a beijá-lo com todo o desejo que sentia e Tom puxava-a para si com força, garantindo que nenhum espaço ficasse entre os dois.

Quando Hermione estava tirando a camisola, com ajuda das hábeis mãos de Tom, foi bruscamente empurrada por ele e viu, com surpresa, seu marido ter algo parecido com uma convulsão. Mesmo sem nunca ter presenciado algo como aquilo antes, ela sabia que ele estava dentro da cabeça de Harry.

—Você está bem? - ela perguntou depois dele ficar quieto, permanecendo com os olhos fechados. -Ele está em Hogwarts. A hora chegou.

E antes mesmo de processar a ideia direito, já estava sozinha na cama e Tom andava pelo quarto, se vestindo e tomando as devidas precauções. Xingando Harry por ser inconveniente, mesmo sem ter intenção, ela começou a se vestir também. Sabia o que aconteceria quando Harry fosse para Hogwarts.

Tom, agora tinha a Varinha das Varinhas, que pertencera à Dumbledore por todo aquele tempo e Harry estava confiante que tinha em posse todas as Horcruxes de Lord Voldemort. A batalha se aproximava, ela sabia, o grande fim. Ou ela venceria ou morreria, tudo dependia de Tom e do próprio Harrry.

Silenciosamente, ela pôs seu melhor vestido preto e a sua capa, igual dos Comensais, e foi até o quarto dos bebês, ignorando o movimento nos corredores. Chegou no amplo quarto com grandes janelas e encontrou seus dois bebês dormindo.

Não pode deixar de sorrir. Seus dois bebês dormiam feitos anjos e pareciam alheios a tudo o que acontecia. Perguntou-se o que aconteceria com eles caso Tom e ela morressem hoje. Matariam eles também? Ou os daria para trouxas como fizeram com ela? Bem, ela iria fazer de tudo para nada daquilo acontecer. Ela criaria seus filhos. Suas duas estrelas.

Enrolou-os em um cobertor verde claro, levitou-os com o máximo de cuidado que pôde fazer, deixando os bebês flutuantes, ainda adormecidos, indo na frente dela com uma velocidade lenta. Iria para a Mansão Malfoy e deixaria os dois com Narcisa que simplesmente adorava os dois desde que botara os olhos neles pela primeira vez, quando estava ajudando Hermione a dar a luz.

Chegou na casa de seus tios e sentiu a diferença de ambiente imediatamente, enquanto sua própria casa (ou mansão, quem sabe fortaleza) estava apinhada com Comensais andando para lá e para cá, a Mansão Malfoy era vazia, silenciosa e fria. Foi recebida pela tia que estava ansiosa pela batalha que se aproximava, Lucius, ao que parecia, já estava com Tom.

—Não se preocupe, tia - ela tranquilizou a mulher. - Estaremos de volta antes que perceba.

—Não tem um jeito de estar lá com vocês? Causo algo aconteça...

Hermione pensou por um tempo enquanto acomodava os bebês em uma cama enorme de um dos quartos de hóspedes. Sua tia não era a melhor com feitiços defensivos ou ofensivos, isso era de conhecimento geral, mas ela sabia muitos feitiços curadores e Hermione não pensava que iriam ceder os curandeiros do St. Mungus ou a Madame Pomfrey para tratar dos Comensais feridos.

—Eu trarei alguém para ficar com Rigel e Arcturus mais tarde. Certamente irão evacuar a escola e, como são Sonserinas até o último fio de cabelo, Pansy e Dafne serão as primeiras a sair. Ela são mais que capazes de cuidar dos bebês até tudo acabar.

—Mas não vão precisar de você na batalha, querida?

—Oh, não. Tom, digo, o Lord, não quer que eu apareça na batalha. Sabe, tem o disfarce e tudo mais. Vou perder a parte mais divertida trancada na Casa dos Gritos...

Depois de receber um abraço e beijos da tia, ela saiu das propriedades dos Malfoy, colocou seu capuz e conjurou uma máscara de Comensal. Depois de vestida, ela aparatou diretamente para a Casa dos Gritos, onde encontrou Tom e o Círculo Íntimo reunidos, revendo o plano de ação. Ela reuniu-se a eles e ouviu tudo de novo, tentando manter a expressão interessada e despreocupada.

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Ela já perdera a noção de quanto tempo estava na Casa dos Gritos. Tirando o momento em que ela levou Pansy e Dafne para ficar de babás de Rigel e Arcturus, ela não saíra da sala onde dava a passagem secrera do Salgueiro Lutador. Esperava pacientemente, de vez em quando escutando uma explosão ao longe ou observando sua Marca Negra, mais escura que o normal. Ela aguardava o sinal de Tom para aparecer em Hogwarts. Provavelmente ele iria convocá-la pela Marca.

Se perguntava o que Harry e Ron estariam fazendo naquele momento. Estariam eles lutando contra os Comensais? Ou andando a esmo por Hogwarts procurando uma Horcrux? Eles já descobriram que os ossos do basilisco foram removidos da Câmara Secreta ou que a Espada de Gryffindor não está na sala do diretor?

O Sol já nascia, outro dia, e ela ali sentada, pacientemente esperando o seu momento, segurando-se para não ir para Hogwarts e matar quantas pessoas fossem necessárias para finalmente ter a paz que tanto desejava. Depois de horas de luta incessante, ouvindo explosões cada vez mais altas, ela não pode conter as perguntas que fervilhavam em sua mente.

Seus pais estavam bem? Seus tios? Draco, Gina e seus amigos?

Harry e Ron estariam ainda no escuro em relação a tudo?

Eles descobriram que Regulus é um traidor?

Eles descobriram que os objetos que tanto se empenharam para conseguir, arriscando a própria vida, não eram nada mais que cópias impregnadas de magia negra?

Eles descobriram quem ela realmente era?

Em seu devaneio ela mal notou que sua Marca ardia, convidando-a a ir onde seu Lord a chamava. Não pensou duas vezes antes de aparatar, sem um destino específico. Apareceu ao lado de Tom, ainda com a capa e máscara, estava em frente às portas de uma Hogwarts destruída, na sua frente, a Ordem da Fênix estava reunida, varinhas em punho, sujos, machucados e com menos pessoas do que se lembrava.

Harry e Ron estavam de frente para ela e como todos, a olhavam com curiosidade. Os dois pareciam bem, apesar dos machucados e de toda a poeira. Ela não conseguiu achar Regulus ou Gina na pequena multidão que consistia em membros da Ordem, alunos e professores.

Olhando pra cima do ombro, viu que seus pais e tios estavam bem, nem um arranhão aparente e viu Narcisa na última fileira de Comensais. Meio afastada de todos. Não viu Draco e percebeu que somente ela e duas pessoas usavam a máscara prateada dos Comensais.

Tom interrompeu a análise dela quando, com uma voz alta e clara, facilmente alcançando todas as pessoas presentes, apresentou a recém chegada ao campo de batalha:

—Agora que conseguimos um pouco de paz e alguns minutos de trégua, permitam-me apresentar a minha esposa e mais fiel seguidora.

Ela mal notou o rápido floreio da varinha de Tom que fez com que a capa e máscara dela sumissem, revelando a identidade dela para todos os presentes.

A próxima coisa que percebeu foi a cara de surpresa e consternação de todos da Ordem e de Hogwarts, que tentavam tão pateticamente defender a escola. Harry e Ron pareciam que iam cair a qualquer momento tamanho o susto.

Ela ainda sorria de satisfação quando o feitiço verde, a Maldição da Morte, veio na direção dela