Capítulo 37

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Hermione estava na biblioteca de sua casa, que era gigante por sinal, quando o elfo avisou que Natasha Romanoff desejava falar com ela. Sorriu para o elfo e pediu para que ele mandasse a mulher entrar. Fechou o livro sobre as mais tenebrosas artes das trevas e aguardou que Natasha entrasse. Ela não estava surpresa pela visita da mulher, achou até que ela demorara demais para vim se desculpar pelas ofensas que fizera à Hermione, visto que o casamento já fora a um tempo e Natasha era do tipo que não suportaria ter seu superior com raiva dela.
Não que Hermione, ou Tom, estivessem com raiva dela, na verdade, a garota nem se lembrava de Natasha e o mesmo valia para Tom. Quem diria que ser uma Lady das Trevas fosse cansativo?
Ela participava de inúmeras reuniões e conferências, ajudava Tom com os detalhes da maioria dos planos e ainda fazia as refeições na ala dos Comensais dia sim, dia não. E também tentava aproveitar suas férias como uma garota normal da idade dela, porém como não podia sair, visto que para o mundo ela foi sequestrada, então aproveitava o máximo sua nova casa e sempre convidava seus amigos para vim visitá-la.
Pansy era sua favorita. Sempre alegre e com novidades de tudo e todos, sejam da Ordem ou dos Comensais, e até do mundo trouxa. Ao que parecia, o pai dela estava negociando o casamento dela com Theodore Nott, um amigo delas, e Pansy, apesar de não gostar da ideia de primcípio, pasava a cada vem se mostrar mais receptiva a isso. Sempre dizia que tivera sorte, ela poderia ficar prometida a alguém desconhecido, como aconteceu com Dafne.
Dafne, apesar de tudo, também era legal. Mas quase sempre vinha quando Sirius estava presente, o que era quase todo o tempo, visto que ele e Reg deixaram a casa dos Black temporariamente. E sempre que Dafne vinha, os dois ficavam por horas conversando. Ela realmente caíra no charme de Sirius Black, ou Sirius que caiu no charme dela, mas isso era irrelevante, já que os dois estavam encantados um com o outro. E Draco... Bem, Draco sempre falava de Gina. Principalmente quando ela mandava seus relatórios semanais que sempre tinha uma carta anexada para Draco, que ele nunca deixava ela ler.Mas ele sempre passava dias com ela, o que era melhor que ficar sozinha.
Não realmente sozinha, claro. Ela ainda tinha as dezenas, ou centenas, de Comensais que moravam com ela. Não exatamente com ela, mas em outra ala da casa reservada exatamente para eles, mas que ficava relativamente perto da ala principal que qualquer grito ou palavra dita com alguma exaltação fosse ouvida. Era incrível como o som se propagava nos corredores de mármore claro e frios da mansão.
Seus devaneios foram interrompidos com a entrada da mulher. Diferente das outras vezes que a vira, Natasha usava roupas trouxas, uma calça jeans colada ao corpo e uma camisa de uma banda que Hermione curtia um pouco. Quando viu Hermione sentada no espaço de leitura, no canto da sala, Natasha andou com passos decididos até ela, mas depois de um olhar significante que a garota deu, ela fez uma profunda reverência.
–Minha Lad. - ela murmurou e depois bufou.
–Natasha! - Hermione cumprimentou-a como se fossem antigas amigas. - Pensei que nunca mais fosse ver você de novo, por onde andou?
–Fazendo o trabalho sujo de seu marido. Onde mais estaria? - ela perguntou, enquanto se sentava em um cadeira.
–No mundo troxa? Pensei que nunca fosse ver alguém com uma camisa do Led Zeppelin aqui dentro. É fã?
–Ah, sim, e algumas pessoas da Ordem da Fênix e outros simpatizantes também, e quando vêem uma mulher bruxa que gosta logo puxam assunto, porém depois de alguns copos, os segredos, planos e afins começam a jorrar como água.
–Eu sei bem disso. Mas, diga-me, o que veio falar comigo? Venho tendo um horário bem apertado e quando eu consigo tirar tempo para leitura, você aparece. Suponho que seja importante.
–Eu vim pedir, humildemente, seu perdão. Estou extremamente envergonhada por tê-la ofendido -Hermione quase acreditou nela, quase, por que apesar de sua expressão inocente e arrependida, os seus olhos queimavam com uma fúria muda.
–Ora, querida, isso são águas passadas! Eu não soi de guardar rancor e nem eu ou o mestre nos sentimos ofendidos. Não muito.
Natasha deu um sorriso amarelo.
–Então você contou ao Lord.
–Mas é claro! - Hermione se deliciou com a expressão apreensiva de Natasha. - Eu e o mestre não guardamos segredos um do outro, contamos tudo um ao outro. Eu confio inteiramente nele e tenho absoluta certeza que ele também confia em mim.
–Mas é claro, milady. - Natasha disse e Hermione deu um sorriso presunçoso ao ver que a mulher tentava agradá-la. - Confiança é algo importante no casamento... - ela se remexeu desconfortável na cadeira - Bem, eu só queria me desculpar com a senhora e se possível esquecer aquela infeliz conversa.
–É exatamente assim que eu penso! Eu queria tanto que pudéssemos esquecer tudo e recomeçar do zero.
Hermione sorriu e Natasha também. Se ela acreditava realmente que Hermione era essa criatura doce, ingênua e sem maldade do coração, estava-a confundindo Hermione com Melanie Hamilton. Ela era esposa de Lord Voldemort, a Lady das Trevas, e Natasha tratava-a como uma garotinha mimada que nada sabia do mundo.
Mas quem foi que disse que era algo bom que o inimigo te subestimasse mesmo?
–Eu realmente adoraria passar o dia todo conversando com você, mas é hora do almoço e em breve o mestre estará me esperando - Hermione disse com tom de desculpa. - Você deve entender, claro.
Na verdade, ainda faltava muito tempo para o horário que Hermione e Tom costumavam almoçar. Não que Natasha soubesse disso, é claro.
–Claro que eu entendo, mas antes de você ir eu tenho uma pergunta. - Natasha disse agradavelmente.
–Pergunte e se eu puder responder, o farei com todo o prazer.
–Bem, fico até meia constrangida com isso - Natasha deu um sorriso insolente para Hermione, que, ao ver da garota, não deixava-a com nenhum aspecto de constrangimento. - Você não chama o mestre pelo nome? Digo, em nenhum momento você o chamou pelo nome. Até parece que não tem nenhuma intimidade com ele.
Hermione riu. Não, ela gargalhou até chorar e quando se acalmou para olhar na cara de Natasha Romanoff sem rir ela simplesmente respondeu:
–Temos intimidade até demais, querida Natasha, isso é uma questão de respeito.
Enquanto saía rumo à sala que costumava fazer as refeições com Tom, um pequena parte de sua mente pensando que iria ficar um bom tempo esperando até comer alguma coisa, repassava a conversa com Natasha.
Ora, que tolice dizer que ela e Tom não tinham intimidade um com outro.
Ela e Tom, que contavam tudo um para o outro. Tom e ela, que tinham a liberdade de falar sobre tudo e todos um com o outro. Os mesmos ela e Tom, que não tinham nenhum segredo um com outro, que contavam tudo, absolutamente tudo um para o outro. Qualquer pensamento, qualquer medo, receio, qualquer sonho, seja ele bom ou ruim. Tudo era compartilhado nos momentos sozinhos, sejam eles nas refeições ou na cama, antes de dormir ou logo após acordar.
Mas conhecendo Natasha Romanoff como conhecia, Hermione sabia que ela quis dizer "intimidade" com mais maliciosidade do que a palavra normalmente quer dizer.
Mas a vida sexual de Tom e Hermione ia muito bem, obrigada.
Hermione deu um sorriso travesso enquanto sentava-se no seu lugar e esperava pacientemente por Tom, dizendo gentilmente ao elfo que iria esperar pelo marido e só então iria comer algo.
Mas voltando à vida sexual dos dois...
Tom e Hermione haviam posto um feitiço a prova de som permanente no quarto, banheiro e closet deles, assim como no gabinete de Tom e na sala privada deles, onde ocorriam as refeições, e na maior parte da casa e sem falar que qualquer pessoa só podia entrar em algum cômodo com a autorização de Tom ou Hermione. Mas a maioria dessas "precauções" só foi tomada após um episódio constragedor em que Lucius quase os flagrou na biblioteca, mas ele teve o bom senso de não comentar nada com ninguém.
Mas nem isso impediu Tom, que parecia disposto a "estrear" cada cômodo da enorme mansão, e Hermione, como a boa e dedicada esposa que era, apoiava-o de bom grado.
Ou talvez fosse as décadas que ele passara longe dela. De qualquer forma, Hermione não tinha do que reclamar.
–Fiquei sabendo que Natasha veio falar com você. - ela ouviu a voz de Tom entrado no cômodo.
–Ah, sim. Veio se desculpar pela forma com que ela me tratou. E como você sabia disso?
–Eu tenho meus contatos. E de toda forma, ela também falou comigo.
Hermione olhou-o sugestivamente enquanto mandava o elfo servir a refeição.
–Falou com ela foi?
–Você fica uma graça com ciúmes - ele deu um sorriso debochado. - E sim, eu falei com ela. Também queria se desculpar, do que eu não sei. Ela ofendeu você, e não eu.
–Mas você é meu marido e deve defender a minha honra ou algo assim - ela cruzou os braços e olhou para Tom. - Mas bem que você podia mandar recrutar Comensais lá no Pólo Norte. Te juro que se essa mulher me irritar de alguma forma novamente eu irei bater a cabeça tola dela na parede até que eu sinta o cérebro dela escorrendo pelos meus dedos!
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Hermione estava andando em círculos pelo gabinete de Tom, uma pequena parte de si pensado que seus passos iam ficar gravados na madeira do piso de tanto tempo que estava ali, mas a maior preocupação era com seu marido, pais e o resto da família que estava em um ataque perto de Otery St. Catchpole. Algo muito arriscado bo ponto de vista de Hermione, já que ficava muito perto d'A Toca, que estava servindo de sede honorária da Ordem da Fênix, e das casas dos Lovegood e dos Diggory.
Ela estava sozinha na enorme casa. Não pode ficar com Narcisa e Draco, porque certamente os aurores iriam fazer uma visita na Mansão Malfoy e ela não correria o risco de ser encontrada. O mesmo valia para as casas dos restos de seus amigos, Sonserinos e simpatizantes do Lord das Trevas que tinham grande probabilidade de receber uma visita do Ministério naquela noite.
Estava também pensando na alarmante carta que recebera de Gina, dez minutos após eles saírem, e da notícia que tinha que dar. Não só para Tom, como para toda família, amigos e Comensais.
Hermione sabia que não era o melhor momento, mas nem ela ou Tom pensaram que aquilo iria acontecer. Queriam filhos, claro, mas não naquele momento, certamente. Não no meio de uma guerra.
Mas ali estava ela, um mês atrasada e com uma carta de Gina que a fazia suar frio sempre que pensava no conteúdo. Ela não sabia o que fazer, e estava assustada com isso. Ela, que sempre soube o que fazer, estava assustada como uma garotinha esperando por Tom para perguntar o que fazer, já que ela não conseguia pensar em mada coerente para falae ou fazer.
Já passava da meia noite quando ela ouviu os barulhos no hall, as risadas apontavam que tudo ocorrera bem e que muitas pessoas foram mortas. Mas Hermione ignorava isso. Era um preço que tinha que pagar por sua felicidade.
Se umas pessoas tinham que morrer para que ela e os seus ficassem bem e felizes, que mal faria?
Ouviu os passos de Tom, em direção ao gabinete. Ela tinha pedido gentilmente ao elfo que "Por favor, assim que o mestr chegar, diga a ele que eu quero falar com ele urgentemente".
–Querida, o queria me falar com tanta urgência?
Ela se virou para ele, antes de respondê-lo verificou rapidamente com o olhar se ele estava machucado. Estava meio desalinhado, uns rasgões nas vestes, mas nenhum machucado. Hermione suspirou de alívio e respondeu:
– Uma carta de Gina. E outra coisa - ela esperou ele se sentar e comtinuou em pé. - Harry pretende sair à caça das Horcruxes um dia após do aniversário dele de dezessete anos. Gina disse que leu uma carta dele para Ron e ele escreveu que sabe como destruí-las e pelo menos desconfia onde está dois.
–Isso é ruim. - Tom observou.
–Muito. -concordou Hermione. -Gina também disse que pediu à Ron para acompanhá-los, mas ele negou, dizendo que já era ruim o suficiente ir sem eu para ter que cuidar da irmã caçula. Quando Ronald disse para Gina ficar calada e não contar para a mãe deles de nada sobre isso ela o provocou e perguntou como ele pretendia fugir e passar semanas, senão meses, fora sem ninguém desconfiar...
–Também estou curioso.
–Quer se calar? Voltando ao que interessa, ele mostrou o vampiro deles, que Ron pintou os cabelos de vermelho e o vestiu com um pijama velho dele, também pintou o pobre vampiro com pintas vermelhas por todo o corpo. Quer passar o vampiro por ele com sarapintose. Segundo ele, os fiscais do Ministério, já que ele está crente que o Ministério logo será nosso, e com razão, vão ficar receosos de chegar perto do vampiro e de longe, com a luz fraca, Gina concordou que até se parecia com Ron. Resumindo, Harry e Ron vão, sozinhos, caçar as horcruxes e já tem grande parte planejado.
Ela terminou o seu relato e olhou com expectativa para Tom. Ele saberia o que fazer. Mas ele estava com um olhar vago, como se não estivesse prestando atenção nela. Ela pigarreou e ele saiu do transe.
–Você vai ter que voltar. - ele disse calmamente. - Disse que tinha algo a mais para contar. O que é?
Ela olhou para ele, pela primeira vez temendo a reação dele diante da novidade.
–Eu estou grávida.
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