Capítulo 4

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– Diretor? - Hermione assim que entrou na sala de Dumbledore que estava ocupado olhando uns pergaminhos -A porta estava aberta então eu fui entrando sem bater. A professora Minerva disse que queria falar comigo.

– Oh sim, senhorita Lestrange - Lestrange?– devo perguntar quando exatamente a senhorita soube dos seus pais e o motivo de não ter falado para ninguém. - Dumbledore disse calmamente

– Eu soube no Ministério ano passado. - Mione começou pensando bem antes de falar - disseram que me tiraram deles quando foram para Azkaban, e que foi você que me deu aos meus pais adotivos e me lançou o feitiço - ela se esforçou para manter a voz neutra quando falou sobre Azkaban e os Granger -não falei com você ou com outra pessoa porque estava triste e ressentida. Os Lestrange disseram que o senhor, Harry, os Weasley e os professores sabiam.

Ela olhou para o diretor como se o desafiasse a negar e o diretor a olhou como se soubesse que ela estava escondendo algo dele.

– Entendo seu ponto de vista, senhorita Lestrange. Mas quero que entenda o meu também. Como poderia dizer para você que seus pais não são seus pais e sim dois Comensais da Morte do Círculo Íntimo? Seus pais torturaram o sr. e a sra. Longbottom até a loucura e mataram os familiares de diversos outros. E pela mudança sutil de aparência posso concluir que a senhorita aceite seus progenitores.

– Por favor, diretor, eu sou senhorita Granger e não senhorita Lestrange - Hermione disse com uma expressão de completa aversão. Embora que, no seu íntimo, achava senhorita Lestrange um nome ótimo para ela. - E eu sei o que eles fizeram. Oh, Merlin como eu sei! Como posso encarar Neville agora? E Harry? O padrinho dele está morto pela mulher que me pôs no mundo! O Sirius!- Hermione disse forçando as lágrimas a sair - Mas, apesar de tudo, eu aceito que eles sejam meus progenitores. -Mione declarou calmamente e Dumbledore a olhou atento - Eu não apoio ou gosto do que eles fazem, eu pensei por anos que era uma nascida-trouxa. Sei como é pensar que está sendo caçada. Eu abomino o que eles fazem. Mas eles me poram no mundo, apesar de tudo, eles são meus pais, mas os Granger sempre, sempre serão meus verdadeiros pais. Eles me criaram, me educaram e me deram amor.

– Ora, senhorita Les-Granger, não estou duvidando do seu amor pelos Granger. Sei que a senhorita abomina as Artes das Trevas e o que Bella e Rodolphus fazem. Mas eu posso perguntar o que a senhorita fez na cabine sozinha com Pansy Parkinson a viagem toda? Ou com o senhor Malfoy no vagão dos monitores?

– Eu briguei com Ron no trem. Eu estava... Estou magoada com ele e Harry por saberem da verdade e não me contarem. No trem eu... Explodi e fui para o vagão dos monitores, onde o Malfoy estava. Ele puxou assunto comigo, sobre as rondas, mas ele sabe o nosso parentesco, mas ai Ron chegou brigando com Malfoy e a minha raiva dele voltou e eu só queria uma cabine vazia para mim e a mais vazia só tinha uma com a Parkinson. A gente nem falou nada! Passamos a viagem em silêncio e ela me olhava com curiosidade. -Mione respondeu tentando ser mais honesta possível.

O diretor, aparentemente, acreditou. Perguntou como ela queria ser chamada, agora que, provavelmente, metade da escola sabe quem ela é (Sonserinos e Grifinórios não são muito bons em guardar segredo, ao que parece), ela respondeu Granger, embora quisesse que a chamassem pelo seu verdadeiro nome: Lestrange.

O diretor a mandou aproveitar o banquete e a desejou um bom ano letivo e pediu que ela chamasse Harry e Ron. Chegando no Salão Principal, grande parte dos alunos olhou para ela que incrivelmente, não corou. Ouviu sussurros de quase todos. " Aquela é a Granger? " "A amiga do Potter? " "Por que ela tá assim?" " Parece a tal Lestrange!" e "Nossa, a Granger tá muito gata!". Esse último a fez corar um pouco. Chegou na mesa e avisou que o diretor queria ver Potter e Weasley. Eles olharam para ela curiosos e saíram. Hermione comeu calmamente, enquanto toda a escola falava dela. Malfoy acenou para ela, alegremente, causando mais espanto nos alunos. Desde quando Draco Malfoy sorria e acenava para Hermiome Granger no meio do Salão Principal?

Hermione, parecendo alheia aos comentários e guinchos de horror dos colegas quando outro alunos falavam de quem ela era filha, estava nervosa com a atenção exagerada que recebia. E daí que ela era filha de dois Comensais da Morte? Não podem nem disfarçar?

Acabou o seu jantar e foi chamar os primeiranistas para subir. Os novos alunos se encolheram quando ela chegou perto deles. Não deixando se abalar, se apresentou:

– Olá, eu sou Hermione Granger - alguns alunos próximos e primeiranistas riram - Bem, eu sou Hermione GRANGER, e sou monitora da Grifinória... - aí uma menininha levantou a mão para perguntar alguma coisa. -Sim?

– É... Bem... Os Lestrange e os Black não são todos da Sonserina? -a menininha perguntou, vários alunos, do primeiro ano ou não, prestaram atenção na resposta de Hermione

– E o que tem haver eu ser da Grifinória e os Black e Lestrange serem da Sonserina? Bellatrix e Rodolphus Lestrange só me botaram no mundo. Meus pais são o sr. e sra. Granger. Dois trouxas - Hermione disse com ferocidade, se acalmou e terminou - E eu conheço... Conhecia um Black que era da Grifinória.

Um garotinho sussurrou " Aquele primo da mãe dela que a mãe dela matou." Hermione ignorou e continuou ensinando o caminho para as crianças, que a olhavam com medo e curiosidade. A curiosidade vencia o medo, eram Grifinórios afinal, e eles sempre lhe faziam perguntas sobre as escadas, os quadros e as passagens, que ela sempre tentava explicar o mais claramente possível, pois tinham alguns sangues-ruins ali. Não sangues-ruins, nascidos-trouxa. Como Hermione Granger, Hermione se apressou em se corrigir. Deixou que Rony, que estava esperando no Salão Comunal, levasse os meninos para o dormitório deles, enquanto ela levava as meninas.

Assim que acabou, foi para seu dormitório. As meninas com quem dividia o quarto nem olharam na cara dela. Melhor para mim, Hermione pensou. Tomou seu banho, vestiu o pijama e foi para a cama. Fechou as cortinas e laçou um feitiço para que ninguém ouvisse ela, queria ouvir as companheiras de quarto falando dela quando pensassem que ela estava dormindo. Se deitou e percebeu que tinha algo em baixo do seu travesseiro. Era uma carta de sua mãe. A verdadeira, não a adotiva. Certamente Monstro a deixou ali por ordens dela. Depois de se certificar de que ninguém estava espionando, começou a ler.

Querida filha,

Eu e seu pai não podemos expressar a felicidade que sentimos ao ler sua carta e saber que você quer ficar ao lado de sua família e lutar pela limpeza da escória no nosso mundo.

Assim que vocês chegaram na escola, Draco mandou uma carta para mim, a pedido de sua tia Ciça.Ele disse que você está muito bonita, uma verdadeira mistura dos Black e Lestrange. Mas nos diga, como foi na sala de Dumbledore? E os alunos, te perturbaram com a verdade sobre suas origens?

Pansy Parkinson é uma boa menina de uma boa família sangue-puro e tradicional. Ótima escolha. Tente fazer amigas boas esse ano. A Weasley não é boa para você gastar o seu tempo com ela.

O Lord ficou... Curioso em saber por que a melhor amiga de Potter (ou ex- melhor amiga?) mudou tão rápido de lado. Eu garanti que isso já estava no seu sangue, no âmago do seu ser.

Seus tios ficaram encantados em te conhecer. Narcisa pelo menos. Ela quer muito te conhecer melhor, assim como eu e seu pai. Nos mande uma carta com o primeiro passeio a Hogsmeade do ano, tentaremos nos encontrar com você na caverna onde nosso primo Sirius se escondeu uma vez, é eu fiquei sabendo. Não deixe Weasley e Potter te pertubarem. Draco e Pansy são boas amizades. Tente Daphne Greengrass também.

Com amor,

De seus pais.

Após ler a carta Hermione ficou pensando em como seus pais sabiam que ela encontrou Sirius Black em seu terceiro ano, quando ele era procurado por dementadores em toda a parte, em uma caverna na floresta em Hogsmeade. Ela iria perguntar isso depois.

Também ficou rindo ao ler que Draco Malfoy a chamou de bonita. Certamente porque ela era prima dele, e o ego impressionantemente enorme dele não o deixaria ter uma prima feia. Depois de um tempo se olhando no espelho também se achou bonita. Antes ela era comum, agora ela era alguém de quem se lembrariam, alguém que merecia ser olhada mais de uma vez na multidão.

E foi com esses pensamentos que Hermione Black Lestrange dormiu, em seu dormitório na Grifinória, se preparando para seu primeiro dia letivo do sexto ano, sem saber que dali a alguns meses tudo mudaria.


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