Capítulo 11

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Conforme os dias iam se passando, Hermione ia se acostumando com sua nova realidade no passado. Ela já podia andar pelos corredores da escola sem ser alvo de olhares e conversas, por parte dos alunos e dos professores, também virou amiga de Druella e Walburga, com quem tinha várias coisas em comum (o que a impressionou bastante no início), ajudava os garotos, Cygnus, Orion, Canopus, Abraxas e Evan nos deveres de casa. Mas desde o dia em que ela e Tom "conversaram" sobre as reuniões, ele vinha se mantido distante, ele a cumprimentava, é claro, mas eram palavras vazias, sem emoção.
Também conversava muito com as gêmeas, Cali e Ced eram engraçadas e espontâneas, não tinha o comportamento esperado de duas mulheres da mais antiga e nobre família das Vinte e Oito Sagradas, fato que Hermione amava. De vez em quando fazia dupla com Eileen na aula de Poções, Snape certamente herdou o talento dela. E também passava horas conversando com Dorea que era gentil e simpática, tanto que Hermione quase se sentiu culpada de estar do lado do homem que queria matar o neto dela.
Ninguém fazia mais perguntas sobre o futuro para ela, mas ela sentia os olhares que Tom mandava para ela. Ele queria saber mais, ele sempre queria saber mais, mas não falava com ela nada mais que o necessário. Já tinham se passado quase duas semanas de Hermione no passado, um sábado que iria ter passeio para Hogsmeade.
Eram seis horas da manhã e todas as garotas no dormitório estavam dormindo, quando uma pequena cobra rasteja até a cama de Hermione e deixa uma carta. Hermione que tinha o sono leve, acordou com a pequena cobra rastejando em cima dela.
Nagini?
Ela curiosa para saber por que Tom mandou sua cobra entregar um bilhete em pleno sábado de manhã, pegou a carta e começou a ler:
Senhorita Lestrange,
Peço perdão por acordá-la tão cedo em um sábado, mais creio que temos alguns assuntos pendentes.
Diga as suas colegas de quarto que você não quer ir para Hogsmeade ou que está se sentindo mal, eu não ligo para sua desculpa, mas você tem que estar na Sala Precisa às oito horas.
Sem desculpas, isso não é um pedido, é uma ordem.
P.S.: Não se anime, não é uma reunião entre Comensais.
Seu Lorde.
.
-Tem certeza?
- Sim, Wal - Hermione deu um sorriso fraco - Eu não quero ir sabe... O vilarejo não deve ter mudado muito, e embora não pareça eu sinto saudades dos maus amigos e ir para Hogsmeade sem eles vai ser difícil...
-Oh, querida - Druella tinha o costume de chamá-la de querida sempre que podia - Se você quiser nós ficamos aqui com você!
- Não. Podem ir, eu vou ficar bem. Só não estou disposta para sair com esse frio. Vão e aproveitem, eu vou tirar o tem para ler algum livro...
Depois de muito garantir que não havia problemas nelas irem e Hermione ficar no castelo, Wal e Druella concordaram em ir sozinhas. Eileen disse que sentia muito por ela não ir e as gêmeas prometerem que iam trazer vários doces. Elas desceram para a Sala Comunal e encontraram os garotos, menos Tom, prontos para irem.
Depois de, de novo, contar que estava indisposta para ir e que o lugar iria fazê-la lembrar de seus amigos e que ela não estava pronta para isso ainda, eles foram. Druella e Cygnus, Wal e Orion tinham um encontro, e pelo que ela sabia Cali e Ced também tinham um com Weasley e Longbotton. Eles queriam fazer tudo dar certo, se conhecer antes das famílias fazerem um acordo de casamento.
Hermione subiu e se arrumou para o encontro. "É um encontro? O que se usa nesse tipo de ocasião?", ela botou um vestido verde escuro que ia até seus tornozelos, com uma meia calça preta grossa e um casaco também preto e grosso. Deixou seus cabelos soltos como sempre, naquela época todas usavam o cabelo preso, seja em um rabo de cavalo ou em complicados penteados, mas Hermione teimava com suas amigas em deixar o cabelo solto. Ela amava como seus cabelos negros caiam em cachos por suas costas, mais comportados do que os de sua mãe, mas ainda assim com personalidade.
Quando eram dez para as sete, ela foi para a Sala Precisa e encontrou Tom esperando por ela do lado de fora. Ele usava preto, ele sempre usava preto, e mesmo tão simples ele estava, Hermione tinha que admitir lindo. Ele olhou para ela de cima a baixo, analisando-a. Fechou os olhos e passou em frente à parede vazia três vezes, uma porta grande de madeira apareceu. Tom fez um sinal para Hermione entrar e curiosa para descobrir o que a sala se transformou, ela entrou.
A sala era, surpreendentemente, toda branca com poucos detalhes azuis. Tinha duas poltronas e uma mesinha e as paredes tinham enormes janelas que davam para algum lugar onde o céu estava azul e sem nuvens, as poltronas estavam postas uma de frente para outra com a mesinha azul no meio.
Tom fez outro sinal para ela se sentar, o que ela prontamente fez. Tom se sentou diante dela e a olhou nos olhos, sempre sem dizer nada, mas ela sabia o que estava fazendo: tentando ler a mente dela, ela descobriu isso no momento em que viu a sala. Toda em cores claras, sem nada que pudesse desviar os pensamentos de Hermione. Mas ela era uma ótima oclumente, então esperou alguns segundos para que Tom descobrir isso.
-Oclumente? - ela assentiu e ele pareceu irritado - Então vamos direto ao ponto: diga tudo o que sabe, não esconda nada, não tente me agradar. O que sabe de mim?
-Tudo - ela sussurrou - Sei da sua mãe, sei do seu tio, sei do seu pai. Sei até dos teus avós paternos. Sei das Horcruxes, que pretende fazer seis e ter a alma dividida em sete partes. Sei até dos teus medos, milorde.
Ele não se surpreendeu diante da resposta, já esperava algo parecido, então perguntou algo que vinha perturbando seus pensamentos à dias:
-O que, exatamente, você veio fazer aqui? Nesse tempo, digo.
-Eu já disse: minha mãe foi condenada pela segunda vez em Azkaban e eu quis voltar para 81, ano em que ela e meu pai foram presos pela primeira vez. Eu queria mudar isso.
Ele olhou para ela como se ela fosse um problema matemático realmente difícil.
-Me fale de sua mãe. O jeito como você fala dela parece que ela é realmente uma bruxa adorável.
Hermione riu, nunca esperou que ninguém chamasse sua mãe de adorável, ainda mais Lord Voldemort. Tom percebeu que o riso dela era algo extremamente lindo de se ver. Era melodioso, puro e verdadeiro. Logo se repreendeu por esses pensamentos totalmente sem importância.
-Não acho que ninguém concorde com isso dela ser uma bruxa adorável. Ela é um exemplo para mim: forte, inteligente e quando acredita em uma coisa, vai até o final com por isso. - ela deu um sorriso triste - Passei pouco tempo com ela, é verdade, mas eu já amo ela incondicionalmente. Todos pensam que ela é maluca, cruel e sem piedade, mas, ei!, ela só está lutando por aquilo que acredita - ela olhou nos olhos de Tom. - Ela é totalmente devota à causa puro sangue, acredita que os trouxas e nascidos trouxas são a escória. Ela é tão devota à causa que muitos acreditam que ela só está lá por ser totalmente apaixonada por você. - ela terminou fazendo uma careta.
Tom poderia fazer milhares de perguntas, mas seus lábios foram mais rápidos que o seu cérebro, então se viu perguntando:
-Fato esse que seria totalmente péssimo para você porque está inegavelmente atraída por mim, não é verdade?
Hermione não acreditou quando ouviu isso. Ele era um garoto lindo e inteligente, é verdade, então que garota não iria se sentir atraída por ele? Ela com absoluta certeza se sentia atraída por ele. Merlin, o garoto era perfeito, tirando, é claro, o fato dele ser Voldemort.
Tom não acreditou quando ele disse isso. Ele acreditou que ela iria corar, desviar os olhos e mudar de assunto. Ele queria que ela fizesse isso. Que eles se esquecessem disso. Mas ela olhou nos olhos dele, e ele percebeu seus olhos cheios de coragem o olhando como se quisessem ver sua alma. Então ela falou, com uma voz que pra Tom parecia a coisa mais sensual do mundo.
-Sim, milorde. Eu estou totalmente atraída pelo senhor. E tenho certeza que o senhor sente o mesmo por mim.
Ele não sabia o que fazer, ela também não. Os dois se encaravam, os dois queriam a mesma coisa, os dois queriam um ao outro. O corpo dos dois ansiava pelo contato. Mas eles sabiam que não podiam fazer isso. Não sabiam o que ia acontecer depois e não saber deixava os dois frustrados.
Passaram uns bons cinco minutos se encarando, ora olhando para os olhos do outro, ora olhando para os lábios que tanto desejavam sobre os seus. Então Tom, num ato impensado, se levantou, deu dois passos e parou em frente à poltrona de Hermione, que o olhava curiosa.
Ele a puxou pelo braço, não ligou se estava sendo bruto, ele não ligava para mais nada. No segundo seguinte, estavam um nos braços do outro, se beijando como se nada mais importasse. Não ligando para as consequências que aquilo poderia ter. Contanto que estivessem juntos, se beijando, o resto poderia esperar.

A Verdade Sobre HermioneOnde histórias criam vida. Descubra agora